O Bom Combate
Tem todos os
seres humanos, na vida de relação, problemas a equacionar, no bom combate em
busca do aperfeiçoamento espiritual, que chegará mais cedo ou mais tarde, em
função do maior ou menor esforço.
A condição expiatória e provacional de nosso
orbe — di-lo a boa doutrina — impõe lutas que renovam e conduzem à felicidade,
pelas vias do progresso.
Na questão 998, de «O Livro dos Espíritos», as
sublimes entidades asseveram, categóricas, que «a expiação se cumpre durante a
existência corporal, mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e,
na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de
inferioridade do Espírito».
No quadro das
realidades contingentes, no plano físico, o resgate e a reparação, a lágrima e
o suor, entrelaçam-se na tessitura do Destino. Deus, porém, Pai Amoroso e
Justo, concede-nos os recursos da reabilitação plena.
Assim sendo, que se multipliquem lutas e
problemas, desde que problemas e lutas consubstanciem o ideal do bem e da
verdade.
Surjam trabalho e
experimentações, mesmo dolorosas e complexas, visando ao amadurecimento
espiritual, de maneira que possamos seguir para a frente e para o Alto, de
viseira erguida, procurando, no dever bem cumprido, na lucidez consciencial e
no saneamento do território mental, adequada equação para os problemas do
quotidiano.
André Luiz, em
sua notável simplicidade, adverte que somente solucionaremos nossos problemas
«se não fugirmos a eles».
A luta por um
lugar ao Sol da Imortalidade começou nos primórdios da evolução. A mônada
divina, excursionando na sombria noite dos milênios de milênios, pelos caminhos
da Natureza, realiza titânico esforço na indefectível marcha em direção do
progresso.
No tempo e no
espaço, chegou o livre arbítrio. E com ele, a conscientização da marcha.
O advento da
responsabilidade, como decorrência da livre escolha, pelo discernimento, abre, simultaneamente,
os pórticos da Luz Gloriosa, ou as casamatas dos equívocos, que se podem
corporificar na invigilância.
Débitos reaparecem, por herança das vidas que se
foram. Mas, a consciência pura na tranquilidade, e tranquila na pureza, cresce
para Deus, na abençoada oportunidade das realidades palingenésicas.
Nas primeiras
letras ou no trato com a filosofia e a ciência, a equação dos problemas
constitui indispensável condição para que o aluno obtenha os lauréis da
diplomação glorificadora.
No campo do
Espírito, singulares problemas desafiam-nos a coragem e o bom senso,
criando-nos perspectivas para a vitória, se o Evangelho do Mestre for o ponto
de referência de nosso comportamento, em harmonia com o facho de luz com que o
Espiritismo nos clareia a estrada.
Na enfermidade —
a dieta e o repouso, o medicamento e a disciplina substancializam valores
positivos para o reajuste do cosmo orgânico.
Nas dores morais a esperança e a fortaleza
moral, a paciência e o denodo são terapêutica salutar.
Nos conflitos
emocionais, de curta ou longa duração, desarticulando, nas almas descuidadas,
as resistências internas — a prudência e a sobriedade, o equilíbrio e a
reflexão asseguram à alma inquieta a fé que se esvaecera nas leiras da
intemperança.
Dramas e
tragédias, insucessos e enganos encontram na luz da oração e na bênção do
trabalho valiosos antídotos.
Amargura e tédio,
desânimo e pessimismo, são anomalias psicológicas, de caráter transitório, que
a fidelidade aos princípios espírita-cristãos afasta para bem longe,
restaurando a alegria e a. paz.
Abraçando, pois,
na Boa Nova do Reino e na Doutrina dos Espíritos seus eternos preceitos de
renovação e luz, construiremos, no solo terrestre, o edifício da felicidade
planetária, convertendo a vida em formoso jardim que nos propicie não só o
inebriante aroma das flores, mas, também, tranquila alameda que nos conduza aos
Planos da Imortalidade Gloriosa.
FONTE:
Martins Peralva
Nenhum comentário:
Postar um comentário