FENÔMENOS DA MEMÓRIA
A memória é a faculdade que mais tem atraído a atenção dos
filósofos de todas as épocas: "A faculdade misteriosa que reflete e
conserva os acidentes, as formas e as modificações do pensamento, no espaço e
no tempo. Ela representa essa sucessão de ideias, imagens e acontecimentos que
já se esvaíram e ficaram sepultados no passado. Ressuscita-os espiritualmente
na mesma graduação pela qual o cérebro os experimentou e a consciência os
percebeu e formou."
Aí estão os fenômenos, aí estão os fatos subjetivos, mas reais;
como negá-los? Como explicá-los sem a admissão de um princípio imutável que os
coordena e expende?
"Thompson, Vierodt, Flourens, dizem que os fatos justificam
plenamente a suposição de que o corpo renova a maior parte da sua substância em
um lapso de 20 a 30 dias, e acrescentam: "até o ar que respiramos muda a
cada instante a composição do cérebro e dos nervos".
Como demonstrar que, apesar dessas mutações contínuas, nos
conservamos sempre idênticos?
"Entretanto envelhecemos e sabemos que nosso EU não mudou. No
meio das vicissitudes da existência, nossas faculdades podem alargar-se ou
alternar-se, e mesmo obliterar-se; nossas predileções podem variar
indefinidamente, e nossa conduta apresentar as contradições mais singulares,
contudo, estamos persuadidos de que conservamos o mesmo ser primitivo, e temos
consciência de que ninguém se colocou em nosso lugar; entretanto, em todos os
elementos do nosso corpo, nenhum dos átomos que o constituíam há dez anos atrás
subsiste presentemente neles."
Como permanece a memória que temos dos acontecimentos passados?
Foram os fenômenos da memória, e tão somente da memória, que
fizeram a Escola Espiritualista proclamar a existência, no homem, de um
princípio que é imutável, e cuja natureza indivisível não se acha sujeita, como
a da matéria, à destruição.
Conseguintemente, é a alma que conserva a reminiscência dos fatos
verificados, assim como favorece as conquistas da inteligência e o
desdobramento das virtudes, lentamente adquiridas na luta incessante contra as
paixões:
Até aqui, nada de novo
adiantamos: Aristóteles, Descartes, Leibnïtz, São Tomás de Aquino, Ballanche,
Helmont e inúmeros filósofos da Antiguidade proclamaram esta doutrina, ou seja,
a doutrina da existência da alma.
Mas, o que é a alma? No que consiste este princípio imutável, cuja
natureza indivisível não está sujeita às leis físico-químicas, por não se
adstringir ao tempo e espaço?
Não se pode deixar de concluir que a alma não é a resultante do
organismo, do corpo, desde que permanece apesar das mutações da matéria, à qual
soube resistir e vencer.
Então que será ela? - Uma chama, uma luz, uma estrela, uma nuvem,
uma coisa abstrata, que nem ideia de si nos possa dar?
Aqui intervêm o Espiritismo, cujos ensinos constituem a solução do
maior de todos os problemas que têm embaraçado os filósofos de todos os tempos.
O homem terreno, por mais ilustrado e perspicaz que seja, não pode
perceber nem compreender as coisas Espirituais, senão por manifestações, como
dissemos, subjetivas e objetivas, ou sejam, diretas ou indiretas.
A alma de per si, sem uma forma, sem um corpo para sua
manifestação passaria, como passam as ondas hertzianas, a matéria radiante, os
raios imponderáveis e invisíveis.
Tanto isso é verdade que o filósofo materialista Hartmann disse:
"Se se pudesse demonstrar que o Espírito individual persiste depois da
morte, eu concluiria daí que, apesar da desagregação do corpo, a substância do
organismo persistiria sob uma forma inalienável, porque só com esta condição
posso conceber a persistência do Espírito individual."
Pois é justamente isso que o Espiritismo explica, demonstrando por
meio de fatos incontestes, que uma substância do organismo persiste sob forma
inalienável; e é justamente essa substância que constitui o perispírito corpo
espiritual que é inseparável da alma.
Segundo o Espiritismo, a ideia de alma é inseparável da ideia de
uma forma que a envolve. Assim como o corpo carnal é parte integrante do homem,
o corpo espiritual é parte integrante da alma.
O perispírito não é uma concepção filosófica para remediar
complacentemente as dificuldades da investigação é uma realidade física, um
órgão que não se conhecia e é hoje constatado até pela chapa fotográfica. A
noção do perispírito vem esclarecer o fenômeno da memória, pois ele se nos
apresenta como o local dos estados de consciência passados, o armazém de
lembranças, a região no qual se faz a fixação mnemônica. Pois bem, o ser
pensante continua a existir depois da morte, com esse corpo que é inalienável.
Sim; didaticamente para ficar bem simples podemos dividir a
memória em
CONSCIENTE-que é tudo o que você lembra o que comeu ontem o que
fez semana passada etc...
SUBCONSCIENTE – o que você já esqueceu pelo passar do tempo, mas
um perfume, uma música pode voltar a lembrar alguma coisa ou alguém e retornar
ao consciente...
INCONSCIENTE – são os arquivos das vidas passadas e que não são
acessíveis de forma comum. Tem-se conseguido acessar para curar doenças através
da TRVP, (terapia de regressão a vidas passadas), mas não é qualquer psiquiatra
que aceita e consegue.
FONTE:
Estudo de Caibar Schutel
Carvalho, Antônio Hermínio de
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