sábado, 14 de novembro de 2020

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS

 

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS


Sermão é, conforme os dicionários, discurso religioso, doutrinal ou moral; reprimenda com intenção de moralizar; admoestação e crítica. Em seu messianato, Jesus proferiu quatro sermões, públicos e privados, com destinação certa e procurando atingir seus objetivos. Os públicos eram feitos em lugares que marcaram a passagem do Mestre, que ensinava caminhando. Os privados, feitos em reuniões fechadas com seus discípulos.

Jesus proferiu quatro sermões:

1.     O SERMÃO DA MONTANHA, também conhecido como  Sermão do Monte, ou, ainda, Sermão das Bem-Aventuranças, é o mais importante deles,  proferido no monte Kurun Haitin, ao sudoeste do lago de Genesaré, próximo à cidade de Cafarnaum, com vasta plataforma em um dos flancos, a mais ou menos 50 metros de altura, que podia conter centenas de pessoas;   Depois nos convida a ¨Sermos perfeitos como o Pai Celestial¨ Jesus nesse sermão pede para buscarmos na nossa consciência o que temos de melhor, esquecendo um pouco a nossa materialidade. Suas palavras são consideradas ¨o sal da Terra ¨ e que devem ser espalhadas e não escondidas.

2.     O SERMÃO DO CENÁCULO, proferido no local onde se realizou a chamada última ceia, antes da prisão de Jesus; Depois de repartir o pão símbolo da doutrina e o vinho. O Sermão do Cenáculo apenas no Evangelho de João está registrado. Os demais, nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, que por serem sinópticos muitas dúvidas ficam sem serem respondidas.

3.     O SERMÃO PROFÉTICO é um hino de vigilância espiritual diante das transformações morais ocorridas no indivíduo e na sociedade, anunciando terremotos íntimos, ventanias sociais, intempéries no ambiente familiar e inundações na consciência obliterante; elucida muitos pontos até então obnubilados a respeito dessa temática do Evangelho sob a ótica exitosa da Doutrina Espírita. Enquanto o Sermão da Montanha traça uma Constituição Espiritual Imutável acerca da evolução do Espírito em nosso orbe, o Sermão Profético preconiza todas as reações contrárias, advindas do materialismo exacerbado.

A cada século os ensinos de Jesus renovam a esperança e a fé para uma vida melhor; a imagem do Cristo, em sua mansuetude, parece mais nítida sob a ótica consciencial da história da Humanidade.

Quando o materialismo parece engendrar, vitorioso, a figura do Meigo Rabi da Galileia ressurge na intimidade da consciência ultrajada ou no recôndito dos sentimentos invariavelmente cansados dos mesmos enganos.

O Evangelho de Jesus é eterno e atual. Constitui um roteiro seguro para o viajor da evolução em busca de respostas e de soluções para os seus conflitos contumazes.

O Sermão Profético é um aviso e um clamor, uma esperança e uma consolação, a ação medicamentosa para a redenção de todos os espíritos.

É chegada a hora da força irresistível do amor ser reconhecida por todos. O auto perdão e a indulgência incondicional são os primeiros passos para uma perfeita compreensão acerca do “amai os vossos inimigos”.

O texto de Mateus, 25: 31,32(-“quando o filho do homem vier em sua gloria e todos os anjos com ele, então se assentara no trono da sua gloria. E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separara os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos bodes), fala da volta de Jesus, que fez com que os que interpretam os Evangelhos pela letra acreditassem na volta do Mestre em seu corpo material. Não haverá necessidade dessa volta, não somente porque Jesus retornou à Espiritualidade com o seu corpo espiritual, como porque os Espíritos Superiores têm enviado à Terra, em todos os tempos (antes e depois do advento da Doutrina Espírita), mensagens consoladoras, de fundo evangélico e moral.

A separação dos bodes e das ovelhas, de que fala o texto, se dará através das vidas sucessivas. Os bons (as ovelhas) continuarão a viver na Terra e os maus (os bodes) habitarão mundos menos evoluídos, guardando a lembrança de terem perdido um paraíso, tal qual ocorreu com os exilados de Capela.

Jesus diz que precisamos construir o Reino de Deus em nossos corações. Isto vale também para as nações que se tornaram infiéis. No sentido objetivo, a expressão significa os lugares felizes, os mundos ditosos e os mundos celestes ou divinos. Os que estão na Terra, mundo de expiação e provas, ao passarem para um mundo de regeneração é como se passassem para o céu.

No sentido subjetivo, a expressão significa a paz de consciência, o coração sereno, a mente tranquila, a paz íntima, o equilíbrio, a fé, o amor, a bondade, a fraternidade, pois num mundo de regeneração o bem supera o mal.

