terça-feira, 28 de setembro de 2021

MATÉRIA MENTAL

 

MATÉRIA MENTAL

Pensar é criar. E toda criação tem vida e movimento, ainda que ligeiros, impondo responsabilidade à consciência que a manifesta. E como a vida e o movimento se vinculam aos princípios de permuta, é indispensável analisar o que damos, a fim de ajuizar quanto àquilo que devamos receber. Desse modo - Nossos pensamentos geram nossos atos e nossos atos geram pensamentos nos outros. O que equivale a dizer: Onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influenciação reciproca. Esses conceitos são de fundamental importância no estudo da mediunidade e, consequentemente, da obsessão, porque todo processo de intercâmbio baseia-se nos alicerces da mente e seu prodigioso campo de radiações. Para Emmanuel - A mente humana é um espelho de luz, emitindo raios e assimilando-os .  E são esses raios ou radiações mentais a fonte de treva ou luz, felicidade ou des ventura, céu ou inferno, onde quer que o Espírito esteja. Com os Espíritos Superiores, aprendemos a vero Universo como um todo de forças dinâmicas, expressando o Pensamento do Criador. E, procurando superpor-se a essa grandeza, encontramos a matéria mental que nos é própria, através da qual plasmamos as criações temporárias que somos capazes de realizar, segundo o progresso espiritual alcançado. Na verdade, o fluido cósmico ou plasma divino é a base mantenedora de todas as associações da forma, em todos os escaninhos do Cosmo. Nos fundamentos da Criação, vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força mental em que os poderes do Espirito se manifestam, ressalta André Luiz.

No além, é possível catalogar os raios super-ultra-curtos, em que se exprimem as legiões angélicas, através de processos ainda inacessíveis à nossa observação; as oscilações curtas as e longas em que se exterioriza a mente humana e também as ondas fragmentárias dos animais, que arrojam de si mesmos apenas raios descontínuos. 

O pensamento é, assim, o alicerce vivo de todas as realizações no plano físico e extra físico. Ele ainda é matéria, mas em nova escala vibratória, constituído de elementos atômicos mais complicados e sutis, aquém do hidrogênio e além do urânio, elementos esses que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo.

A falta de terminologia adequada para designá-los, André Luiz emprega a mesma nomenclatura terrestre: núcleons, prótons, nêutrons, pósitrons, elétrons ou fotônios mentais. As características dos pensamentos, que são perfeitamente mensuráveis, segundo informações dos Espíritos, estão subordinadas ao tipo de excitação a que estão submetidos os átomos mentais. Estamos informados de que a excitação nasce dos diminutos núcleos atômicos, em situações extraordinárias da mente, quais sejam as emoções profundas, as dores indizíveis, as laboriosas e aturadas concentrações de força mental ou às súplicas aflitivas, o domínio dos pensamentos emitirá raios muito curtos ou de imenso poder transformador do campo espiritual, teoricamente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama.

E por isso que as grandes almas, aquelas que exemplificam nos árduos caminhos da abnegação, com o amor-renúncia, têm tanto poder transformador. A partícula de pensamento, pois, como corpúsculo fluídico, tanto quanto o átomo, é uma unidade na essência, a subdividir-se, porém, em diversos tipos, conforme a quantidade, qualidade, comportamento e trajetórias dos componentes que integram... Assim, a partícula do pensamento, embora viva e poderosa na composição em que se derrama do espírito que a produz, é igualmente passiva perante o sentimento que lhe dá forma e natureza para o bem ou para o mal.

Desse modo, o fluido resultante pode ser ácido ou balsâmico, doce ou amargo, vivificador ou mortífero, segundo a força do sentimento que o produziu, dando ensejo aos raios da emoção ou do desejo.  E pelo fluido mental com qualidades magnéticas de indução que o progresso se faz notavelmente acelerado.

 

INDUÇÃO MENTAL

 Podemos eletronizar um corpo ou carregá-lo de elétrons, aproximando-o, ou mergulhando-o num campo elétrico ou num campo magnético. A isso chamamos indução. Do mesmo modo, a corrente de partículas mentais exterioriza-se de cada Espírito com qualidade de indução mental, tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciem as faculdades de concentração e o teor de persistência no rumo dos objetivos que demande. Sabemos que todo corpo que possua propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contato visível. Essa qualidade intrínseca também funciona no caso da corrente mental, de vez que ela é capaz de reproduzir suas próprias peculiaridades em outra corrente mental que lhe sintonize. Eletricidade comum ou mentalismo, tanto num quanto noutro caso, o fenômeno está liga do a conjugação de ondas, enquanto perdure a sustentação do fluxo energético.

