domingo, 5 de setembro de 2021

DEFORMAÇÕES E ZOANTROPIA (LICANTROPIA)

 

DEFORMAÇÕES E ZOANTROPIA (LICANTROPIA)

Ao acompanharmos a obra de André Luiz, deparamo-nos com a descrição de Espíritos que se apresentam com expressões fisionômicas harmônicas, sem rugas, de aparência mais jovem ou mais amadurecida, com cabelos brancos ou de outra coloração, conforme a preferência de cada um.

Isso em Nosso Lar ou em cidades e instituições congêneres.

A esposa do psiquiatra de Margarida

Na Terra, porém, o corpo físico nem sempre denota a posição espiritual do morador, em compensação o períspirito...

Vejamos um caso do livro Libertação.

André Luiz faz observações na casa do médico que cuida do caso Margarida. O duelo mental nesta casa é enorme. Ninguém cede, ninguém desculpa e o combate espiritual permanente transforma o recinto numa arena de trevas, disse-lhe Maurício, um espírito amigo, que havia sido enfermeiro do médico. Casado em segundas núpcias, o dono da casa possuía dois filhos do primeiro matrimônio. Mas o desentendimento e a desarmonia na casa eram enormes, porque, além da incompreensão dos dois filhos, pesava no ambiente a atuação da primeira esposa, que considerava a casa como sua propriedade exclusiva.

André Luiz fixou a atenção na segunda esposa, agora sentada à mesa do almoço: apuro na apresentação, muito bem penteada e maquiada, traje elegante, joias discretas; sem dúvida, uma dama de fino trato. O médico desencarnado, contudo, examinou corpo e alma e observou um halo escuro que lhe denunciava a posição de inferioridade. Suas observações eram corretas. Quando a senhora tirava sono da sesta, num divã largo e macio, o seu períspirito, abandonando o corpo físico, deixou transparecer a sua condição espiritual. A senhora tornara-se irreconhecível. Estampava no rosto os sinais das bruxas dos velhos contos infantis. A boca, os olhos, o nariz e os ouvidos revelavam algo monstruoso. Ao vê-la, André Luiz recordou-se do livro de Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray. Nele, à medida que o dono se alterava, intimamente, com a prática do mal, o retrato adquiria horrenda expressão. Maurício concordou e acrescentou: Sim, meu amigo, a imaginação de Wilde não fantasiou. O homem e a mulher, com os seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no íntimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda, deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma, tanto quanto cada ação generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição a forma perispirítica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente depois da morte do corpo denso. Há criaturas belas e admiráveis na carne e que, no fundo, são verdadeiros monstros mentais, do mesmo modo que há corpos torturados e detestados, no mundo, escondendo Espíritos angélicos, de celestial formosura.

 

ALTERAÇÕES E DEFORMAÇÕES

Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz adianta a nomenclatura utilizada no mundo espiritual para diversas alterações do psicossoma, consequentes a patologias mentais diferentes. Adinamia seria a queda mental no remorso; Hiperdinamia, a patologia consequente aos delírios da imaginação, provocando hipo ou hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantêm.

Utiliza também a denominação Miopraxia do Centro Genésico Atonizado para designar a patologia do organismo sutil no caso do aborto provocado, que seria a arritmia do chacra responsável pela organização das energias sexuais.

CASO ANTÔNIO OLÍMPIO Em Ação e Reação, nos trabalhos de socorro da Mansão Paz, estabelecimento situado na s regiões inferiores, mas que permanece sob a jurisdição da cidade Nosso Lar, foi recolhido um desencarnado, cujo rosto era disforme, todos os traços se confundiam, qual se fosse uma esfera estranha e, além disso, seus braços e pernas eram hipertrofiados, enormes. Depois de consultá-lo, o instrutor Druso afirmou que o desencarnado em questão encontrava-se sob terrível hipnose, tendo sido conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, decerto, para torturá-lo, fixaram-lhe a mente em alguma penosa recordação.

Era Antônio Olímpio, o fazendeiro que assassinara os dois irmãos e cujo crime passou despercebido da justiça humana. Sua história está também no estudo da fixação mental.

CASO DA MULHER LOBA

Em Libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, às regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o aleijão, as deformidades de toda a sorte e os ovoides. O períspirito de todos os habitantes dessas regiões é opaco, como o corpo físico e pode sofrer ainda alterações mais profundas, deixando sua forma humana, para apresentar-se como a de um animal. É o fenômeno conhecido, genericamente, como Zoantropia, mas que tem na Licantropia - transformação em lobo - o processo mais conhecido. Nas regiões inferiores, onde habitava Gregório antes de sua reencarnação, conseguida após setecentos anos de erraticidade, os desencarnados são julgados semanalmente por juízes implacáveis. As operações seletivas realizam-se com base nas irradiações de cada um, por técnicos que identificam os diversos males, através das cores da aura dos Espíritos ignorantes, perversos e desequilibrados. Gúbio explicou que cada mente vive na companhia que elege para si mesma. Ali estavam, aos magotes, almas envilecidas, esquecidas das lições de amor do mestre Jesus. Uma mulher foi trazida ao tribunal para julgamento. Confessa, diante dos juízes, que matou quatro filhinhos, e contratou o assassinato do próprio mando, entregando-se depois às bebidas de prazer, mas nunca pôde fugir da própria consciência. Através de olhar temível, o juiz sentenciou-a, dizendo que ela não passava de uma loba. A mulher desencarnada passou a modificar-se, paulatinamente, diante da sentença repetida várias vezes. Via-se, patente, naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre o corpo perispirítico. Gúbio enfatizou a relevância do remorso, estado de alma, que conduz à corrigenda da falta, mas que também abre brecha, através da qual o credor se insinua, cobrando o pagamento. Esse estado aliado ao hipnotismo explica a transformação do períspirito. O hipnotismo é tão velho quanto o mundo, e é recurso empregado pelos bons e pelos maus, tomando-se por base, acima de tudo, os elementos plásticos do períspirito, enfatizou. Tornou-se clássica na literatura espiritualista o caso de Nabucodonosor, rei cruel e despótico, que viveu, sentindo-se como animal, durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4.33) que o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo como as penas da águia e suas unhas como as das aves.

Quanto à irmã transformada em loba, Gúbio afirmou que ela não passaria por essa humilhação se não a merecesse e que poderá renovar-se mentalmente, se o desejar, pois, para todos os Espíritos, Deus mantém aberta a senda redentora. O número de comunicações de Espíritos de apresentação animalesca nas sessões espíritas é muito Grande. Como afirma André Luiz - A obsessão é flagelo geminado com a ignorância, somente a desobsessão remove as trevas do espírito.

Fonte:

Obsessão e suas máscaras

Dra. Marlene Nobre

Evolução em dois mundos

Os Mensageiros

Nos Domínios da Mediunidade

Libertação

Ação e reação

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