Estudamos e discutimos o Professor Cortella
independente do assunto, pois basta que alguém do grupo se interesse por um
assunto abordado. Não estudamos o Cortella mas discutimos o assunto até que
haja consenso
"O mundo que vamos deixar para os nossos filhos
depende dos filhos que vamos deixar para o nosso mundo"
No Congresso Estadual da APEPREM
(ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO E DOS MUNICÍPIOS),
em Sorocaba, Cortella falou sobre ética de maneira leve e bem-humorada, fez os
convidados refletirem sobre o tema proposto e falou com exclusividade para o
jornal Cruzeiro
do Sul.
- O que é ética?
Ética é escolha. É o
conjunto de valores e princípios que aprendemos e adotamos. Ela impacta tudo o
que está no nosso cotidiano. Absolutamente tudo. É a proteção da decência. É a
tua e a minha capacidade de não descuidarmos daquilo que nos ajuda em relação
ao nosso modo de sermos decentes. É decisão. Cada um de nós podemos ser
angelicais ou demoníacos, qualquer um sabe como abençoar ou amaldiçoar uma
situação ou alguém. A opção é de cada um.
- Qual a diferença entre o que
é ético, legal e moral?
Legal é o que se
refere à lei. Moral é a prática dos seus princípios éticos. A moral é
individual, é a prática de cada um. Não é a mesma coisa que ética, que é de um
grupo, uma comunidade - mas tudo está conectado.
- O indivíduo aprende a ser
ético? Existem pessoas que, por desvio de personalidade, não conseguem?
A ética passa pela
educação - não obrigatoriamente pela escola - e pela formação de cada um. Toda
pessoa deve receber esses valores, práticas, convencimentos e punições. Ninguém
é antiético por causa da personalidade, isso não existe na vida humana. A menos
que a pessoa seja um psicopata, aí é uma doença. Não existe ninguém sem ética,
só quem não pode escolher, decidir e julgar por si mesmo, como uma criança
pequena ou um idoso com Alzheimer. Nesse caso, a pessoa é aética, ou seja,
incapaz.
-
A atualidade contribui para a falta de ética?
A questão ética não fica
mais difícil com os tempos modernos. Fica diferente do que ela foi. Esse
individualismo cada vez mais vivido nos dias atuais pode nos levar à degradação
e até à extinção.
- A impunidade influência nas
atitudes antiéticas?
Sim, porque cada vez
que alguém colhe a notícia da impunidade, se sentirá invadido quando se sente
praticante daquilo que é correto e vai repensar se vale a pena ser ético. Isso
ameaça a ética.
- É preciso falar mais sobre
ética?
O tempo todo. É preciso
falar e praticar mais. Ética é exemplar, é aquilo que a gente mostra, não
aquilo que a gente fala. O mundo que vamos deixar para os nossos filhos depende
dos filhos que vamos deixar para o nosso mundo.
Fonte:
Sergio Mario Cortella
Filósofo, doutor em
Educação, professor da PUC/SP
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