Jerusalém sempre foi
cidade cobiçada por católicos, judeus, muçulmanos, mas não é o caso contar a
história de Jerusalém e sim as previsões de Jesus. No final apresentamos um
resumo a respeito da destruição física da cidade, cujos vestígios até os dias
de hoje só resta um pedaço do muro chamado de “muro das lamentações”.
DESTRUIÇÃO DO TEMPLO
Mat. 24:1-2
Tendo Jesus saído do
templo, retirava-se, e chegaram-se os discípulos dele, mostrando-lhe as
edificações do templo. Ele, porém, respondendo disse-lhes: "Não vedes tudo
isso? Em verdade vos digo, não será deixada aqui pedra sobre pedra que não seja
derrubada".
Marc. 13:1-2
E saindo ele do
templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre, olha que pedras e que
edificações! E Jesus disse-lhe: "Vês essas grandes edificações? Não será
deixada aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada".
**
Neste trecho, há
discordância entre os narradores. Enquanto Mateus nos mostra Jesus já fora do
templo a retirar-se, Marcos coloca o episódio no momento mesmo da saída, e
Lucas não nos diz o local: apenas, pelo aceno aos "donativos", faz
supor que estivessem ainda no templo, embora nada impeça que a referência a
eles tenha sido feita fora do ambiente.
Pela sequência,
vemos que Jesus saiu pela porta leste, descendo pelo declive do Cedron para,
logo após, subir a rampa do monte das Oliveiras. Desse local a vista era
maravilhosa, podendo contemplar-se toda a magnificência do templo.
Flávio Josefo
(Bellum Judaicum) assim nos descreve: "Tudo o que havia no exterior do
templo alegrava os olhos, enchia de admiração e fascinava o espírito: era todo
coberto de lâminas de ouro tão espessas que, desde o alvorecer, se ficava tão
ofuscado quanto pelos próprios raios solares. Dos lados em que não havia ouro,
tão brancas eram as pedras que essa massa soberba parecia, de longe, aos
estrangeiros que o não conheciam, uma montanha coberta de neve". Toda essa
riqueza fora aí colocada por Herodes o Idumeu, que ampliara o templo de
Zorobabel: o pórtico de Salomão, uma cobertura sobre colunas, corria a leste; o
pórtico real dominava o Tiropeu. Os recintos internos e o tesouro assombravam
os visitantes e constituíam o orgulho dos israelitas. Ora, os discípulos de
Jesus participavam desse ufanismo, e por isso um deles lembra-se de chamar a
atenção do Mestre para a maravilhosa construção.
A resposta de Jesus
constituiu uma ducha de água gelada sobre o calor do entusiasmo deles.
"Não ficará aqui pedra sobre pedra". A profecia cumpriu-se à risca no
dia 9 de âb (agosto) no ano 70. Flávio Josefo (Bell. Jud. e Ant. Jud.) anota
que Tito Lívio fez tudo para salvar o templo da destruição. Mas, depois que uma
tocha, lançada por um soldado, iniciou o incêndio "que se propagou como um
relâmpago" (são palavras dele, Bell. Jud. 6.4.3-6), Tito ordenou que não
só a cidade, mas o próprio templo fosse totalmente arrasado.
Aqui temos a
motivação de um fato, a fim de permitir sua posterior explicação e a explanação
do ponto a desenvolver. Para conseguir a oportunidade de documentar as lições a
respeito da "destruição do templo" e do "término do eon",
os evangelistas partiram de uma pergunta que interessaria profundamente a
todos. E as predições como toda linguagem profética, apresentam temática
confusa, de forma a não elucidar senão aos que tenham consigo a "chave",
que não devia ser divulgada ao grande público, a fim de evitar pânico,
precipitações e erros prejudiciais.
