quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

FENÔMENOS DA MEMÓRIA

 

FENÔMENOS DA MEMÓRIA

 

A memória é a faculdade que mais tem atraído a atenção dos filósofos de todas as épocas: "A faculdade misteriosa que reflete e conserva os acidentes, as formas e as modificações do pensamento, no espaço e no tempo. Ela representa essa sucessão de ideias, imagens e acontecimentos que já se esvaíram e ficaram sepultados no passado. Ressuscita-os espiritualmente na mesma graduação pela qual o cérebro os experimentou e a consciência os percebeu e formou."

Aí estão os fenômenos, aí estão os fatos subjetivos, mas reais; como negá-los? Como explicá-los sem a admissão de um princípio imutável que os coordena e expende?

"Thompson, Vierodt, Flourens, dizem que os fatos justificam plenamente a suposição de que o corpo renova a maior parte da sua substância em um lapso de 20 a 30 dias, e acrescentam: "até o ar que respiramos muda a cada instante a composição do cérebro e dos nervos".

Como demonstrar que, apesar dessas mutações contínuas, nos conservamos sempre idênticos?

"Entretanto envelhecemos e sabemos que nosso EU não mudou. No meio das vicissitudes da existência, nossas faculdades podem alargar-se ou alternar-se, e mesmo obliterar-se; nossas predileções podem variar indefinidamente, e nossa conduta apresentar as contradições mais singulares, contudo, estamos persuadidos de que conservamos o mesmo ser primitivo, e temos consciência de que ninguém se colocou em nosso lugar; entretanto, em todos os elementos do nosso corpo, nenhum dos átomos que o constituíam há dez anos atrás subsiste presentemente neles."

Como permanece a memória que temos dos acontecimentos passados?

Foram os fenômenos da memória, e tão somente da memória, que fizeram a Escola Espiritualista proclamar a existência, no homem, de um princípio que é imutável, e cuja natureza indivisível não se acha sujeita, como a da matéria, à destruição.

Conseguintemente, é a alma que conserva a reminiscência dos fatos verificados, assim como favorece as conquistas da inteligência e o desdobramento das virtudes, lentamente adquiridas na luta incessante contra as paixões: 

Até     aqui, nada de novo adiantamos: Aristóteles, Descartes, Leibnïtz, São Tomás de Aquino, Ballanche, Helmont e inúmeros filósofos da Antiguidade proclamaram esta doutrina, ou seja, a doutrina da existência da alma.

Mas, o que é a alma? No que consiste este princípio imutável, cuja natureza indivisível não está sujeita às leis físico-químicas, por não se adstringir ao tempo e espaço?

Não se pode deixar de concluir que a alma não é a resultante do organismo, do corpo, desde que permanece apesar das mutações da matéria, à qual soube resistir e vencer.

Então que será ela? - Uma chama, uma luz, uma estrela, uma nuvem, uma coisa abstrata, que nem ideia de si nos possa dar?

Aqui intervêm o Espiritismo, cujos ensinos constituem a solução do maior de todos os problemas que têm embaraçado os filósofos de todos os tempos.

O homem terreno, por mais ilustrado e perspicaz que seja, não pode perceber nem compreender as coisas Espirituais, senão por manifestações, como dissemos, subjetivas e objetivas, ou sejam, diretas ou indiretas.

A alma de per si, sem uma forma, sem um corpo para sua manifestação passaria, como passam as ondas hertzianas, a matéria radiante, os raios imponderáveis e invisíveis.

Tanto isso é verdade que o filósofo materialista Hartmann disse: "Se se pudesse demonstrar que o Espírito individual persiste depois da morte, eu concluiria daí que, apesar da desagregação do corpo, a substância do organismo persistiria sob uma forma inalienável, porque só com esta condição posso conceber a persistência do Espírito individual."

Pois é justamente isso que o Espiritismo explica, demonstrando por meio de fatos incontestes, que uma substância do organismo persiste sob forma inalienável; e é justamente essa substância que constitui o perispírito corpo espiritual que é inseparável da alma.

Segundo o Espiritismo, a ideia de alma é inseparável da ideia de uma forma que a envolve. Assim como o corpo carnal é parte integrante do homem, o corpo espiritual é parte integrante da alma.

O perispírito não é uma concepção filosófica para remediar complacentemente as dificuldades da investigação é uma realidade física, um órgão que não se conhecia e é hoje constatado até pela chapa fotográfica. A noção do perispírito vem esclarecer o fenômeno da memória, pois ele se nos apresenta como o local dos estados de consciência passados, o armazém de lembranças, a região no qual se faz a fixação mnemônica. Pois bem, o ser pensante continua a existir depois da morte, com esse corpo que é inalienável.

Sim; didaticamente para ficar bem simples podemos dividir a memória em

CONSCIENTE-que é tudo o que você lembra o que comeu ontem o que fez semana passada etc...

SUBCONSCIENTE – o que você já esqueceu pelo passar do tempo, mas um perfume, uma música pode voltar a lembrar alguma coisa ou alguém e retornar ao consciente...

INCONSCIENTE – são os arquivos das vidas passadas e que não são acessíveis de forma comum. Tem-se conseguido acessar para curar doenças através da TRVP, (terapia de regressão a vidas passadas), mas não é qualquer psiquiatra que aceita e consegue.

FONTE:

Estudo de Caibar Schutel

Carvalho, Antônio Hermínio de

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