segunda-feira, 23 de novembro de 2020

PSICOMETRIA

 

PSICOMETRIA

 

Narram os Atos dos Apóstolos que um homem de nome Ágabo chegou da Judeia e, estando com os seguidores do Cristo, tomou da cinta que pertencia a Paulo de Tarso, ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o varão de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.

A partir dessa profecia, os amigos de Paulo insistiram com ele que não fosse a Jerusalém, pois temiam por sua vida. Ele, apesar disso, subiu a Jerusalém e ali o tribuno Cláudio Lísias o aprisionou na Fortaleza, a fim de salvá-lo da turba agitada.

Tendo-se notícias de um plano para assassinar o Apóstolo, Lísias o transferiu para Cesárea, escoltado por quatrocentos soldados, arqueiros e cavalarianos, entregando-o ao Governador Felix. Cumpria-se a profecia de Ágabo: Paulo foi interrogado e atado com correias pelos gentios.

Esse fenômeno de ler impressões e lembranças ao contato de objetos e documentos foi estudado no século XIX e foi denominado Psicometria. O termo foi criado em 1849 pelo médico norte-americano J. Rhodes Buchanan, que pesquisou e realizou, durante vários anos, uma série de experiências com pacientes sonâmbulos.

Ernesto Bozzano, em seu livro Enigmas da Psicometria, narra mais de duas dezenas de casos impressionantes, demonstrando que o fenômeno ocorre quando se estabelece uma correlação do médium com o dono do objeto que lhe é apresentado. Não é importante que o possuidor esteja encarnado ou desencarnado. Importante que o objeto tenha sido tocado e utilizado pela pessoa, que, então, o impregna com seus fluidos pessoais.

André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, servindo-se da orientação do Espírito instrutor Áulus, define Psicometria como registro, apreciação de atividade intelectual, mas, especificamente, reportando-se aos trabalhos mediúnicos, designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contato com objetos comuns. 

Em visita a um museu, os Espíritos André Luiz e Hilário observam que quase todas as preciosidades expostas estavam revestidas de fluidos opacos, que formavam uma massa acinzentada ou pardacenta, na qual transpareciam pontos luminosos, traduzindo as lembranças fortemente impregnadas dos que as haviam possuído.

Bastou a André tocar em um relógio para que se lhe descortinasse à visão mental uma reunião familiar, em que um casal se entretinha a conversar com quatro jovens. O objeto conservava as formas-pensamentos do casal que o adquirira e que, de quando em quando, visitava o museu para a simples alegria de recordar, alimentando, portanto, ainda mais o objeto com as suas vibrações.

Nas palavras de Áulus, o nosso pensamento espalha as nossas próprias emanações em toda parte a que se projeta. Dessa forma, deixamos vestígios espirituais, por onde passamos e tais vestígios podem ser percebidos por Espíritos de acordo com suas possibilidades evolutivas. Em se falando dos encarnados, por médium que detenha a faculdade dessa leitura.

Cada objeto pode, pois, ser um mediador para se entrar em relação com as pessoas que por ele se interessaram e até a registros de fatos da Natureza. De tudo se impregna a matéria inanimada.

Assim como o paleontologista pode reconstituir determinadas peças da fauna pré-histórica por um simples osso encontrado a esmo, é possível, a partir de objetos, se descobrir traços das pessoas que os retiveram ou de fatos de que foram testemunhas. Tudo através das vibrações da energia que eles guardam em si.

Os simples objetos do nosso cotidiano, da cadeira que ocupamos em nosso posto de trabalho aos adornos e a tudo que nos serve no lar, impregnamos com nossas vibrações.

Quem detenha possibilidade de captar tais registros poderá sentir os reflexos do que somos, as marcas de nossa individualidade e poderá se sentir bem ou mal, emocional e momentaneamente, conforme seja o padrão moral dos registros identificados.

Isso explica porque a alguns, figura penoso, comparecer a determinados lugares. Lugares de horror como os campos de concentração, carregados de registros de crueldade e de dor. Ou mesmo a alguns castelos de séculos passados, cenários de tragédias terríveis. Esses, que detêm essa faculdade, essa sensibilidade, registram as presenças espirituais ainda prisioneiras de certos objetos, a guardá-los, como preciosidades de que não se podem desfazer.

E médiuns mais sensíveis, por vezes, guardam dificuldades com o ambiente de alguns hotéis. É Bozzano quem relata o caso da sra. Katherine Bates, autora de livros espiritualistas, que tinha dificuldades com a atmosfera psíquica de certos quartos. Não era incomum ter de deixar um quarto de hotel muito confortável por outro pequeno e escuro, por não suportar a atmosfera mental ou moral gravada no ambiente por qualquer dos ocupantes anteriores.

Por sua vez, o escritor inglês George Gissing, em seu livro Viagens na Itália, relata o caso que lhe aconteceu de Psicometria de ambiente aberto. Estando em Crotona, teve visões históricas que remontavam a mais de dois mil anos. A que mais o impressionou foi a do massacre dos mercenários italianos por Aníbal, saindo de Crotona de retorno a Cartago. Ele desejava que todos eles o acompanhassem à África e, como se recusassem, decretou a carnificina que, nas mínimas particularidades, se desenrolaram aos olhos do escritor.

Daqueles acontecimentos estava impregnada a costa de Crotona, a praia, o promontório. E tudo foi visto, por cerca de uma hora, como se projetado em uma tela viva, vibrante, pelo atônito inglês.

O Drama da Bretanha, romance mediúnico recepcionado por Yvonne do Amaral Pereira, inicialmente do Espírito Roberto de Canalejas e, quarenta anos mais tarde, reconstruído pelo Espírito Charles, relata a história da infeliz Andréa, que dá fim a sua vida, precipitando-se no mar.

