OS QUATRO SERMÕES DE JESUS
Sermão é, conforme os dicionários, discurso religioso, doutrinal ou moral;
reprimenda com intenção de moralizar; admoestação e crítica. Em seu
messianato, Jesus proferiu
quatro sermões, públicos e privados, com destinação certa e procurando atingir
seus objetivos. Os públicos eram feitos em lugares que marcaram a passagem do
Mestre, que ensinava caminhando. Os privados, feitos em reuniões fechadas com
seus discípulos.
Jesus proferiu quatro sermões:
1.
O
SERMÃO DA MONTANHA, também conhecido como Sermão do Monte, ou, ainda,
Sermão das Bem-Aventuranças, é o mais importante deles, proferido no
monte Kurun Haitin, ao sudoeste do lago de Genesaré, próximo à cidade de
Cafarnaum, com vasta plataforma em um dos flancos, a mais ou menos 50 metros de
altura, que podia conter centenas de pessoas; Depois nos
convida a ¨Sermos perfeitos como o Pai Celestial¨ Jesus nesse sermão pede para
buscarmos na nossa consciência o que temos de melhor, esquecendo um pouco a
nossa materialidade. Suas palavras são consideradas ¨o sal da Terra ¨ e
que devem ser espalhadas e não escondidas.
2.
O SERMÃO DO
CENÁCULO, proferido no local onde se realizou a chamada última ceia, antes da
prisão de Jesus; Depois de repartir o pão símbolo
da doutrina e o vinho. O Sermão do Cenáculo apenas no Evangelho de João está registrado. Os demais, nos Evangelhos de
Mateus, Marcos e Lucas, que por serem sinópticos muitas dúvidas ficam sem
serem respondidas.
3.
O SERMÃO
PROFÉTICO é um hino de vigilância espiritual diante das transformações morais
ocorridas no indivíduo e na sociedade, anunciando terremotos íntimos, ventanias
sociais, intempéries no ambiente familiar e inundações na consciência
obliterante; elucida muitos pontos até então obnubilados a respeito dessa
temática do Evangelho sob a ótica exitosa da Doutrina Espírita. Enquanto o
Sermão da Montanha traça uma Constituição Espiritual Imutável acerca da
evolução do Espírito em nosso orbe, o Sermão Profético preconiza todas as
reações contrárias, advindas do materialismo exacerbado.
A cada
século os ensinos de Jesus renovam a esperança e a fé para uma vida melhor; a
imagem do Cristo, em sua mansuetude, parece mais nítida sob a ótica
consciencial da história da Humanidade.
Quando o
materialismo parece engendrar, vitorioso, a figura do Meigo Rabi da Galileia
ressurge na intimidade da consciência ultrajada ou no recôndito dos sentimentos
invariavelmente cansados dos mesmos enganos.
O Evangelho
de Jesus é eterno e atual. Constitui um roteiro seguro para o viajor da
evolução em busca de respostas e de soluções para os seus conflitos contumazes.
O Sermão
Profético é um aviso e um clamor, uma esperança e uma consolação, a ação
medicamentosa para a redenção de todos os espíritos.
É chegada a
hora da força irresistível do amor ser reconhecida por todos. O auto perdão e a
indulgência incondicional são os primeiros passos para uma perfeita compreensão
acerca do “amai os vossos inimigos”.
O texto de Mateus, 25: 31,32(-“quando o filho do homem
vier em sua gloria e todos os anjos com ele, então se assentara no trono da sua
gloria. E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separara os
homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos bodes), fala da
volta de Jesus, que fez com que os que interpretam os Evangelhos pela letra
acreditassem na volta do Mestre em seu corpo material. Não haverá necessidade dessa volta, não somente
porque Jesus retornou à Espiritualidade com o seu corpo espiritual, como porque
os Espíritos Superiores têm enviado à Terra, em todos os tempos (antes e depois
do advento da Doutrina Espírita), mensagens consoladoras, de fundo evangélico e
moral.
A separação dos bodes e das ovelhas, de que fala o
texto, se dará através das vidas sucessivas. Os bons (as ovelhas) continuarão a
viver na Terra e os maus (os bodes) habitarão mundos menos evoluídos, guardando
a lembrança de terem perdido um paraíso, tal qual ocorreu com os exilados de
Capela.
Jesus diz que
precisamos construir o Reino de Deus em nossos corações. Isto vale também para
as nações que se tornaram infiéis. No sentido objetivo, a expressão significa
os lugares felizes, os mundos ditosos e os mundos celestes ou divinos. Os que
estão na Terra, mundo de expiação e provas, ao passarem para um mundo de regeneração
é como se passassem para o céu.
No sentido subjetivo, a expressão significa a paz
de consciência, o coração sereno, a mente tranquila, a paz íntima, o
equilíbrio, a fé, o amor, a bondade, a fraternidade, pois num mundo de
regeneração o bem supera o mal.
Jesus pediu que nos acautelássemos dos falsos
cristos e falsos profetas (Mateus, 7:15,20 – “guardai-vos dos falsos profetas
que vem a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos
seus frutos os reconhecereis. Por acaso colhe-se uvas dos espinheiros ou figos
dos cardos? Do mesmo modo toda arvore boas dá bons frutos, mas a arvore má dá frutos
ruins. Uma arvore boa não pode dar frutos ruim nem uma árvore má dá bons
frutos. Toda arvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. É
pelos seus frutos, portanto, que os reconhecereis”), que são aqueles que
ensinam errado, por conveniência própria; os que divulgam errado, quer através
da palavra, quer através da escrita. Há, ainda, uma outra categoria de falsos
cristos e falsos profetas, que são os Espíritos enganadores, hipócritas,
orgulhosos e pseudos sábios. João, na sua primeira Epístola, 4:1(“amados não
acrediteis em qualquer espirito, mas examinai os espíritos para ver se são de
Deus pois muitos falsos profetas vieram ao mundo”), nos chama a atenção para
que não creiamos em todos os Espíritos, mas que verifiquemos se os Espíritos
são de Deus.
