quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

DESTRUIÇÃO DO TEMPLO

 

Jerusalém sempre foi cidade cobiçada por católicos, judeus, muçulmanos, mas não é o caso contar a história de Jerusalém e sim as previsões de Jesus. No final apresentamos um resumo a respeito da destruição física da cidade, cujos vestígios até os dias de hoje só resta um pedaço do muro chamado de “muro das lamentações”.

 

DESTRUIÇÃO DO TEMPLO

Mat. 24:1-2

Tendo Jesus saído do templo, retirava-se, e chegaram-se os discípulos dele, mostrando-lhe as edificações do templo. Ele, porém, respondendo disse-lhes: "Não vedes tudo isso? Em verdade vos digo, não será deixada aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada".

Marc. 13:1-2

E saindo ele do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre, olha que pedras e que edificações! E Jesus disse-lhe: "Vês essas grandes edificações? Não será deixada aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada".

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Neste trecho, há discordância entre os narradores. Enquanto Mateus nos mostra Jesus já fora do templo a retirar-se, Marcos coloca o episódio no momento mesmo da saída, e Lucas não nos diz o local: apenas, pelo aceno aos "donativos", faz supor que estivessem ainda no templo, embora nada impeça que a referência a eles tenha sido feita fora do ambiente.

Pela sequência, vemos que Jesus saiu pela porta leste, descendo pelo declive do Cedron para, logo após, subir a rampa do monte das Oliveiras. Desse local a vista era maravilhosa, podendo contemplar-se toda a magnificência do templo.

Flávio Josefo (Bellum Judaicum) assim nos descreve: "Tudo o que havia no exterior do templo alegrava os olhos, enchia de admiração e fascinava o espírito: era todo coberto de lâminas de ouro tão espessas que, desde o alvorecer, se ficava tão ofuscado quanto pelos próprios raios solares. Dos lados em que não havia ouro, tão brancas eram as pedras que essa massa soberba parecia, de longe, aos estrangeiros que o não conheciam, uma montanha coberta de neve". Toda essa riqueza fora aí colocada por Herodes o Idumeu, que ampliara o templo de Zorobabel: o pórtico de Salomão, uma cobertura sobre colunas, corria a leste; o pórtico real dominava o Tiropeu. Os recintos internos e o tesouro assombravam os visitantes e constituíam o orgulho dos israelitas. Ora, os discípulos de Jesus participavam desse ufanismo, e por isso um deles lembra-se de chamar a atenção do Mestre para a maravilhosa construção.

A resposta de Jesus constituiu uma ducha de água gelada sobre o calor do entusiasmo deles. "Não ficará aqui pedra sobre pedra". A profecia cumpriu-se à risca no dia 9 de âb (agosto) no ano 70. Flávio Josefo (Bell. Jud. e Ant. Jud.) anota que Tito Lívio fez tudo para salvar o templo da destruição. Mas, depois que uma tocha, lançada por um soldado, iniciou o incêndio "que se propagou como um relâmpago" (são palavras dele, Bell. Jud. 6.4.3-6), Tito ordenou que não só a cidade, mas o próprio templo fosse totalmente arrasado.

Aqui temos a motivação de um fato, a fim de permitir sua posterior explicação e a explanação do ponto a desenvolver. Para conseguir a oportunidade de documentar as lições a respeito da "destruição do templo" e do "término do eon", os evangelistas partiram de uma pergunta que interessaria profundamente a todos. E as predições como toda linguagem profética, apresentam temática confusa, de forma a não elucidar senão aos que tenham consigo a "chave", que não devia ser divulgada ao grande público, a fim de evitar pânico, precipitações e erros prejudiciais.

