O QUE EXISTE PROFUNDAMENTE
DENTRO DE UM COMETA?
Cometas são cápsulas do tempo que possuem dicas sobre
a formação e evolução do sistema solar. Eles são compostos de gelo, gás e
poeira, que são restos do período mais antigo e mais frio da formação do
sistema solar - 4,5 bilhões de anos atrás. O projeto Impacto profundo é uma
missão de descobrimento da NASA e será a primeira missão a sondar abaixo da
superfície de um cometa para revelar os segredos de seu interior.
Em 4 de julho de 2005, a nave espacial da missão
Impacto Profundo vai chegar ao cometa Tempel 1 para impactá-lo com uma
massa de 370 Kg (~820-lbs). No impacto, será formada uma cratera do tamanho de
um campo de futebol. Gelo e poeira serão jogados para fora da cratera revelando
material novo que está abaixo da superfície. A luz solar, refletindo o material
retirado do cometa, irá criar um brilho que irá a se desvanecer lentamente
enquanto os restos irão se dissipar no espaço ou cair atrás do cometa. Câmaras
e um espectrômetro na espaçonave irão transmitir para a terra imagens da
aproximação, do impacto e do pós-impacto. A colisão entre a espaçonave e o
cometa será também visível em determinadas partes da terra e em alguns casos
com pequenos telescópios. Os dados serão analisados e combinados com os de
outras missões internacionais e da própria NASA. Os resultados de essas missões
conduzirão ao melhor entendimento tanto da formação do sistema solar quanto das
implicações do impacto de cometas na superfície da terra.
A Missão
A missão Impacto Profundo irá durar seis anos do
inicio ao fim. O planejamento e design da missão ocorreu de novembro de 1999 ao
inicio de 2001. As etapas seguintes são construção e teste da espaçonave
composta de duas partes. A maior nave espacial, "flyby", irá carregar
a menor espaçonave, "impactor", até o cometa Tempel 1 e a liberará
no trajeto do cometa para a colisão planejada.
Em janeiro 2004, o foguete Delta II vai lançar a
espaçonave Impacto Profundo. Em janeiro 2005, quando ela passar perto da terra,
a espaçonave será testada, seus instrumentos científicos serão calibrados e
então ela será enviada em direção ao cometa. A nave espacial se aproximará do
cometa Tempel 1 e coletará imagens do cometa antes do impacto. No inicio
de julho de 2005, 24 horas antes do impacto, a espaçonave flyby irá apontar
seus telescópios de alta precisão para o cometa e liberará o impactor num curso
de colisão para bater na face do cometa virada para o sol.
Diagrama do Trajectory para o
Impacto Profundo
O impactor é uma nave espacial operada a bateria que
irá funcionar independentemente da nave flyby por apenas um dia. Ele é chamado
de impactor "esperto", porque depois que sua liberação ele faz exame
de sua própria navegação e manobras no trajeto do cometa. Uma câmera no
impactor irá capturar e transmitir imagens do núcleo do cometa nos momentos antes
da colisão. O impacto não será forte o suficiente para alterar
consideravelmente a rota do cometa ao redor do sol.
Após a liberação do impactor, a nave espacial flyby
vai alterar o seu trajeto para uma nova rota que no ponto mais próximo do
cometa, a nave estará a 500 quilômetros (300 milhas) do cometa. A nave espacial
flyby irá observar e gravar dados sobre o impacto, o material expelido da
cratera e a estrutura e composição do interior da cratera. Depois que passar
pela cauda do cometa a nave flyby irá voltar a observar o cometa, coletando
dados adicionais do outro lado do núcleo e observar as alterações no
comportamento do cometa. Enquanto o impactor e nave flyby estiverem fazendo
seus trabalhos, astrônomos profissionais e amadores em telescópios grandes e
pequenos da terra observarão o impacto suas consequências, e resultados os
serão transmitidos através da Internet.
O Cometa Tempel 1
O cometa Tempel 1 foi descoberto em 1867 por
Ernst WilhelmTempel. O cometa já passou diversas vezes através do sistema solar
interno. Sua órbita ao redor do sol é de 5,5 anos o que faz do Tempel 1 um
excelente objeto de estudo para avaliar a evolução no manto, ou crosta
superior. Os cometas são visíveis por duas razões. A primeira é que a poeira
proveniente do núcleo reflete a luz solar enquanto o cometa viaja através do
espaço. A segunda razão é que alguns gases na cauda do cometa, estimulados pelo
sol, emitem luz, como lâmpadas fluorescentes. Com o passar do tempo um cometa
pode se tornar menos ativo, ou até mesmo dormente. Os cientistas estão ansiosos
para descobrir se os cometas esgotam sua fonte de gás e poeira no espaço ou se
os selam em seus interiores. Os cientistas querem também saber como o interior
de um cometa é diferente de sua superfície. A experiência de criar uma cratera
de forma controlada no cometa responderá a estas perguntas.
A Execução Técnica
A nave espacial flyby irá levar um conjunto de
instrumentos e o impactor. Dois instrumentos na nave espacial flyby irão
observar o impacto, a cratera e os restos expelidos com mapeamento óptico e
infravermelho. A nave espacial flyby irá utilizar uma antena de rádio na banda
X (transmissão em aproximadamente oito gigahertz) para se comunicar com a
terra, enquanto ao mesmo tempo ouvirá o impactor numa freqüência diferente.
Durante a maior parte da missão, a nave espacial flyby irá se comunicar através
das antenas de 34 metros da rede Espaço Profundo da NASA. Durante o curto
espaço de tempo entre o encontro e o impacto, quando haverá um aumento no
volume de dados, as antenas quando haverá um aumento no volume de dados,
antenas espalhadas ao redor do mundo serão usadas. Os dados preliminares serão
transmitidos imediatamente e dados complementares serão transmitidos durante a
semana seguinte. A nave espacial impactor é composta principalmente de cobre,
composto que não se espera aparecer nos dados da composição de um cometa. Para
seu curto período de operação, o impactor vai usar uma versão mais simples do
hardware e software da nave espacial flyby - e alguns sistemas de backup.
A Equipe
A missão Impacto Profundo é uma parceria entre a
University of Maryland (UMD), Laboratório de Propulsão a Jato (Jet Propulsion
Laboratory) do California Institute of Technology e a Ball Aerospace and
Technology Corp. (BATC). A liderança científica da missão é baseada na UMD.
Engenheiros da BATC estão projetando e construindo a espaçonave sob a
coordenação do JPL. Os engenheiros e gerentes no JPL irão controlar a nave
espacial após o lançamento e repassar os dados para serem analisados pelos cientistas.
A equipe inteira consiste em mais de 250 cientistas, coordenadores, gerentes e
educadores. Impacto Profundo é uma missão de descoberta da NASA, a oitava numa
série de investigações espaciais de baixo custo, altamente focalizadas. Impacto
Profundo oferece um extensivo programa de parcerias com outras missões a
cometas e asteroides e com instituições de pesquisa para assim beneficiar ao
público e às comunidades educacionais e científicas.
FONTE:
NASA
Laboratório de Propulsão a Jato
California Institute of Technology
Pasadena, Califórnia
JPL 400-936 2/01
(Tradução do inglês fornecida por Daniel
Camara)
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