Jesus pediu que nos acautelássemos dos falsos cristos e falsos profetas (Mateus, 7:15,20 – “guardai-vos dos falsos profetas que vem a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os reconhecereis. Por acaso colhe-se uvas dos espinheiros ou figos dos cardos? Do mesmo modo toda arvore boas dá bons frutos, mas a arvore má dá frutos ruins. Uma arvore boa não pode dar frutos ruim nem uma árvore má dá bons frutos. Toda arvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. É pelos seus frutos, portanto, que os reconhecereis”), que são aqueles que ensinam errado, por conveniência própria; os que divulgam errado, quer através da palavra, quer através da escrita. Há, ainda, uma outra categoria de falsos cristos e falsos profetas, que são os Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudos sábios. João, na sua primeira Epístola, 4:1(“amados não acrediteis em qualquer espirito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus pois muitos falsos profetas vieram ao mundo”), nos chama a atenção para que não creiamos em todos os Espíritos, mas que verifiquemos se os Espíritos são de Deus.

O Sermão Profético compreende, ainda, a Parábola do Bom e do Mau Servo (Mateus, 24: 45 a 51; Lucas, 12:  42 a 48: Marcos: 13: 33 a 37), uma exortação ao trabalho e à vigilância, para que estejamos preparados quando chegar a hora do retorno à Pátria Espiritual.

 

4.SERMÂO DOS OITO “AIS”

É chamado “Sermão dos Oito Ais”, porque a maioria das advertências do Mestre iniciavam-se com as palavras: ‘Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas...”

Na Bíblia de Jerusalém, em Mt 23:13-36, são consideradas sete advertências de Jesus aos fariseus, mas levando-se em conta também o trecho encontrado em Mc 12:40 e Lc 20:47, elevam-se a oito as suas repreensões a eles, a quem se dirige enfaticamente.

(Mateus 23:1,29 ) Jesus então dirigiu-se às multidões e aos seus discípulos: Os escribas e fariseus estão sentados na cadeira de Moises, portanto fazei e observai tudo quanto vos disserem. Mas não imiteis suas ações, pois dizem, mas não fazem. Amarram fardos pesados e os põe sobre os ombros dos homens, mas eles mesmo nem com um dedo se dispõe a move-los... (Mt23:1,29)

1.     (Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque bloqueai o Reino dos Céus diante dos homens! Pois vós mesmo não entrais e não deixais entrar, os que querem devorar as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.)

2.     Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Que o percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; mas quando conseguis conquista-lo vós o tonais duas vezes mais dignos da geena do que vós.

3.     Ai de vós, condutores cegos que dizeis: se alguém jurar pelo santuário, seu juramento não o obriga, mas se jurar pelo ouro do santuário seu juramento o obriga. Insensatos e cegos! Quem é maior o ouro ou o santuário que santifica om ouro?; dizei mais se alguém jurar pelo altar não é nada, mas se jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado. Cegos! Que é maior a oferta ou o altar que santifica a oferta?; pois aquele que jurar pelo altar jura por ele e por tudo que nele está. E aquele que jura pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita e por fim aquele que jura pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado. Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está.

4.     Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Que pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da lei; a justiça, a misericórdia e a fidelidade importava praticarem essas coisas, mas sem omitir aquelas. Condutores cegos que coais um mosquito e engolis um camelo!

5.     Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Que limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo; assim também vós: por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais.

6.     Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!  Sois semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão; assim também vós por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.

7.     Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Que edificais os túmulos dos profetas e enfeitais os sepulcros dos justos e dizeis: Se estivéssemos vivos nos dias de nossos pais, não teríamos sido cúmplices deles no derramar o sangue dos profetas; com isso testificais, contra vós, que sois filhos daqueles que mataram os profetas; completai, pois, a medida, dos vossos pais.

8.     Cuidado com os escribas que sentem prazer em circular com toga, gostam de saudação na praça pública, dos primeiros lugares nas sinagogas e de lugares de honra nos banquetes, que devoram, as casas das viúvas e simulam fazer longas orações. Esses receberão uma sentença mais severa (lc 20:46,47)

Serpentes! Raça de víboras! Como haveis de escapar ao julgamento da geena?

CONCLUSÃO

A ideia equivocada de que matando o homem matar-se-ia a mensagem não aconteceu, e a Doutrina de amor que Ele veio trazer aí está como árvore frondosa a cobrir os sedentos de justiça, aflitos, mansos, pacificadores e todos que buscam consolo, esperança e refazimento dos seus corpos e Espíritos para que, fortalecidos nas palavras de vida eterna, prossigam destemidos em direção ao Pai.

Por essa razão, mais do que nunca, o alerta do Cristo é para os dias atuais, porque todos esses homens sempre existirão. Nunca se fez tão necessário, como hoje, conhecer ou lembrar, em regime de urgência, os ensinamentos deixados por Ele e, sobretudo, manter em mente que nos Evangelhos encontramos as soluções para os problemas que nos angustiam. Sendo a linguagem inacessível “para uma parcela dos que os manuseiam, torna-se necessário que vários temas abordados por Jesus sejam elucidados à luz do Espiritismo, doutrina consoladora, que vem, em época propícia, dar cumprimento às suas promessas”. (...) “sobre o advento do Consolador”, restabelecendo os ensinamentos evangélicos em seus verdadeiros fundamentos.

FONTES:

Huberto ROHDEN 

 Paulo Alves GODOY 

 Cairbar SCHUTEL

 Alan KARDEC

Biblical de Jerusalem


 

 

 

 

 

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