 

 

DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM

Luc. 19:41-44

Essa narrativa evangélica é quando jesus se dirige a Jerusalém para a ceia com seus discípulos

E como se aproximasse, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: "Se soubesses, neste dia, também tu os (caminhos) para a paz! Mas agora (isto) foi escondido a teus olhos.  Pois virão dias sobre ti em que teus inimigos te cavarão fossos, te cercarão de trincheiras e te comprimirão de todos os lados,  e derrubarão a ti e a teus filhos em ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não percebeste o momento de tua inspeção".

Jesus estava ainda no monte das Oliveiras, a uma altura de 810 m do nível do Mediterrâneo, 60 m acima da esplanada do templo, podendo ver todo o movimento intenso daqueles dias festivos da páscoa. O panorama mostrava, no primeiro plano, o vale de Cedron e Getsêmani, Jerusalém com seu templo majestoso; ao sul via-se Belém, a cidade de David, sede da antiga escola de profetas: ao norte a Samaria e o monte Garizim; a leste o vale do Jordão, o mar Morto e, para além, os montes Moab e Galaad. No monte das Oliveiras Salomão ergueu altares a Ashtoreth, Chemosh, Molcch e Milcom cfr. 1.º Reis 11:7 e 2.º Reis, 23:13). Foi, por isso, chamado monte da perdição, da corrupção ou do escândalo. No Novo Testamento foi testemunha da entrada triunfal em Jerusalém, do discurso sobre a destruição do templo e sobre o fim do ciclo, da agonia e da paixão de Jesus dos últimos ensinamentos após a ressurreição e da "ascensão". Ao voltar-se, no jumentinho, para dirigir-se à cidade, Jesus olhou a imponência dourada do templo e sentiu sua psiquê comover-se, ao antever o que ocorreria anos mais tarde: o drama da massa de seus habitantes e das autoridades aí residentes. Anteviu o cerco que sofreria daí a quarenta anos e sua destruição total por obra de seus dominadores. E lamenta que não perceba o "momento de sua inspeção". As traduções correntes traduzem episkopês por "visitação". Preferimos apresentar o sentido etimológico: epí - "sobre"; e skopês - "vista", ou seja, inspeção. Alguns racionalistas alegaram que Lucas escreveu a posterióri, e por isso foi preciso em certos pormenores. Mas se o tivesse feito, teria silenciado o caso mais espetacular, que foi o total incêndio do templo, com o ouro do revestimento a correr em cachoeiras?

Todos os comentadores, nestes dois milênios, salientaram, neste trecho, a VINGANÇA de Deus, que fez destruir Jerusalém porque não recebeu, não ouviu, não compreendeu, Jesus e o crucificou ... Jamais poderíamos aceitar um deus que fosse vingativo, pois refletiria uma das piores e mais baixas características dos seres involuídos. Como podem mentes espiritualmente esclarecidas admitir tais barbaridades?

Toda a angústia dos corações dirigentes dos setores humanos reside na verificação de que as criaturas não respondem ao chamado insistente para evoluir, nem mesmo nos momentos supremos em que os grandes Avatares chegam pessoalmente, para observar ("inspecionar") e estudar qual o melhor remédio para ser aplicado ao grupo. A simples presença física do Mensageiro, com Sua poderosa vibração espiritual, é suficiente para atrair e modificar os que estão à altura de perceber. Mas, como escreveu Emmanuel, "para despertar um passarinho basta um silencioso raio de sol, enquanto para acordar uma rocha torna-se necessária a dinamite".

