PSICOMETRIA
Narram os Atos dos Apóstolos que
um homem de nome Ágabo chegou da Judeia e, estando com os seguidores do Cristo,
tomou da cinta que pertencia a Paulo de Tarso, ligando-se os seus
próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito: Assim ligarão os judeus em
Jerusalém o varão de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.
A partir dessa profecia, os amigos de
Paulo insistiram com ele que não fosse a Jerusalém, pois temiam por sua vida.
Ele, apesar disso, subiu a Jerusalém e ali o tribuno Cláudio Lísias o
aprisionou na Fortaleza, a fim de salvá-lo da turba agitada.
Tendo-se notícias de um plano para
assassinar o Apóstolo, Lísias o transferiu para Cesárea, escoltado por
quatrocentos soldados, arqueiros e cavalarianos, entregando-o ao Governador
Felix. Cumpria-se a profecia de Ágabo: Paulo foi interrogado e atado com
correias pelos gentios.
Esse fenômeno de ler impressões e
lembranças ao contato de objetos e documentos foi estudado no século XIX e foi
denominado Psicometria. O termo foi criado em 1849 pelo médico norte-americano
J. Rhodes Buchanan, que pesquisou e realizou, durante vários anos, uma série de
experiências com pacientes sonâmbulos.
Ernesto Bozzano, em seu livro Enigmas
da Psicometria, narra mais de duas dezenas de casos impressionantes,
demonstrando que o fenômeno ocorre quando se estabelece uma correlação do
médium com o dono do objeto que lhe é apresentado. Não é importante que o
possuidor esteja encarnado ou desencarnado. Importante que o objeto tenha sido
tocado e utilizado pela pessoa, que, então, o impregna com seus fluidos
pessoais.
André Luiz, pela psicografia de
Francisco Cândido Xavier, servindo-se da orientação do Espírito instrutor
Áulus, define Psicometria como registro, apreciação de atividade
intelectual, mas, especificamente, reportando-se aos trabalhos
mediúnicos, designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contato com
objetos comuns.
Em visita a um museu, os Espíritos
André Luiz e Hilário observam que quase todas as preciosidades expostas estavam
revestidas de fluidos opacos, que formavam uma massa acinzentada ou pardacenta,
na qual transpareciam pontos luminosos, traduzindo as lembranças
fortemente impregnadas dos que as haviam possuído.
Bastou a André tocar em um relógio
para que se lhe descortinasse à visão mental uma reunião familiar, em que um
casal se entretinha a conversar com quatro jovens. O objeto conservava as
formas-pensamentos do casal que o adquirira e que, de quando em quando,
visitava o museu para a simples alegria de recordar, alimentando, portanto,
ainda mais o objeto com as suas vibrações.
Nas palavras de Áulus, o nosso
pensamento espalha as nossas próprias emanações em toda parte a que se projeta.
Dessa forma, deixamos vestígios espirituais, por onde passamos e tais vestígios
podem ser percebidos por Espíritos de acordo com suas possibilidades
evolutivas. Em se falando dos encarnados, por médium que detenha a
faculdade dessa leitura.
Cada objeto pode, pois, ser um mediador
para se entrar em relação com as pessoas que por ele se interessaram e até a
registros de fatos da Natureza. De tudo se impregna a matéria inanimada.
Assim como o paleontologista pode
reconstituir determinadas peças da fauna pré-histórica por um simples osso
encontrado a esmo, é possível, a partir de objetos, se descobrir
traços das pessoas que os retiveram ou de fatos de que foram testemunhas. Tudo
através das vibrações da energia que eles guardam em si.
Os simples objetos do nosso
cotidiano, da cadeira que ocupamos em nosso posto de trabalho aos adornos e a
tudo que nos serve no lar, impregnamos com nossas vibrações.
Quem detenha possibilidade de captar
tais registros poderá sentir os reflexos do que somos, as marcas de nossa
individualidade e poderá se sentir bem ou mal, emocional e momentaneamente,
conforme seja o padrão moral dos registros identificados.
Isso explica porque a alguns, figura
penoso, comparecer a determinados lugares. Lugares de horror como os campos de
concentração, carregados de registros de crueldade e de dor. Ou mesmo a alguns
castelos de séculos passados, cenários de tragédias terríveis. Esses, que detêm
essa faculdade, essa sensibilidade, registram as presenças espirituais ainda
prisioneiras de certos objetos, a guardá-los, como preciosidades de que não se
podem desfazer.
