quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O TENEBROSO PROBLEMA DO SOFRIMENTO INOCENTE

 


 O TENEBROSO PROBLEMA DO SOFRIMENTO INOCENTE

E dizia Jó: “ Nu nasci do ventre da minha mãe...

E nu tornarei para lá...

Quando os amigos de Jó tinham esgotado os recursos da sua sabedoria, sem solver o tenebroso problema da dor, mas complicando-o cada vez mais com os seus falsos postulados, interveio o próprio Deus e disse ao homem de Hus e a seus desastrados consoladores:

"Quem é esse que obscurece meus desígnios com palavras sem sentido? Cinge-me os rins, como herói, interrogar-=te-0ei e tu me resp0onderas o d estavas quando lancei os fundamentos da Terra!...  

Ousarás condenar a justiça dos meus desígnios? Condenar-me a mim para te justificares a ti mesmo?". . .Em seguida, enumera Deus todas as grandezas da sua creação, desde as maravilhas do mundo sideral até aos prodígios da força e beleza que povoam a terra, e faz sentir a Jó a sua própria miséria e insignificância. O que o apóstolo Paulo, mais tarde, escreveu sobre o absoluto e inconteste direito que o oleiro tem sobre o vaso de barro que formou...

Isto faz Deus sentir em cheio ao homem justo e reto de Hus, reduzido àquela extrema miséria.

Por que sofria Jó? Não porque tivesse pecado, mas porque o divino Artífice tem o direito de fazer do seu artefato o que lhe aprouver. Pode dar-lhe forma perfeita ou imperfeita como quiser. Pode orná-lo de belos desenhos, ou deixá-lo sem ornato algum. Pode destiná-lo a fins honrosos ou a uso ordinário. Pode também quebrar o vaso de argila, parti-lo ao meio, reduzi-lo a mil fragmentos, a pó, se quiser — sem que ao barro assista o direito de se queixar desse trato, uma vez que o vaso - quer em sua matéria-prima, quer em sua forma, é absoluta e incondicional propriedade de seu dono e autor.

Reconhece Jó a grandeza de Deus e a humana pequenez, e exclama:

(Jo 42;1,6-“ Jó respondeu ao Senhor:

"Reconheço que tudo podes e que nenhum dos teus desígnios fica frustrado. Quem é aquele que vela teus planos com propósitos sem sentido? Falei de coisas que não entendia, de maravilhas que me ultrapassam: (escuta-me que vou falar; interrogar-te-ei e tu me responderás. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos te veem; por isso retrato-me e faço penitencia no pó e na cinza”).

E, no momento em que Jó reconhece e confessa que Deus pode fazer do homem o que entender, cede a tensão do problema, termina o drama dos conflitos, está solucionado o enigma do sofrimento, e, de acordo com a ideologia da época, é o sofredor inocente reintegrado em todos os seus direitos: recupera saúde perfeita e são-lhe restituídos duplamente os haveres que perdera.

Assim devia necessariamente rematar a tragédia das dores, à luz da Torah — como não teria terminado a luz do Evangelho. . .

Tal era à solução que então se sabia dar ao tenebroso enigma do sofrimento humano, sobretudo às dores do inocente.

Fontes:

Huberto Rodhen

Bíblia de Jerusalém

Wikipédia

Deus tem o direito. . .

Deus o quer. . .

Só cumpre ao homem calar e submeter-se. . .

Solução verdadeira e certa — mas ainda incompleta...

As edições posteriores foram reescritas, mas, a beleza do texto deve constar na memória Rohden. 

Quando os amigos de Jó tinham esgotado os recursos da sua sabedoria, sem solver o tenebroso problema da dor, mas complicando-o cada vez mais com os seus falsos postulados, interveio o próprio Deus e disse ao homem de Hus e a seus desastrados consoladores:

 "Quem é esse homem que com palavras insensatas obscurece planos cheios de sabedoria? Levanta-te! Arma-te! Perguntar-te-ei — e dar-me-ás lições!...  Ousarás condenar a justiça dos meus desígnios? Condenar-me a mim para te justificares a ti mesmo?". . .

Em seguida, enumera Deus todas as grandezas da sua creação, desde as maravilhas do mundo sideral até aos prodígios da força e beleza que povoam a terra, e faz sentir a Jó a sua própria miséria e insignificância. O que o apóstolo Paulo, mais tarde, escreveu sobre o absoluto e inconteste direito que o oleiro tem sobre o vaso de barro que formou... Isto faz Deus sentir em cheio ao homem justo e reto de Hus, reduzido àquela extrema miséria.

Por que sofria Jó? Não porque tivesse pecado, mas porque o divino Artífice tem o direito de fazer do seu artefato o que lhe aprouver. Pode dar-lhe forma perfeita ou imperfeita como quiser. Pode orná-lo de belos desenhos, ou deixá-lo sem ornato algum. Pode destiná-lo a fins honrosos ou a uso ordinário. Pode também quebrar o vaso de argila, parti-lo ao meio, reduzi-lo a mil fragmentos, a pó, se quiser — sem que ao barro assista o direito de se queixar desse trato, uma vez que o vaso - quer em sua matéria-prima, quer em sua forma, é absoluta e incondicional propriedade de seu dono e autor.

            Reconhece Jó a grandeza de Deus e a humana pequenez, e exclama:

            "Agora reconheço, Senhor, que tudo podes!

            Só de ouvir-dizer te conhecia eu —

            Agora te conheço de vista...

            Por isto, revogo!

            Arrependo-me!

            Eu — cinza e pó”!

            E, no momento em que Jó reconhece e confessa que Deus pode fazer do homem o que entender, cede a tensão do problema, termina o drama dos conflitos, está solucionado o enigma do sofrimento, e, de acordo com a ideologia da época, é o sofredor inocente reintegrado em todos os seus direitos: recupera saúde perfeita e são-lhe restituídos duplamente os haveres que perdera.

Assim devia necessariamente rematar a tragédia das dores, à luz da Torah — como não teria terminado a luz do Evangelho...

Tal era à solução que então se sabia dar ao tenebroso enigma do sofrimento humano, sobretudo às dores do inocente.

            Deus tem o direito. . .

            Deus o quer. . .

            Só cumpre ao homem calar e submeter-se. . .

            Solução verdadeira e certa — mas ainda incompleta. . .

Fonte:

Huberto Rodhen

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