A dor que causa ao pai ou à mãe a necessidade de realizar uma operação cirúrgica num filho querido é ainda menor que a sofrida por Jesus, quando verificou as operações cirúrgicas violentíssimas indispensáveis para curar aqueles corações empedernidos. Feita a verificação que lhe motiva tristeza e chega a arrancar-Lhe lágrimas, deixará que a história, em seu desenvolvimento normal, venha a agir na correção necessária. Se fora o mesquinho sentimento de vingança, por que esperar quarenta anos, quando outra geração estaria no apogeu, e não aquela que havia condenado Jesus? A ação teria que ter sido imediata, para que se visse a relação de causa a efeito. Mas os Espíritos Superiores, que nos mandam perdoar setenta vezes sete, já aprenderam essa lição, e são incapazes de vinganças rasteiras. Se nosso filho faz uma traquinagem e cai, quebrando uma perna, providenciamos o engessamento durante os dias necessários à cura, talvez prendendo-o no leito. Chamaremos a isso vingança? Ou haverá qualquer laivo de vingança em nós? "Se nós, sendo maus, sabemos dar boas dádivas a nossos filhos, quanto mais o Pai celestial" (cfr. Luc. 11:13). Jesus, o Médico por excelência, anteviu o remédio amargo e doloroso necessário para que aquele povo se modificasse, e compreendeu que a cura seria longa. Por isso, lamenta profundamente o que ocorrerá. Aplicando a nós mesmos a lição, vemos que a "cidade" constituída por nossa personagem ainda rebelde, causa sofrimento ao Espírito, ao verificar ele que nosso intelecto não aceita suas inspirações evidentes, seus apelos continuados, seus "gemidos inenarráveis" (Rom. 8:26); o Espírito, (nós a individualidade) antevê as dores que advirão para a personagem nesta e em próximas vidas, repercutindo sobre si mesmo, tal como os sofrimentos da humanidade necessariamente repercutem sobre Jesus, cujo Espírito está para a humanidade terrena, assim como nosso espírito está para os órgãos e células de nosso corpo, tanto no plano astral como no físico.

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DESTRUIÇÃO NO ANO 70

Pois tão logo Simão tinha consolidado sua autoridade sobre o resto dos grupos rebeldes, Tito apareceu às portas da cidade, com quatro legiões romanas a reboque, exigindo a rendição imediata de Jerusalém.

De repente, o sectarismo e as rixas entre os judeus deram lugar aos preparativos frenéticos para o ataque romano iminente. Mas Tito não tinha pressa em atacar. Em vez disso, ordenou a seus homens a construção de um muro de pedra ao redor de Jerusalém, prendendo todos lá dentro e cortando todo o acesso à comida e à água. Ele, então, montou acampamento no Monte das Oliveiras, de onde tinha uma visão desobstruída da população da cidade enquanto ela lentamente morria de fome.

E a fome que se seguiu foi horrível. Famílias inteiras morreram em suas casas. As ruas estavam cheias de corpos de mortos; não havia espaço nem força para enterrá-los corretamente. Os habitantes de Jerusalém se arrastavam através dos esgotos em busca de alimento. As pessoas comiam estrume de vaca e tufos de capim seco. Rasgavam e mastigavam o couro de cintos e sapatos. Houve relatos dispersos de judeus que sucumbiram e comeram os mortos. Aqueles que tentavam fugir da cidade eram facilmente capturados e crucificados no Monte das Oliveiras, para que todos pudessem ver.

Teria sido suficiente para Tito simplesmente esperar que a população morresse por conta própria. Ele não teria necessidade de desembainhar a espada para derrotar Jerusalém e acabar com a rebelião. Mas não foi para fazer isso que seu pai o enviara. Sua tarefa não era submeter os judeus pela fome, era erradicá-los da terra que alegavam como sua. E assim, no final de

abril de 70 d.C., quando a morte espreitava a cidade e a população perecia às centenas de fome e sede, Tito reuniu suas legiões e invadiu Jerusalém.

Os romanos lançaram plataformas ao longo das paredes da cidade alta e começaram a bombardear os rebeldes com artilharia pesada. Construíram um grande aríete que facilmente violou o primeiro muro que circundava Jerusalém. Quando os rebeldes se retiraram para uma segunda parede interior, esta também foi violada e as portas, incendiadas. Enquanto as chamas lentamente feneciam, a cidade foi exposta, nua, para as tropas de Tito.