E médiuns mais sensíveis, por vezes,
guardam dificuldades com o ambiente de alguns hotéis. É Bozzano quem relata o
caso da sra. Katherine Bates, autora de livros espiritualistas, que tinha
dificuldades com a atmosfera psíquica de certos quartos. Não era incomum ter de
deixar um quarto de hotel muito confortável por outro pequeno e escuro, por não
suportar a atmosfera mental ou moral gravada no ambiente por qualquer dos
ocupantes anteriores.
Por sua vez, o escritor inglês George
Gissing, em seu livro Viagens na Itália, relata o caso que lhe
aconteceu de Psicometria de ambiente aberto. Estando em Crotona, teve visões
históricas que remontavam a mais de dois mil anos. A que mais o impressionou
foi a do massacre dos mercenários italianos por Aníbal, saindo de Crotona de
retorno a Cartago. Ele desejava que todos eles o acompanhassem à África e, como
se recusassem, decretou a carnificina que, nas mínimas particularidades, se
desenrolaram aos olhos do escritor.
Daqueles acontecimentos estava
impregnada a costa de Crotona, a praia, o promontório. E tudo foi visto, por
cerca de uma hora, como se projetado em uma tela viva, vibrante, pelo atônito
inglês.
O Drama da Bretanha, romance mediúnico recepcionado por Yvonne do Amaral Pereira,
inicialmente do Espírito Roberto de Canalejas e, quarenta anos mais tarde,
reconstruído pelo Espírito Charles, relata a história da infeliz Andréa, que dá
fim a sua vida, precipitando-se no mar.
O Espírito, aguçando seus sentidos
espirituais, revigorados, ademais, pela ação da vontade, presenciou as cenas,
compulsando-as na psicosfera ambiente, como registradas em um livro de
História, em extraordinária biblioteca, traduzindo-as à pena mediúnica de
Yvonne.
E assevera: que isso poderá
também ser presenciado pelo leitor na ação da vida espiritual, visto que suas
cenas perdurarão por milênios impressas nas vibrações da luz.
Agora tente entender como ocorre a
faculdade de ler impressões e recordações ao ter contato com objetos comuns.
O termo Psicometria foi criado em
1849 pelo médico norte-americano J. Rhodes Buchanan. Ele pesquisou e realizou
durante anos consecutivos uma série de experiências, mas somente depois de
algum tempo estudando os efeitos do fluido magnético com pacientes sonâmbulos,
que realmente chegou a conclusões precisas. Seu método de estudo consistia em
apresentar a estes pacientes objetos pertencentes ao presente ou passado de uma
pessoa. Os sonâmbulos passavam a descrever cenas relativas às épocas de
existência do objeto e até mesmo o próprio caráter da pessoa a quem pertencia o
objeto psicometrado.
Desde então, foram realizados
diversos estudos e publicados livros a respeito do fenômeno. Dentro da visão
espírita existem muitas obras e autores que abordam o tema, mas há alguns que
se destacam.
Na definição do livro Nos domínios da mediunidade de André Luiz, psicografado
por Francisco Cândido Xavier, Psicometria significa registro, apreciação de
atividade intelectual. Entretanto, nos trabalhos mediúnicos, esta palavra
designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contato com objetos
comuns.
Áulus relata que o pensamento espalha
suas próprias emanações em toda parte a que se projeta, deixando vestígios
espirituais onde são arremessados os raios da mente. Como o animal, que deixa
no próprio rastro o odor que lhe é característico, tornando-se, por esse
motivo, facilmente abordável pela sensibilidade olfativa do cão.
O orientador prossegue dizendo que as
marcas da individualidade de cada um vibram onde se vive e por elas provocam o
bem ou o mal naqueles que entram em contato.
A obra Mecanismos da Mediunidade,
psicografada por Chico Xavier e Waldo Vieira, também ditada pelo espírito André
Luiz, esclarece que a Psicometria é a faculdade de perceber o lado oculto do
ambiente e de ler impressões e lembranças ao contato de objetos e documentos.
