DEFORMAÇÕES
E ZOANTROPIA (LICANTROPIA)
Ao
acompanharmos a obra de André Luiz, deparamo-nos com a descrição de Espíritos
que se apresentam com expressões fisionômicas harmônicas, sem rugas, de
aparência mais jovem ou mais amadurecida, com cabelos brancos ou de outra
coloração, conforme a preferência de cada um.
Isso
em Nosso Lar ou em cidades e instituições congêneres.
A
esposa do psiquiatra de Margarida
Na
Terra, porém, o corpo físico nem sempre denota a posição espiritual do morador,
em compensação o períspirito...
Vejamos
um caso do livro Libertação.
André
Luiz faz observações na casa do médico que cuida do caso Margarida. O duelo
mental nesta casa é enorme. Ninguém cede, ninguém desculpa e o combate
espiritual permanente transforma o recinto numa arena de trevas, disse-lhe
Maurício, um espírito amigo, que havia sido enfermeiro do médico. Casado em
segundas núpcias, o dono da casa possuía dois filhos do primeiro matrimônio.
Mas o desentendimento e a desarmonia na casa eram enormes, porque, além da
incompreensão dos dois filhos, pesava no ambiente a atuação da primeira esposa,
que considerava a casa como sua propriedade exclusiva.
André
Luiz fixou a atenção na segunda esposa, agora sentada à mesa do almoço: apuro
na apresentação, muito bem penteada e maquiada, traje elegante, joias
discretas; sem dúvida, uma dama de fino trato. O médico desencarnado, contudo,
examinou corpo e alma e observou um halo escuro que lhe denunciava a posição de
inferioridade. Suas observações eram corretas. Quando a senhora tirava sono da
sesta, num divã largo e macio, o seu períspirito, abandonando o corpo físico,
deixou transparecer a sua condição espiritual. A senhora tornara-se
irreconhecível. Estampava no rosto os sinais das bruxas dos velhos contos
infantis. A boca, os olhos, o nariz e os ouvidos revelavam algo monstruoso. Ao
vê-la, André Luiz recordou-se do livro de Oscar Wilde, O Retrato de Dorian
Gray. Nele, à medida que o dono se alterava, intimamente, com a prática do mal,
o retrato adquiria horrenda expressão. Maurício concordou e acrescentou: Sim,
meu amigo, a imaginação de Wilde não fantasiou. O homem e a mulher, com os seus
pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no íntimo, a verdadeira forma
espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda, deixam aleijões e sulcos
horrendos no campo da alma, tanto quanto cada ação generosa e cada pensamento
superior acrescentam beleza e perfeição a forma perispirítica, dentro da qual a
individualidade real se manifesta, mormente depois da morte do corpo denso. Há
criaturas belas e admiráveis na carne e que, no fundo, são verdadeiros monstros
mentais, do mesmo modo que há corpos torturados e detestados, no mundo,
escondendo Espíritos angélicos, de celestial formosura.
ALTERAÇÕES
E DEFORMAÇÕES
Em
Evolução em Dois Mundos, André Luiz adianta a nomenclatura utilizada no mundo
espiritual para diversas alterações do psicossoma, consequentes a patologias
mentais diferentes. Adinamia seria a queda mental no remorso; Hiperdinamia, a
patologia consequente aos delírios da imaginação, provocando hipo ou
hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantêm.
Utiliza
também a denominação Miopraxia do Centro Genésico Atonizado para designar a
patologia do organismo sutil no caso do aborto provocado, que seria a arritmia
do chacra responsável pela organização das energias sexuais.
CASO
ANTÔNIO OLÍMPIO Em Ação e Reação, nos trabalhos de socorro da Mansão Paz,
estabelecimento situado na s regiões inferiores, mas que permanece sob a
jurisdição da cidade Nosso Lar, foi recolhido um desencarnado, cujo rosto era
disforme, todos os traços se confundiam, qual se fosse uma esfera estranha e,
além disso, seus braços e pernas eram hipertrofiados, enormes. Depois de
consultá-lo, o instrutor Druso afirmou que o desencarnado em questão
encontrava-se sob terrível hipnose, tendo sido conduzido a essa posição por
adversários temíveis, que, decerto, para torturá-lo, fixaram-lhe a mente em
alguma penosa recordação.
Era
Antônio Olímpio, o fazendeiro que assassinara os dois irmãos e cujo crime
passou despercebido da justiça humana. Sua história está também no estudo da
fixação mental.
CASO
DA MULHER LOBA
Em
Libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, às
regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o
aleijão, as deformidades de toda a sorte e os ovoides. O períspirito de todos
os habitantes dessas regiões é opaco, como o corpo físico e pode sofrer ainda
alterações mais profundas, deixando sua forma humana, para apresentar-se como a
de um animal. É o fenômeno conhecido, genericamente, como Zoantropia, mas que
tem na Licantropia - transformação em lobo - o processo mais conhecido. Nas
regiões inferiores, onde habitava Gregório antes de sua reencarnação,
conseguida após setecentos anos de erraticidade, os desencarnados são julgados
semanalmente por juízes implacáveis. As operações seletivas realizam-se com
base nas irradiações de cada um, por técnicos que identificam os diversos
males, através das cores da aura dos Espíritos ignorantes, perversos e
desequilibrados. Gúbio explicou que cada mente vive na companhia que elege para
si mesma. Ali estavam, aos magotes, almas envilecidas, esquecidas das lições de
amor do mestre Jesus. Uma mulher foi trazida ao tribunal para julgamento.
Confessa, diante dos juízes, que matou quatro filhinhos, e contratou o
assassinato do próprio mando, entregando-se depois às bebidas de prazer, mas
nunca pôde fugir da própria consciência. Através de olhar temível, o juiz
sentenciou-a, dizendo que ela não passava de uma loba. A mulher desencarnada
passou a modificar-se, paulatinamente, diante da sentença repetida várias
vezes. Via-se, patente, naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre
o corpo perispirítico. Gúbio enfatizou a relevância do remorso, estado de alma,
que conduz à corrigenda da falta, mas que também abre brecha, através da qual o
credor se insinua, cobrando o pagamento. Esse estado aliado ao hipnotismo
explica a transformação do períspirito. O hipnotismo é tão velho quanto o mundo,
e é recurso empregado pelos bons e pelos maus, tomando-se por base, acima de
tudo, os elementos plásticos do períspirito, enfatizou. Tornou-se clássica na
literatura espiritualista o caso de Nabucodonosor, rei cruel e despótico, que
viveu, sentindo-se como animal, durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4.33) que o
seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo como as penas
da águia e suas unhas como as das aves.
Quanto
à irmã transformada em loba, Gúbio afirmou que ela não passaria por essa
humilhação se não a merecesse e que poderá renovar-se mentalmente, se o
desejar, pois, para todos os Espíritos, Deus mantém aberta a senda redentora. O
número de comunicações de Espíritos de apresentação animalesca nas sessões
espíritas é muito Grande. Como afirma André Luiz - A obsessão é flagelo
geminado com a ignorância, somente a desobsessão remove as trevas do espírito.
Fonte:
Obsessão
e suas máscaras
Dra.
Marlene Nobre
Evolução
em dois mundos
Os
Mensageiros
Nos
Domínios da Mediunidade
Libertação
Ação
e reação
Nenhum comentário:
Postar um comentário