DESTRUIÇÃO DE
JERUSALÉM
Luc. 19:41-44
Essa narrativa
evangélica é quando jesus se dirige a Jerusalém para a ceia com seus discípulos
E como se
aproximasse, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: "Se soubesses,
neste dia, também tu os (caminhos) para a paz! Mas agora (isto) foi escondido a
teus olhos. Pois virão dias sobre ti em
que teus inimigos te cavarão fossos, te cercarão de trincheiras e te comprimirão
de todos os lados, e derrubarão a ti e a
teus filhos em ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não
percebeste o momento de tua inspeção".
Jesus estava ainda
no monte das Oliveiras, a uma altura de 810 m do nível do Mediterrâneo, 60 m
acima da esplanada do templo, podendo ver todo o movimento intenso daqueles
dias festivos da páscoa. O panorama mostrava, no primeiro plano, o vale de
Cedron e Getsêmani, Jerusalém com seu templo majestoso; ao sul via-se Belém, a
cidade de David, sede da antiga escola de profetas: ao norte a Samaria e o
monte Garizim; a leste o vale do Jordão, o mar Morto e, para além, os montes
Moab e Galaad. No monte das Oliveiras Salomão ergueu altares a Ashtoreth,
Chemosh, Molcch e Milcom cfr. 1.º Reis 11:7 e 2.º Reis, 23:13). Foi, por isso,
chamado monte da perdição, da corrupção ou do escândalo. No Novo Testamento foi
testemunha da entrada triunfal em Jerusalém, do discurso sobre a destruição do
templo e sobre o fim do ciclo, da agonia e da paixão de Jesus dos últimos ensinamentos
após a ressurreição e da "ascensão". Ao voltar-se, no jumentinho,
para dirigir-se à cidade, Jesus olhou a imponência dourada do templo e sentiu
sua psiquê comover-se, ao antever o que ocorreria anos mais tarde: o drama da
massa de seus habitantes e das autoridades aí residentes. Anteviu o cerco que
sofreria daí a quarenta anos e sua destruição total por obra de seus
dominadores. E lamenta que não perceba o "momento de sua inspeção".
As traduções correntes traduzem episkopês por "visitação". Preferimos
apresentar o sentido etimológico: epí - "sobre"; e skopês -
"vista", ou seja, inspeção. Alguns racionalistas alegaram que Lucas
escreveu a posterióri, e por isso foi preciso em certos pormenores. Mas se o
tivesse feito, teria silenciado o caso mais espetacular, que foi o total
incêndio do templo, com o ouro do revestimento a correr em cachoeiras?
Todos os
comentadores, nestes dois milênios, salientaram, neste trecho, a VINGANÇA de
Deus, que fez destruir Jerusalém porque não recebeu, não ouviu, não compreendeu,
Jesus e o crucificou ... Jamais poderíamos aceitar um deus que fosse vingativo,
pois refletiria uma das piores e mais baixas características dos seres
involuídos. Como podem mentes espiritualmente esclarecidas admitir tais
barbaridades?
Toda a angústia dos
corações dirigentes dos setores humanos reside na verificação de que as
criaturas não respondem ao chamado insistente para evoluir, nem mesmo nos
momentos supremos em que os grandes Avatares chegam pessoalmente, para observar
("inspecionar") e estudar qual o melhor remédio para ser aplicado ao
grupo. A simples presença física do Mensageiro, com Sua poderosa vibração
espiritual, é suficiente para atrair e modificar os que estão à altura de
perceber. Mas, como escreveu Emmanuel, "para despertar um passarinho basta
um silencioso raio de sol, enquanto para acordar uma rocha torna-se necessária
a dinamite".
