quarta-feira, 25 de novembro de 2020

PONTE MÍLVIA

 

BATALHA DA PONTE MÍLVIA 

 

28 de outubro de 312: Trava-se a Batalha da Ponte Mílvio

No início do sec. IV, vários rivais competiam e combatiam pelo controlo do império romano. Dois dos mais poderosos eram Constantino (Flavius Valerius Constantinus), também conhecido como Constantino Magno ou Constantino, o Grande, que tinha dominado a Gália, a Britânia, e a Germânia, e seu cunhado Magêncio (Marcus Aurelius Valerius Maxencius Augustus), que se tinha autoproclamado imperador e que dominava a Itália, a Hispânia e a África.

Em 310, Constantino conquistou a Hispânia e decidido a apoderar-se de todos os territórios de Magêncio desce em 312 até à Itália a fim de eliminar seu cunhado e fazer-se proclamar imperador em Roma. Instala-se em Mediolano (Milão) até meio do Verão desse ano, prosseguindo depois a campanha.

Esperava-se que Magêncio tentasse a mesma estratégia que aplicara antes contra os seus inimigos, Severo e Galério, ou seja, protegido na bem-defendida cidade de Roma, e esperar que os recursos dos inimigos se esvaíssem num cerco caro e perigoso. Por razões pouco claras, resolveu enfrentar Constantino a 28 de outubro de 312, numa das pontes que atravessavam o Rio Tibre, em Roma. Possivelmente, após ter consultado os seus adivinhos e pitonisas, estes devem ter aconselhado que o dia 28 de outubro (o seu dies imperii, o dia da sua ascensão ao trono a 28 de outubro de 306), seria o mais indicado para a batalha.

Segundo os cronistas cristãos do sec. IV, na véspera do combate, às 12h00, Constantino viu suspensa nos céus, uma cruz luminosa, mais brilhante que o Sol, com as palavras In hoc signo vinces (Com este sinal vencerás!). Eusébio de Cesárea, na sua “Vida de Constantino” descreve o sinal como Chi (Χ) atravessado por RÕ (Ρ) ou , um símbolo representando as primeiras duas letras da grafia grega da palavra Cristo (Christos). Interpretando esta visão como uma mensagem direta de Deus, mandou colocar o sinal no estandarte imperial assim como nos escudos dos seus soldados.

No dia seguinte os dois adversários defrontaram-se na Ponte Mílvio ou Milvia, onde as tropas de Constantino obtiveram uma vitória decisiva; Magêncio e a maioria de seu exército morreram afogados no Tibre quando, ao fugir do campo de batalha uma ponte flutuante ruiu sob os seus pés.

Com aquelas armaduras que pesavam cerca de 30 quilos e pessoas que não sabiam nadar.

O primeiro resultado desta batalha foi a reunificação do império romano sob um único governante (após a derrota de um outro César regional, Licínio, em 324). No entanto, a consequência de longe a mais duradoura foi a conversão de Constantino ao Cristianismo (na verdade Constantino morreu pagão apesar de decretar o cristianismo como religião oficial). No ano seguinte ao da batalha, ele e Licínio promulgaram o Édito de Milão, confirmando o Cristianismo por todo o Império.

Qualquer que tenha sido a fé individual de Constantino, o facto é que ele educou os seus filhos no cristianismo, associou a sua dinastia a esta religião, e deu-lhe uma presença institucional no Estado Romano (a partir de Constantino, o tribunal do bispo local, a episcopalis audientia, podia ser escolhida pelas partes de um processo como tribunal arbitral em lugar do tribunal da cidade).

O imperador romano Constantino influenciou em grande parte a inclusão na igreja cristã de dogmas baseados em tradições. Uma das mais conhecidas foi o Édito de Constantino. Promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com exceção dos lavradores, — medida tomada por Constantino utilizando-se da sua prerrogativa de, como Sumo Pontífice, fixar o calendário das festas religiosas, dos dias fastos e nefastos (o trabalho sendo proibido durante estes últimos). Note-se que o domingo foi escolhido como dia de repouso, não apenas em função da tradição sabática judaico-cristã, como também por ser o "dia do Sol" (Sunday em inglês) — uma reminiscência do culto do Sol Invicto de que o imperador era adepto. Aboliu também a crucificação como forma de castigo, devido ao seu significado simbólico e quando partia para a guerra, fazia-se acompanhar de um altar portátil.

Foi em grande parte devido aos esforços de Constantino que o mundo ocidental se converteu ao Cristianismo. Curiosamente, o Imperador só aceitou receber o baptismo poucos dias antes de morrer e pelas mãos de um bispo ariano, Eusébio de Nicomédia.

Fontes:

O bau da historia

 

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