Os soldados lançaram-se sobre todos – homem, mulher, criança, ricos, pobres, os que haviam se juntado à rebelião, os que se mantiveram fiéis a Roma, os aristocratas, os sacerdotes. Não fazia diferença. Eles queimaram tudo. A cidade inteira estava em chamas. O rugido do fogo se misturava aos gritos de agonia à medida que o enxame romano varria a cidade alta e a baixa, espalhando corpos pelo chão, chapinhando através de correntes de

sangue, literalmente escalando montes de cadáveres em busca dos rebeldes, até que por fim o Templo estava diante deles. Com o último dos combatentes rebeldes preso no pátio interno, os romanos incendiaram todo o complexo, fazendo parecer que o Monte do Templo estivesse fervendo em sua base com sangue e fogo. As chamas envolveram o Santo dos Santos, a morada do Deus de Israel, e o fez cair no chão em uma pilha de cinzas e pó. Quando o fogo finalmente diminuiu, Tito deu ordens para destruir o que restava da cidade, para que nenhuma geração futura sequer lembrasse o nome de Jerusalém.

Milhares pereceram, embora Simão, filho de Giora – Simão, o fracassado messias –, tenha sido capturado vivo para poder ser arrastado de volta a Roma, acorrentado, para o Triunfo que Vespasiano tinha prometido a seu povo. Junto com Simão seguiram os tesouros sagrados

do Templo: a mesa de ouro e os pães da proposição oferecidos ao Senhor, o candelabro e a menorá de sete braços, os queimadores de incenso e os copos, as trombetas e os vasos sagrados. Tudo isso foi carregado em procissão triunfal pelas ruas de Roma, enquanto Vespasiano e Tito, coroados de louros e vestidos com vestes roxas, assistiam com silenciosa determinação. Finalmente, no final da procissão, o último dos despojos era carregado para que todos pudessem ver: uma cópia da Torá, o símbolo supremo da religião judaica.

O ponto de Vespasiano era bem claro: esta tinha sido uma vitória não sobre um povo, mas sobre o seu deus. Não era a Judeia, mas o judaísmo que havia sido derrotado. Tito apresentou publicamente a destruição de Jerusalém como um ato de piedade e uma oferenda aos deuses romanos. Não tinha sido ele a realizar tal tarefa, alegou. Ele tinha apenas entregado suas armas para o seu deus, que tinha mostrado sua ira contra o deus dos judeus.

Extraordinariamente, Vespasiano decidiu renunciar à prática habitual do evocatio, pela qual um inimigo vencido tinha a opção de adorar o seu deus em Roma. Não só os judeus seriam proibidos de reconstruir o seu templo, direito oferecido a quase todos os outros povos dominados do Império, como seriam obrigados a pagar um imposto de duas dracmas por ano,

a quantidade exata que homens judeus antes pagavam, em shekels, para o Templo em Jerusalém, a fim de ajudar a reconstruir o Templo de Júpiter, acidentalmente incendiado durante a guerra civil romana.

Para os judeus que sobreviveram ao banho de sangue – aqueles amontoados nus e esfomeados atrás dos muros desabados das cidades, assistindo com horror aos soldados romanos urinarem sobre as cinzas fumegantes da Casa de Deus –, era perfeitamente claro quem era o culpado pela morte e a devastação. Com certeza não tinha sido o Senhor dos Exércitos que havia trazido tanta destruição sobre a cidade sagrada. Não. Foram os lestai(Bandidos, “Bandido” era o termo genérico para qualquer rebelde ou sublevado que empregava a violência armada contra Roma ou contra os colaboradores judeus.),  os rebeldes, os zelotes e os sicários, os revolucionários nacionalistas que haviam pregado a independência de Roma, os chamados profetas e falsos messias, que haviam prometido a salvação de Deus em troca de sua lealdade e zelo. Eles foram os responsáveis pelo ataque romano. Eles foram os únicos a quem Deus havia abandonado.

Fonte:

Carlos Pastorino

Wikipedia

Josefo

Bíblia de Jerusalém

zelote

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