OBSESSÃO DE
EFEITOS FÍSICOS (Poltergeist)
A obsessão pode
dar-se no campo físico, como bem lembrou, Allan Kardec.
Nesse caso, os
obsessores produzem manifestações ruidosas e persistentes, através de pancadas,
batidas, transportes de objetos, combustão espontânea etc.
De vez em quando,
os jornais estão noticiando casos assim, em que pedras são atiradas sobre o
telhado e os moradores da casa, quebrando vidraças; panelas e utensílios voam
pelos aposentos, pratos e xícaras espatifam-se no chão; poltronas, armários e
até colchões de bebê pegam fogo espontaneamente. Ninguém encontra o autor de
tais façanhas, nem mesmo a polícia, geralmente chamada nessas circunstâncias,
mas que testemunha o seu desconcerto ante o desconhecido. Diante desses fatos,
pairam desalento e temor.
Vejamos a
descrição de um desses casos observados pelo engenheiro Hernani Guimarães
Andrade: A casa em que fomos, dia 4 de setembro, estava num verdadeiro caos. Um
odor nauseabundo impregnava o ar. As roupas haviam entrado em combustão espontânea
por várias vezes, restando um mínimo incapaz de agasalhar devidamente as oito
crianças e os seis adultos ali residentes! Oito colchões, dez cobertores e um sem-número
de colchas, lençóis, travesseiros etc. já se haviam carbonizado! Nem um só
vidro inteiro restava nos caixilhos e janelas. As telhas partidas propiciavam
goteiras, inundando todos os cômodos!
Uma autêntica
desolação.... Aquele sofrimento coletivo já estava entrando em seu sétimo mês!
O Instituto
Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (TBPP), do qual dr. Andrade é
presidente, possui em seu acervo de pesquisas casos de Poltergaister, semelhantes
a esse descrito, ocorrido em uma residência modesta da grande S.Paulo.
Poltergaister é
uma palavra de origem alemã, composta de dois vocábulos: Poltergaister fazer
barulho; geister Espírito. Como vemos, etimologicamente Poltergeist significa Espírito
barulhento, galhofeiro, desordeiro, indicando que uma entidade de ordem inferior
seria a responsável pelo fenômeno. Embora o termo já esteja consagrado pela
Parapsicologia, alguns especialistas de convicção materialista acham-no
inadequado, porque não
concordam com a
intervenção de entidades desencarnadas na sua produção.
Vejamos a
explicação de André Luiz para tais fenômenos:
Se a
personalidade encarnada acusa possibilidade de larga desarticulação das próprias
forças anímicas, encontramos aí a mediunidade de efeitos físicos, suscetível de
exteriorizar-se em graus diversos. Eis porque comumente somos defrontados na
Terra por jovens mal saídos da primeira infância, servindo de medianeiros a
desencarnados menos esclarecidos que com eles se afinam, na produção dos
fenômenos físicos de espécie inferior,
como sejam
batidas, deslocamentos e voos de feição espetacular.
Conforme
esclarece dr. Andrade: A maioria dos investigadores admite que o Poltergeist
seja provocado à custa de certo tipo ainda de energia produzida por determinada
pessoa viva presente no local dos fenômenos. O presumível agente humano
fornecedor da referida energia é tecnicamente te chamado epicentro.
Segundo esta
hipótese de trabalho, o epicentro não só fornece a energia, como também pode
comandá-la inconscientemente.
O epicentro dos
parapsicólogos, em geral, é jovem, participa I do fenômeno inconscientemente e
não demonstra nenhuma I exaustão das forças físicas, embora haja grande produção
de eventos. Constatação que André Luiz confirma no trecho acima. Não vamos
entrar em detalhes quanto às teorias explicativas das várias correntes da
parapsicologia. Cremos que o livro
Poltergeist é
excelente indicação para quem queira dissecar esses fenômenos obsessivos
terríveis que levam o pânico e o desespero I a muitas famílias.
Relembramos Allan
Kardec, em O Livro dos Médiuns no estudo pormenorizado que faz sobre o assunto,
apresentando, como sempre, orientações seguras.