O Sermão Profético compreende, ainda, a Parábola do
Bom e do Mau Servo (Mateus, 24: 45 a 51; Lucas, 12: 42 a 48:
Marcos: 13: 33 a 37), uma exortação ao trabalho e à vigilância, para que
estejamos preparados quando chegar a hora do retorno à Pátria Espiritual.
4.SERMÂO DOS OITO “AIS”
É chamado “Sermão dos Oito Ais”, porque a maioria
das advertências do Mestre iniciavam-se com as palavras: ‘Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas...”
Na Bíblia de Jerusalém, em Mt 23:13-36, são
consideradas sete advertências de Jesus aos fariseus, mas levando-se em conta
também o trecho encontrado em Mc 12:40 e Lc 20:47, elevam-se a oito as suas
repreensões a eles, a quem se dirige enfaticamente.
(Mateus 23:1,29 )
Jesus então
dirigiu-se às multidões e aos seus discípulos: Os escribas e fariseus estão sentados
na cadeira de Moises, portanto fazei e observai tudo quanto vos disserem. Mas
não imiteis suas ações, pois dizem, mas não fazem. Amarram fardos pesados e os põe
sobre os ombros dos homens, mas eles mesmo nem com um dedo se dispõe a move-los...
(Mt23:1,29)
1.
(Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Porque bloqueai o Reino dos Céus diante dos homens! Pois
vós mesmo não entrais e não deixais entrar, os que querem devorar as casas das
viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior
condenação.)
2.
Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Que o percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito;
mas quando conseguis conquista-lo vós o tonais duas vezes mais dignos da geena
do que vós.
3.
Ai de vós, condutores
cegos que dizeis: se alguém jurar pelo santuário, seu juramento não o obriga,
mas se jurar pelo ouro do santuário seu juramento o obriga. Insensatos e cegos!
Quem é maior o ouro ou o santuário que santifica om ouro?; dizei mais se alguém
jurar pelo altar não é nada, mas se jurar pela oferta que está sobre o altar fica
obrigado. Cegos! Que é maior a oferta ou o altar que santifica a oferta?; pois
aquele que jurar pelo altar jura por ele e por tudo que nele está. E aquele que
jura pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita e por fim aquele
que jura pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado. Portanto,
quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está.
4.
Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Que pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho,
mas omitis as coisas mais importantes da lei; a justiça, a misericórdia e a
fidelidade importava praticarem essas coisas, mas sem omitir aquelas. Condutores
cegos que coais um mosquito e engolis um camelo!
5.
Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Que limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro
estão cheios de rapina e de intemperança. Fariseu cego! Limpa
primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo;
assim também vós: por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais.
6.
Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Sois semelhantes a
sepulcros caiados, que por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos
de mortos e de toda podridão; assim também vós por fora pareceis justos aos
homens, mas por dentro estais exteriormente pareceis justos aos homens, mas por
dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.
7.
Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Que edificais os túmulos dos profetas e enfeitais os sepulcros
dos justos e dizeis: Se estivéssemos vivos nos dias de nossos pais, não
teríamos sido cúmplices deles no derramar o sangue dos profetas; com isso
testificais, contra vós, que sois filhos daqueles que mataram os profetas;
completai, pois, a medida, dos vossos pais.
8.
Cuidado com os escribas que sentem prazer em
circular com toga, gostam de saudação na praça pública, dos primeiros lugares
nas sinagogas e de lugares de honra nos banquetes, que devoram, as casas das viúvas
e simulam fazer longas orações. Esses receberão uma sentença mais severa (lc
20:46,47)
Serpentes! Raça
de víboras! Como haveis de escapar ao julgamento da geena?
CONCLUSÃO
A ideia equivocada de que matando o homem
matar-se-ia a mensagem não aconteceu, e a Doutrina de amor que Ele veio trazer
aí está como árvore frondosa a cobrir os sedentos de justiça, aflitos, mansos,
pacificadores e todos que buscam consolo, esperança e refazimento dos seus
corpos e Espíritos para que, fortalecidos nas palavras de vida eterna,
prossigam destemidos em direção ao Pai.
Por essa razão, mais do que nunca, o alerta do
Cristo é para os dias atuais, porque todos esses homens sempre existirão. Nunca
se fez tão necessário, como hoje, conhecer ou lembrar, em regime de urgência,
os ensinamentos deixados por Ele e, sobretudo, manter em mente que nos
Evangelhos encontramos as soluções para os problemas que nos angustiam. Sendo a
linguagem inacessível “para uma parcela dos que os manuseiam, torna-se
necessário que vários temas abordados por Jesus sejam elucidados à luz do
Espiritismo, doutrina consoladora, que vem, em época propícia, dar cumprimento
às suas promessas”. (...) “sobre o advento do Consolador”, restabelecendo os
ensinamentos evangélicos em seus verdadeiros fundamentos.
FONTES:
Huberto ROHDEN
Paulo Alves GODOY
Cairbar SCHUTEL
Alan KARDEC
Biblical
de Jerusalem
Nenhum comentário:
Postar um comentário