terça-feira, 28 de setembro de 2021

METÁFORAS

 

METÁFORAS

No capítulo da metáfora o Dr. Haroldo Dutra Dias estudando a lingüística textual, figurava um exemplo de que o verbo grego "bapto"(mergulhar, imergir, lavar), pelos processos de derivação das palavras, é responsável pela formação do substantivo "baptismo"(mergulho, imersão, ato de lavar). Ao se traduzir por batismo é impossível não associar o vocábulo aos temas teológicos ligados ao sacramento do batismo. Teologias não existentes nos tempos que o NT foi redigido. Não existiam nem igrejas nos moldes atuais, sequer registros seguros de que os judeus utilizavam a imersão em água como ritual. Difícil hoje o acesso sem as camadas interpretativas que se formaram ao longo dos séculos. Esse fenômeno não se dá aos textos antigos, mas também aos modernos. E para exemplificar citou um texto recebido do Gilmar Trivelato:

 

Pergunta

Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão “no frigir dos ovos”

Resposta:

Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comer gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce, mas não é mole, nem sempre você tem ideias e pra descascar esse abacaxi, só metendo a mão na massa e não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estomago que se conquista o leitor, o negocio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho Maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.

Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher lingüiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha; são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá leitão, com caçarolinha de assar leitão, ou capitão de fragata com cafetão de gravata. Há aqueles que também são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese...etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga, o negocio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco... A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois se junta fome com a vontade de comer as cosias mudam da água pro o vinho. Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa para sua sardinha que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.

Entendeu o que significa “no frigir dos ovos”?

Acredito que alguém daqui há uns quarenta anos, terá enorme dificuldade em entender esse texto.

Finaliza o Dr. Haroldo e pelo que vejo nesse tal de facebook amplio para mais um século, porque quarenta anos é muito pouco até para se adquirir pelo menos consciência. 

 apenas isso.

Isso é uma questão muito profunda para ser colocada em facebook lugar de visões pessoais.

FONTE:

Dr. Haroldo Dutra Dias

Texto e contexto

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