Várias vezes, na
Revista Espírita, o mestre de Lyon teve oportunidade de comentar esses
fenômenos, muitos dos quais ocorridos à sua época, como o do Espírito batedor
de Bergzabern, na Baviera, nos anos de 1852 e 1853.
Quanto à natureza
e objetivos desses Espíritos na produção desses fatos, tendo entrevistado
muitos deles, o Codificador pôde certificar-se de que, em sua maioria, não têm
outro objetivo senão divertir-se. E explica:
São Espíritos
mais levianos do que maus, que se riem dos terrores que causam e das pesquisas
inúteis que se empreendem para a descoberta da causa do tumulto. Agarram-se com
frequência a um indivíduo, comprazendo-se em o atormentar e perseguir de casa
em casa. Outras vezes, apegam-se a um lugar, por mero capricho. Também, não
raro, exercem por essa forma uma vingança (...)
Em alguns casos,
mais louvável é a intenção a que cedem: procuram chamar a atenção e por sem
comunicação com certas pessoas, quer para lhes darem um aviso proveitoso, quer
como fim de lhes pedirem qualquer coisa para si mesmos. Muitos temos visto que
pedem preces; outros que solicitam o cumprimento, em nome deles, de votos que
não puderam cumprir; outros, ainda, que desejam, no interesse do próprio
repouso, reparar uma ação má que praticaram quando vivos.
Kardec aconselha,
nesses casos, chamar o Espírito perturbador e, através de um bom médium,
interrogá-lo. Pelas respostas, veremos imediatamente com quem estamos tratando
e agiremos conforme o caso.
Os Espíritos
Superiores afirmaram a Kardec que é necessária a presença de alguém responsável
pelos fenômenos, do contrário eles não ocorrem. Em geral, as entidades agem por
vingança, ou com a finalidade de se divertirem provocando medo e desespero.
Nas pesquisas do
dr. Andrade, aparecem muitos casos de magia, de trabalhos de quimbanda
encomendados por encarnados para prejudicar pessoas. A esses propósitos
vingativos, associam-se os desencarnados de condição inferior, escravizados
nesse tipo de comércio de forças espirituais, para satisfazerem apetites grosseiros
da matéria. No Poltergeist de Suzano, um dos 32 casos investigados e descrito
no livro citado, as quatro condições propostas em seu modelo foram encontradas:
1) O feiticeiro; 2) os agentes ou agente incorpóreos; 3) práticas mágicas
capazes de acionar os agentes
Incorpóreos; 4) A
presença do epicentro no local.
Na parte
conclusiva, dr. Hernani enfatiza:
Os fatos
mostraram que o exorcismo dos espíritas funcionou, bloqueando a segunda
condição, isto é, suprimindo a ação dos agentes incorpóreos.
Como dissemos, o
leitor poderá descer a detalhes lendo essa importante obra.
Para concluir,
gostaríamos de ressaltar que, nesses casos, temos a ação anímico-espirítica em
plena associação, sendo que, em boa parte deles, há manifesta preponderância
das almas dos encarnados no comando e aliciamento dos fenômenos.
Enquadramos em
obsessões espiríticas tais ocorrências, mas podemos transpô-las, tranquilamente,
para o quadro das obsessões anímicas.
São esses os tais
fenômenos partilhados, que ora se encaixam numa ou noutra classificação, por
serem muito tênues os limites de separação entre eles.
Mas, como a ordem
dos fatores não altera o produto, devemos considerá-los como uma terrível
associação entre encarnados e desencarnados, com a formação de quadrilha
organizada, tendo em vista uma ação vingativa conjunta.
Assim, quando
formos chamados a auxiliar nesses casos de Poltergeist, ou de obsessão por
efeito físico, devemos estar sempre atentos para a alta porcentagem de
participação de encarnados, buscando, tanto quanto possível, espalhar a
excelência do Evangelho de Jesus, a fim de que o perdão entre os encarnados
seja definitivo, e a paz duradoura volte a reinar.
FPONTE:
Obsessão e suas
mascaras
Dra. Marlene
Nobre
Poltergeist
Mundo Maior
Mecanismo da
mediunidade
A Obsessão
Ação e reação
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