A dor que causa ao
pai ou à mãe a necessidade de realizar uma operação cirúrgica num filho querido
é ainda menor que a sofrida por Jesus, quando verificou as operações cirúrgicas
violentíssimas indispensáveis para curar aqueles corações empedernidos. Feita a
verificação que lhe motiva tristeza e chega a arrancar-Lhe lágrimas, deixará
que a história, em seu desenvolvimento normal, venha a agir na correção
necessária. Se fora o mesquinho sentimento de vingança, por que esperar
quarenta anos, quando outra geração estaria no apogeu, e não aquela que havia
condenado Jesus? A ação teria que ter sido imediata, para que se visse a
relação de causa a efeito. Mas os Espíritos Superiores, que nos mandam perdoar
setenta vezes sete, já aprenderam essa lição, e são incapazes de vinganças
rasteiras. Se nosso filho faz uma traquinagem e cai, quebrando uma perna,
providenciamos o engessamento durante os dias necessários à cura, talvez
prendendo-o no leito. Chamaremos a isso vingança? Ou haverá qualquer laivo de
vingança em nós? "Se nós, sendo maus, sabemos dar boas dádivas a nossos
filhos, quanto mais o Pai celestial" (cfr. Luc. 11:13). Jesus, o Médico
por excelência, anteviu o remédio amargo e doloroso necessário para que aquele
povo se modificasse, e compreendeu que a cura seria longa. Por isso, lamenta
profundamente o que ocorrerá. Aplicando a nós mesmos a lição, vemos que a
"cidade" constituída por nossa personagem ainda rebelde, causa
sofrimento ao Espírito, ao verificar ele que nosso intelecto não aceita suas
inspirações evidentes, seus apelos continuados, seus "gemidos
inenarráveis" (Rom. 8:26); o Espírito, (nós a individualidade) antevê as
dores que advirão para a personagem nesta e em próximas vidas, repercutindo
sobre si mesmo, tal como os sofrimentos da humanidade necessariamente
repercutem sobre Jesus, cujo Espírito está para a humanidade terrena, assim
como nosso espírito está para os órgãos e células de nosso corpo, tanto no
plano astral como no físico.
*
DESTRUIÇÃO NO ANO 70
Pois tão logo Simão tinha consolidado
sua autoridade sobre o resto dos grupos rebeldes, Tito apareceu às portas da
cidade, com quatro legiões romanas a reboque, exigindo a rendição imediata de
Jerusalém.
De repente, o sectarismo e as rixas
entre os judeus deram lugar aos preparativos frenéticos para o ataque romano
iminente. Mas Tito não tinha pressa em atacar. Em vez disso, ordenou a seus
homens a construção de um muro de pedra ao redor de Jerusalém, prendendo todos
lá dentro e cortando todo o acesso à comida e à água. Ele, então, montou
acampamento no Monte das Oliveiras, de onde tinha uma visão desobstruída da
população da cidade enquanto ela lentamente morria de fome.
E a fome que se seguiu foi horrível.
Famílias inteiras morreram em suas casas. As ruas estavam cheias de corpos de
mortos; não havia espaço nem força para enterrá-los corretamente. Os habitantes
de Jerusalém se arrastavam através dos esgotos em busca de alimento. As pessoas
comiam estrume de vaca e tufos de capim seco. Rasgavam e mastigavam o couro de
cintos e sapatos. Houve relatos dispersos de judeus que sucumbiram e comeram os
mortos. Aqueles que tentavam fugir da cidade eram facilmente capturados e
crucificados no Monte das Oliveiras, para que todos pudessem ver.
Teria sido suficiente para Tito
simplesmente esperar que a população morresse por conta própria. Ele não teria
necessidade de desembainhar a espada para derrotar Jerusalém e acabar com a
rebelião. Mas não foi para fazer isso que seu pai o enviara. Sua tarefa não era
submeter os judeus pela fome, era erradicá-los da terra que alegavam como sua.
E assim, no final de
abril de 70 d.C., quando a morte
espreitava a cidade e a população perecia às centenas de fome e sede, Tito
reuniu suas legiões e invadiu Jerusalém.
Os romanos lançaram plataformas ao
longo das paredes da cidade alta e começaram a bombardear os rebeldes com
artilharia pesada. Construíram um grande aríete que facilmente violou o
primeiro muro que circundava Jerusalém. Quando os rebeldes se retiraram para
uma segunda parede interior, esta também foi violada e as portas, incendiadas.
Enquanto as chamas lentamente feneciam, a cidade foi exposta, nua, para as
tropas de Tito.
Os soldados lançaram-se sobre todos – homem,
mulher, criança, ricos, pobres, os que haviam se juntado à rebelião, os que se
mantiveram fiéis a Roma, os aristocratas, os sacerdotes. Não fazia diferença.