Desse modo, a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesma os agentes (por enquanto imponderáveis na Terra), de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.  A importância da indução mental é muito grande, porque, através dessa propriedade, influímos sobre os outros Espíritos e deles recebemos influência. Por isso mesmo, a escolha de nossos objetivos na existência tem fundamental importância. Não podemos esquecer que todo o alvo de nossa atenção se converte em fator indutivo, compelindo-nos a emitir os valores do pensamento contínuo na direção em que se nos fixe a ideia, direção essa na qual encontramos os princípios combináveis com os nossos, razão porque, automaticamente estamos ligados em espírito com todos os encarnados ou desencarnados que pensam como pensamos, tão mais estreitamente quão mais estreita a distância entre nós e eles, isto é, quanto mais intimamente estejamos conjugando a atmosfera mental uns dos outros, independentemente de fatores espaciais.

Essa propriedade intrínseca da alma explica a assertiva de Kardec de que a faculdade mediúnica é inerente ao homem, não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. E também, na mesma linha de André Luiz, quando afirma que a mediunidade é um dom inerente a todos os seres, como a faculdade de respirar.

A questão 459 de O Livro dos Espíritos também fala da influência constante e decisiva dos desencarnados sobre os encarnados, salientando aspectos dessa capacidade de influenciação da corrente mental. E muito importante sabermos para onde está direcionada a nossa ideia. Quando mantemos uma conversação, fazemos uma leitura ou uma visita, contemplamos um quadro ou um e espetáculo artístico, damos um conselho ou emitimos uma opinião, por essa propriedade indutiva, estamos influenciando os outros Espíritos, tanto encarnados quanto desencarnados, e deles recebendo influência. Há os que minimizam a influência do livro, da TV, do cinema e dos meios de comunicação, em geral, sobre as almas humanas. Um estudo mais pormenorizado do pensamento, como patrimônio do Espírito, poderia alertar os comunicadores, quanto ao alto poder indutivo das formas pensamentos, e, portanto, da matéria-prima que manipulam, no dia- a -dia. Talvez, a violência gratuita, o sexo irresponsável, a ociosidade danosa e outros temas destrutivos da felicidade espiritual, deixassem de ser ressaltados, com tanta ênfase, nos meios de comunicação, abrindo caminho para a veiculação de outras ideias-tipo, construtoras do bem-estar duradouro. Ao analisarmos a situação negativa em que se encontra um escritor, no mundo espiritual, por ter difundido ideias incompatíveis com as Leis Divinas. Mas, a evolução é assim mesmo, faz-se lenta e gradativamente. Até descobrirmos o imenso potencial de nossa mente, muitos séculos rolarão no calendário terrestre. Por isso, o caminho é o da paciência conosco e com os nossos irmãos em humanidade. O tempo não passa em vão.

Para o estadunidense William James (1842-1910), um dos fundadores da Psicologia moderna, conhecido filósofo do pragmatismo(doutrina que coloca em prática as ideiasou filosofia dos resultadoso fluxo do pensamento caracteriza a consciência e a capacidade de pensar é inerente ao ser integral. Ou seja, somos o ser que pensa, enquanto pessoa total, não uma parte de nós, ou nosso “ego”.

O pensamento é flexível, volátil, fácil de mudar e pode ser controlado, por treinamento. O pensamento humano é contínuo, não fragmentado como o dos animais. É governado pela razão e também pelas emoções, sentimentos e paixões.

O pensamento  e a vontade, segundo Ernesto Bozzano (1862-1943),  filósofo italiano e respeitável escritor espírita do passado,  são forças plásticas e organizadoras da Natureza elaboradas pela mente do Espírito. Portanto, não é função do cérebro, que executa os comandos da mente. Daí os alquimistas e magos, que tinham controle sobre os pensamentos, saberem impregnar objetos (amuletos) de forças magnéticas e, por força do magnetismo pessoal, influenciar comportamentos, próprios e das pessoas mantidas sob influência. Neste sentido, a vontade exerce função controladora das emissões mentais: “é a gerente esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental. ”

Pelo pensamento o indivíduo cria formas-pensamento (criações mentais ou ideoplastias), de duração mais ou menos longa, que podem ser projetadas objetivamente e serem captadas pelos Espíritos que já morreram ou que se encontram neste plano de vida. Estas formas-pensamento podem ser fotografadas, por meio da fotografia escotográfica (termo proposto por Felícia Scatcherd no Primeiro Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas realizado em Copenhague, 1921).

Seria impressão no escuro, em oposição à fotografia propriamente dita, que é a impressão pela luz).

O ser humano pensa por meio de imagens às quais acoplam ideias, podendo transmiti-las a outrem pelo pensamento (telepatia), gestos ou expressões corporais (linguagem do corpo), independentemente do plano de vida em que se encontra.

Segundo o Espírito Francisco Dias da Cruz “O pensamento é força que determina, estabelece, transforma, edifica, destrói e reconstrói. Nele, ao influxo divino, reside a gênese de toda a Criação. ”

E Emmanuel acrescenta, por sua vez:

“A mente é o espelho da vida em toda parte. O reflexo esboça a emotividade. A emotividade plasma a ideia. A ideia determina a atitude e a palavra que comandam as ações”.

Assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação. Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante. Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos.  O reflexo mental mora no alicerce da vida. Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador.