Cita ainda a importância da harmonização entre encarnados e descarnados neste
tipo de trabalho, caso contrário pode-se anular a possibilidade de êxito,
fugindo aos verdadeiros propósitos.
Acrescenta também que pode ser usada
em SOS de desaparecimento de uma pessoa que não deixou pistas. Por intermédio
de um objeto pertence à vítima, o médium consegue captar a personalidade e
fisionomia do proprietário e reporta-se ao seu desaparecimento, podendo até
mesmo descobrir seu desencarne e o local onde seu corpo se encontra. Isso
porque os objetos adquirem um fluido pessoal humano.
Como a ciência oficial não acredita
nisso milhares de casos ficam sem solução.
AS PESQUISAS DE ERNESTO BOZZANO
Outro importante pesquisador do
assunto foi Ernesto Bozzano, estudioso profundo do psiquismo humano, filósofo e
grande pensador. No livro Enigmas da Psicometria, de sua autoria, Bozzano
aborda experiências e análises sobre diversos casos que utilizaram a Psicometria
como recurso. Define que a Psicometria é uma das modalidades da clarividência e
que os objetos servem para fornecer pistas ao psicrômetro, sendo que os
resultados são alcançados pelas faculdades clarividentes e telepáticas do
médium, ultrapassando os limites da matéria e do tempo. Diz ainda que os
fluidos humanos são absorvidos pelo objeto, tornando-se agentes evocadores das
impressões psicométricas. Por isso, quando o objeto pertenceu a mais de uma
pessoa pode até causar erros de orientação.
E conclui, dizendo: "Na base das
percepções psicométricas, encontra-se constantemente um fenômeno de ´relação´,
estabelecido entre o sensitivo e as pessoas vivas ou mortas, ou então, com
seres animais, organismos vegetais e estados da matéria, em relação com o
objeto psicometrado.
Graças a essa ´relação´, o sensitivo
extrai as suas percepções telepaticamente de pessoas vivas ou mortas,
fluidicamente ligadas ao objeto.
Ordinariamente, a faculdade psicométrica é uma função do Eu integral,
subconsciente e, algumas vezes, direcionada por entidades desencarnadas.
Essas imagens correspondem, na maior
parte, a acontecimentos reais, mas também podem ser, eventualmente, de natureza
simbólica, colimando uma informação".
Casos reproduzidos do livro Enigmas da Psicometria:
"Light" (1914, pág.32).
"Um indivíduo mandou da Índia
uma caneta de madeira, acrescentando que ela pertencera a um filho dele, já
falecido.
O sensitivo, Sr. Roberto King,
ignorando absolutamente a proveniência do objeto, tornou-o e começou logo a
descrever uma criança, cujo retrato esboçou minuciosamente.
A seguir, o espírito da criança
transmitiu-lhe lacônica mensagem destinada ao consulente que, acrescenta o Sr.
King, está intimamente ligado ao falecido.
Depois, diz o sensitivo: "Sinto-me empolgado por uma influência singular e
ouço nitidamente uma voz que repete e insiste numa palavra cuja transcrição
fônica é - Shanti!.
A mensagem foi encaminhada para a
índia e o pai do menino não demorou a responder, gratíssimo, confessando não
lhe restar dúvida alguma sobre a autenticidade da comunicação; primeiro, porque
ele era, efetivamente, uma criança; e, segundo, porque a descrição feita pelo
médium era expressão maravilhosa da verdade.
Finalmente a palavra
"Shanti", que quer dizer: - a paz seja contigo-, era a saudação
habitual que o filho lhe dirigia, quando vivo, todas as manhãs". Análise
de Bozzano:
Neste caso, a circunstância
teoricamente importante afirma-se no último incidente, ou seja, a audição de um
vocábulo que o médium traduz foneticamente, vocábulo este que se verifica,
posteriormente corresponder à saudação que o filho costumava dirigir ao pai.
É um incidente que realiza excelente
prova de identificação espírita. Sem dúvida, poderíamos objetar que a relação
psicométrica se estabelecesse entre o médium em Londres e o consulente na Índia
e que, por conseguinte, houvesse aquele se apropriado, na consciência deste,
das suas indicações.
Ora, uma dessas regras nos ensina que, quando o sensitivo entra em relação com
o possuidor do objeto psicometrado, começa por descrever o indivíduo, inclusive
o meio em que ele se encontrava.