Eles queimaram tudo. A cidade inteira estava em chamas. O rugido do fogo se
misturava aos gritos de agonia à medida que o enxame romano varria a cidade
alta e a baixa, espalhando corpos pelo chão, chapinhando através de correntes
de
sangue, literalmente escalando montes
de cadáveres em busca dos rebeldes, até que por fim o Templo estava diante deles.
Com o último dos combatentes rebeldes preso no pátio interno, os romanos
incendiaram todo o complexo, fazendo parecer que o Monte do Templo estivesse fervendo
em sua base com sangue e fogo. As chamas envolveram o Santo dos Santos, a morada
do Deus de Israel, e o fez cair no chão em uma pilha de cinzas e pó. Quando o
fogo finalmente diminuiu, Tito deu ordens para destruir o que restava da
cidade, para que nenhuma geração futura sequer lembrasse o nome de Jerusalém.
Milhares pereceram, embora Simão, filho
de Giora – Simão, o fracassado messias –, tenha sido capturado vivo para poder
ser arrastado de volta a Roma, acorrentado, para o Triunfo que Vespasiano tinha
prometido a seu povo. Junto com Simão seguiram os tesouros sagrados
do Templo: a mesa de ouro e os pães da
proposição oferecidos ao Senhor, o candelabro e a menorá de sete braços, os
queimadores de incenso e os copos, as trombetas e os vasos sagrados. Tudo isso
foi carregado em procissão triunfal pelas ruas de Roma, enquanto Vespasiano e
Tito, coroados de louros e vestidos com vestes roxas, assistiam com silenciosa determinação.
Finalmente, no final da procissão, o último dos despojos era carregado para que
todos pudessem ver: uma cópia da Torá, o símbolo supremo da religião judaica.
O ponto de Vespasiano era bem claro:
esta tinha sido uma vitória não sobre um povo, mas sobre o seu deus. Não era a
Judeia, mas o judaísmo que havia sido derrotado. Tito apresentou publicamente a
destruição de Jerusalém como um ato de piedade e uma oferenda aos deuses romanos.
Não tinha sido ele a realizar tal tarefa, alegou. Ele tinha apenas entregado
suas armas para o seu deus, que tinha mostrado sua ira contra o deus dos
judeus.
Extraordinariamente, Vespasiano
decidiu renunciar à prática habitual do evocatio, pela qual um inimigo vencido
tinha a opção de adorar o seu deus em Roma. Não só os judeus seriam proibidos
de reconstruir o seu templo, direito oferecido a quase todos os outros povos dominados
do Império, como seriam obrigados a pagar um imposto de duas dracmas por ano,
a quantidade exata que homens judeus
antes pagavam, em shekels, para o Templo em Jerusalém, a fim de ajudar a
reconstruir o Templo de Júpiter, acidentalmente incendiado durante a guerra
civil romana.
Para os judeus que
sobreviveram ao banho de sangue – aqueles amontoados nus e esfomeados atrás dos
muros desabados das cidades, assistindo com horror aos soldados romanos
urinarem sobre as cinzas fumegantes da Casa de Deus –, era perfeitamente claro quem
era o culpado pela morte e a devastação. Com certeza não tinha sido o Senhor
dos Exércitos que havia trazido tanta destruição sobre a cidade sagrada. Não.
Foram os lestai(Bandidos, “Bandido” era o termo genérico
para qualquer rebelde ou sublevado que empregava a violência armada contra Roma
ou contra os colaboradores judeus.), os rebeldes, os zelotes e os sicários, os
revolucionários nacionalistas que haviam pregado a independência de Roma, os
chamados profetas e falsos messias, que haviam prometido a salvação de Deus em
troca de sua lealdade e zelo. Eles foram os responsáveis pelo ataque romano.
Eles foram os únicos a quem Deus havia abandonado.
Fonte:
Carlos Pastorino
Wikipedia
Josefo
Bíblia de Jerusalém
zelote
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