André Luiz perguntou a Amceto (instrutor do plano superior) se a matéria mental emitida pelo homem inferior, tem vida própria, como o núcleo de corpúsculos microscópicos de que se originam as enfermidades corporais. O instrutor redarguiu: Como não? Vocês, presentemente, não desconhecem que o homem terreno vive num aparelho psicofísico. Não podemos considerar somente, no capítulo das moléstias, a situação fisiológica propriamente dita, mas também o quadro psíquico da personalidade encarnada. Ora, se temos a nuvem de bactérias produzidas pelo corpo doente, temos a nuvem de larvas mentais produzidas pela mente enferma, em identidade de circunstâncias. Desse modo, na esfera das criaturas desprevenidas de recursos espirituais, tanto adoecem corpos como almas. No futuro, por esse mesmo motivo, a medicina da alma absorverá a medicina do corpo. Poderemos, na atualidade da Terra, fornecer tratamento ao organismo de carne. Semelhante tarefa dignifica a missão do consolo, da instrução e do alívio. Mas, no que concerne À cura real, somos forçados a reconhecer que esta pertence exclusivamente ao homem-espírito. Diante da observação de André Luiz de que era muito alto o poder reprodutivo, tanto da s bactérias quanto das larvas mentais, o benfeitor lembrou que, felizmente, a luz solar tinha um poder muito maior, sobretudo quando se alia ao magnetismo terrestre. Esse poder maior destruía intensivamente para selecionar as manifestações da vida, porquanto se não fosse assim, não existiria um só homem na Terra. Também graças a ele, o solo e as plantas estão cheios de princípios curativos e transformadores. Aniceto enfatizou ainda que só a fé religiosa, livre de sectarismos, será capaz de promover entre as criaturas humanas um estado positivo de confiança, otimismo e ânimo sadio, E acrescentou: As ciências e as filosofias preparam o campo; entretanto, afie que vence a morte, é a semente vital.  André Luiz continua os seus estudos sobre as larvas mentais. Observou que não têm forma esférica, nem eram do tipo bastonete como as bactérias biológicas, entretanto formavam colônias densas e terríveis. Em uma sessão, pôde examinar um rapaz, candidato ao desenvolvimento mediúnico em um centro espírita, constatando a presença de aluviões de corpúsculos negros, possuídos de espantosa mobilidade, que se deslocavam, desde a bexiga urinaria, passando ao longo do cordão espermático e formando colônias compactas nas vesículas seminais, na próstata, n a uretra, e invadindo os canais seminíferos, para, finalmente, lutar contra as células sexuais, aniquilando-as.

Alexandre designou-os de bacilos psíquicos da tortura sexual, explicando que o rapaz os vinha cultivando pela falta de domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, e, também, pelo contato com entidades grosseiras, que se afinava m com as predileções dele. Essas companhias espirituais visitavam-no com frequência, como imperceptíveis vampiros. Segundo o instrutor, o rapaz acreditava que o sexo nada tem a ver com espiritualidade, como se esta não fosse a existência em si. Esquece-se de que tudo é espírito, manifestação divina e energia eterna. O erro de nosso amigo - acentuou - é o de todos os religiosos que supõem a alma absolutamente separada do corpo físico, quando todas as manifestações psicofísicas se derivam da influenciação espiritual.

André analisou também outra candidata ao desenvolvimento da mediunidade. Em grande zona do ventre desta senhora, observou muitos parasites conhecidos do campo orgânico, mas lá estavam também outros como se fossem lesmas voracíssimas, que se agrupavam em colônias, desde os músculos e fibras do estômago até a válvula ileocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição. Alexandre diagnosticou: Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender às exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição. Um outro pretendente a médium, sob o exame de André Luiz, apresentava o aparelho gastrintestinal totalmente ensopado em aguardente, do esôfago ao bolo fecal. O fígado estava enorme. Pequeninas figuras horripilantes postavam-se vorazes, ao longo da veia porta, lutando, veementemente, contra os elementos sanguíneos mais novos. O baço apresentava anomalias e todo o sistema endócrino estava intoxicado. Os centros genitais apresentavam-se deprimidos, diminuindo a quantidade de cromatina. Os rins perdiam nefrons a cada dia; o pâncreas, viciado, não atendiam com exatidão às suas funções e as larvas mentais exterminavam as células hepáticas. Se não fossem as glândulas sudoríparas, a vida física estaria em perigo imediato. Alexandre ressaltou que ninguém quer fazer do mundo terrestre um cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada missão do sexo, no seu plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer a boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. E concluiu o mentor: Não se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes.

FONTE:

1.     Pensamento e vontade.

2.      Pensamento e vida.

3.      Instruções Psicofônicas.

4.     (Alergia e Obsessão– mensagem de Dias da Cruz).

5.     Mundo Maior

6.     Estudo sobre o pensamento em Mundo Maior

7.     Evolução em dois mundos

8.     OBSESSÃO E SUAS MASCARAS

9.     Dra.  Marlene Nobre

 

 

 

 

 

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