E, quando o objeto foi utilizado por
diversas pessoas, o sensitivo percebe entre as diferentes influências aquela
que, em virtude da lei de afinidade, se lhe torna mais ativa, enquanto ignora
as outras, ou apenas recebe delas impressões secundárias, passíveis de errôneas
confusões.
Lógico, ao contrário, é dizer-se que
o objeto, por saturado da "influência" do filho, determinou a relação
psicométrica do sensitivo com o desencarnado, o que de resto ressalta dos
fatos, com a descrição mediúnica do filho e não do pai.
Psicometria premonitória:
Boletim da Sociedade de Estudos
Psíquicos de Nancy - Novembro de 1904)
"Entreguei ao sensitivo Phaneg uma joia que constantemente trazia comigo,
de há muitos anos.
Logo que a teve em mãos, começou ele a
descrever o castelo da Duquesa de Uzés, em Dampierre. Depois, acrescentou:
percebo uma senhora morena, acamada numa alcova amarela.
Ao seu lado está um médico que parece
inquietar-se muito com o estado da enferma...
Esteve a senhora doente, ultimamente?
A minha resposta negativa, Phaneg acabou por dizer: "Neste caso, a
enfermidade que eu vi deve ainda aparecer".
Ora, quinze dias depois, a predição se realizou! Enfermei gravemente, a ponto
de inspirar sérios cuidados ao meu médico assistente.
O redator do Boletim assim comenta o
caso:
"O Sr. Phaneg viu o clichê da
enfermidade sem poder assinalá-lo no passado, quando no futuro da
consulente".
Conclusões de Bozzano:
"Também poderíamos acrescentar
que ele extraiu a informação no subconsciente da senhora, cujo organismo podia
achar-se afetado dos sintomas precursores da moléstia que explodiria quinze
dias depois".
Contato com desencarnados através da Psicometria:
("Light" - 1910, pág. 133)
"Entreguei ao médium uma medalha
que pertencera à minha falecida irmã.
Quando Peters a colocou sobre a fronte, pense involuntariamente na falecida e
esperava que me falasse dela.
Bem ao contrário, começou por
descrever minha mãe, dizendo vê-la a meu lado e a lhe exibir dois retratos, dos
quais fez minuciosa descrição.
Lembrei-me de que alguns anos antes tinha guardado em uma pasta duas
fotografias análogas às descritas, mas não me ocorriam detalhes. Fosse por que
fosse, notei que a descrição não correspondia absolutamente aos retratos de
meus pais, existentes na minha sala de visitas.
Logo que regressei a casa, procurei
as fotografa e verifiquei, surpreso, que o médium as descrever com perfeita
exatidão.
Nitidíssima deveria ter sido a sua
vidência, pois abrangera os trajes, o penteado, a posição das mãos e minúcias
outras de menor relevo, tal, por exemplo, a cortina que serviu de écran para
uma das fotografias.
Mais tarde pude compreender o motivo por que o médium não entrou em relação com
o espírito de minha irmã.
É que a medalha tinha sido feita de
uns brincos que pertenceram à minha mãe, e minha irmã, que tivera a ideia de os
mandar fundir e transformar em medalha, nunca usou, depois, esta joia".
Análise de Bozzano:
"Neste caso, não poderíamos,
certamente, excluir a hipótese de haver o médium haurido na subconsciência do
consulente os pormenores revelados.
Todavia, a circunstância de ele se propor a entrar em comunicação com a irmã e
ignorar que a medalha não continha associações fluídicas com ela, torna mais
verossímil a hipótese da "influência" materna contida no objeto, como
traço dá ligação psicométrica do médium com a falecida.
E aquele espírito, que exibia ao
médium duas fotografias totalmente esquecidas, demonstra a intenção de provar a
sua presença real, de acordo com os desejos do consulente, que procurara médium
na esperança de alcançar uma valiosa identificação espírita".
FONTE:
Revista Cristã
IPPB
Editora Vivência
Ernesto. Enigmas da Psicometria. Bozano.
Paulo
Alves GODOY
Yvonne A
PEREIRA.
Francisco
Cândido XAVIER; Pelo Espírito André Luiz.
Maria Helena
Marcon
Érika Silveira
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