A BATALHA DA PONTE
MÍLVIA
28 de outubro de 312:
Trava-se a Batalha da Ponte Mílvio
No início do sec.
IV, vários rivais competiam e combatiam pelo controlo do império romano. Dois
dos mais poderosos eram Constantino (Flavius Valerius Constantinus), também
conhecido como Constantino Magno ou Constantino, o
Grande, que tinha dominado a Gália, a Britânia, e a Germânia, e seu
cunhado Magêncio (Marcus Aurelius Valerius Maxencius Augustus), que se tinha autoproclamado
imperador e que dominava a Itália, a Hispânia e a África.
Em 310,
Constantino conquistou a Hispânia e decidido a apoderar-se de todos os
territórios de Magêncio desce em 312 até à Itália a fim de eliminar seu cunhado
e fazer-se proclamar imperador em Roma. Instala-se em Mediolano (Milão) até
meio do Verão desse ano, prosseguindo depois a campanha.
Esperava-se que
Magêncio tentasse a mesma estratégia que aplicara antes contra os seus
inimigos, Severo e Galério, ou seja, protegido na bem-defendida cidade de Roma,
e esperar que os recursos dos inimigos se esvaíssem num cerco caro e perigoso.
Por razões pouco claras, resolveu enfrentar Constantino a 28 de outubro de 312,
numa das pontes que atravessavam o Rio Tibre, em Roma. Possivelmente, após ter
consultado os seus adivinhos e pitonisas, estes devem ter aconselhado que o dia
28 de outubro (o seu dies imperii, o dia da sua ascensão ao trono a 28 de outubro
de 306), seria o mais indicado para a batalha.
Segundo os
cronistas cristãos do sec. IV, na véspera do combate, às 12h00, Constantino viu
suspensa nos céus, uma cruz luminosa, mais brilhante que o Sol, com as
palavras In hoc signo vinces (Com este sinal vencerás!). Eusébio de Cesárea,
na sua “Vida de Constantino” descreve o sinal como Chi (Χ) atravessado por RÕ
(Ρ) ou ☧, um
símbolo representando as primeiras duas letras da grafia grega da palavra
Cristo (Christos). Interpretando esta visão como uma mensagem direta de Deus,
mandou colocar o sinal no estandarte imperial assim como nos escudos dos seus
soldados.
No dia seguinte
os dois adversários defrontaram-se na Ponte Mílvio ou Milvia, onde as tropas de
Constantino obtiveram uma vitória decisiva; Magêncio e a maioria de seu exército
morreram afogados no Tibre quando, ao fugir do campo de batalha uma ponte
flutuante ruiu sob os seus pés.
Com aquelas
armaduras que pesavam cerca de 30 quilos e pessoas que não sabiam nadar.
O primeiro
resultado desta batalha foi a reunificação do império romano sob um único
governante (após a derrota de um outro César regional, Licínio, em 324). No
entanto, a consequência de longe a mais duradoura foi a conversão de
Constantino ao Cristianismo (na verdade Constantino morreu pagão apesar de
decretar o cristianismo como religião oficial). No ano seguinte ao da batalha,
ele e Licínio promulgaram o Édito de Milão, confirmando o Cristianismo por todo
o Império.
Qualquer que
tenha sido a fé individual de Constantino, o facto é que ele educou os seus
filhos no cristianismo, associou a sua dinastia a esta religião, e deu-lhe uma
presença institucional no Estado Romano (a partir de Constantino, o tribunal do
bispo local, a episcopalis audientia, podia ser escolhida pelas
partes de um processo como tribunal arbitral em lugar do tribunal da cidade).
O imperador
romano Constantino influenciou em grande parte a inclusão na igreja cristã de
dogmas baseados em tradições. Uma das mais conhecidas foi o Édito de
Constantino. Promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia
de repouso, com exceção dos lavradores, — medida tomada por Constantino
utilizando-se da sua prerrogativa de, como Sumo Pontífice, fixar o calendário
das festas religiosas, dos dias fastos e nefastos (o trabalho sendo proibido
durante estes últimos). Note-se que o domingo foi escolhido como dia de
repouso, não apenas em função da tradição sabática judaico-cristã, como também
por ser o "dia do Sol" (Sunday em inglês) — uma reminiscência do
culto do Sol Invicto de que o imperador era adepto. Aboliu também a
crucificação como forma de castigo, devido ao seu significado simbólico e
quando partia para a guerra, fazia-se acompanhar de um altar portátil.
Foi em grande
parte devido aos esforços de Constantino que o mundo ocidental se converteu ao
Cristianismo. Curiosamente, o Imperador só aceitou receber o baptismo poucos
dias antes de morrer e pelas mãos de um bispo ariano, Eusébio de Nicomédia.
Fontes:
O bau da historia
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