O Espírito, aguçando seus sentidos espirituais, revigorados, ademais, pela ação da vontade, presenciou as cenas, compulsando-as na psicosfera ambiente, como registradas em um livro de História, em extraordinária biblioteca, traduzindo-as à pena mediúnica de Yvonne.

E assevera: que isso poderá também ser presenciado pelo leitor na ação da vida espiritual, visto que suas cenas perdurarão por milênios impressas nas vibrações da luz.

 

 

 

 

Agora tente entender como ocorre a faculdade de ler impressões e recordações ao ter contato com objetos comuns.

O termo Psicometria foi criado em 1849 pelo médico norte-americano J. Rhodes Buchanan. Ele pesquisou e realizou durante anos consecutivos uma série de experiências, mas somente depois de algum tempo estudando os efeitos do fluido magnético com pacientes sonâmbulos, que realmente chegou a conclusões precisas. Seu método de estudo consistia em apresentar a estes pacientes objetos pertencentes ao presente ou passado de uma pessoa. Os sonâmbulos passavam a descrever cenas relativas às épocas de existência do objeto e até mesmo o próprio caráter da pessoa a quem pertencia o objeto psicometrado.

Desde então, foram realizados diversos estudos e publicados livros a respeito do fenômeno. Dentro da visão espírita existem muitas obras e autores que abordam o tema, mas há alguns que se destacam.
Na definição do livro Nos domínios da mediunidade de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, Psicometria significa registro, apreciação de atividade intelectual. Entretanto, nos trabalhos mediúnicos, esta palavra designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contato com objetos comuns.

Áulus relata que o pensamento espalha suas próprias emanações em toda parte a que se projeta, deixando vestígios espirituais onde são arremessados os raios da mente. Como o animal, que deixa no próprio rastro o odor que lhe é característico, tornando-se, por esse motivo, facilmente abordável pela sensibilidade olfativa do cão.

O orientador prossegue dizendo que as marcas da individualidade de cada um vibram onde se vive e por elas provocam o bem ou o mal naqueles que entram em contato.

A obra Mecanismos da Mediunidade, psicografada por Chico Xavier e Waldo Vieira, também ditada pelo espírito André Luiz, esclarece que a Psicometria é a faculdade de perceber o lado oculto do ambiente e de ler impressões e lembranças ao contato de objetos e documentos. Cita ainda a importância da harmonização entre encarnados e descarnados neste tipo de trabalho, caso contrário pode-se anular a possibilidade de êxito, fugindo aos verdadeiros propósitos.

Acrescenta também que pode ser usada em SOS de desaparecimento de uma pessoa que não deixou pistas. Por intermédio de um objeto pertence à vítima, o médium consegue captar a personalidade e fisionomia do proprietário e reporta-se ao seu desaparecimento, podendo até mesmo descobrir seu desencarne e o local onde seu corpo se encontra. Isso porque os objetos adquirem um fluido pessoal humano.

Como a ciência oficial não acredita nisso milhares de casos ficam sem solução.
AS PESQUISAS DE ERNESTO BOZZANO

Outro importante pesquisador do assunto foi Ernesto Bozzano, estudioso profundo do psiquismo humano, filósofo e grande pensador. No livro Enigmas da Psicometria, de sua autoria, Bozzano aborda experiências e análises sobre diversos casos que utilizaram a Psicometria como recurso. Define que a Psicometria é uma das modalidades da clarividência e que os objetos servem para fornecer pistas ao psicrômetro, sendo que os resultados são alcançados pelas faculdades clarividentes e telepáticas do médium, ultrapassando os limites da matéria e do tempo. Diz ainda que os fluidos humanos são absorvidos pelo objeto, tornando-se agentes evocadores das impressões psicométricas. Por isso, quando o objeto pertenceu a mais de uma pessoa pode até causar erros de orientação.

E conclui, dizendo: "Na base das percepções psicométricas, encontra-se constantemente um fenômeno de ´relação´, estabelecido entre o sensitivo e as pessoas vivas ou mortas, ou então, com seres animais, organismos vegetais e estados da matéria, em relação com o objeto psicometrado.

Graças a essa ´relação´, o sensitivo extrai as suas percepções telepaticamente de pessoas vivas ou mortas, fluidicamente ligadas ao objeto.
Ordinariamente, a faculdade psicométrica é uma função do Eu integral, subconsciente e, algumas vezes, direcionada por entidades desencarnadas.

Essas imagens correspondem, na maior parte, a acontecimentos reais, mas também podem ser, eventualmente, de natureza simbólica, colimando uma informação".
Casos reproduzidos do livro Enigmas da Psicometria:

"Light" (1914, pág.32).

"Um indivíduo mandou da Índia uma caneta de madeira, acrescentando que ela pertencera a um filho dele, já falecido.

O sensitivo, Sr. Roberto King, ignorando absolutamente a proveniência do objeto, tornou-o e começou logo a descrever uma criança, cujo retrato esboçou minuciosamente.

A seguir, o espírito da criança transmitiu-lhe lacônica mensagem destinada ao consulente que, acrescenta o Sr. King, está intimamente ligado ao falecido.
Depois, diz o sensitivo: "Sinto-me empolgado por uma influência singular e ouço nitidamente uma voz que repete e insiste numa palavra cuja transcrição fônica é - Shanti!.

A mensagem foi encaminhada para a índia e o pai do menino não demorou a responder, gratíssimo, confessando não lhe restar dúvida alguma sobre a autenticidade da comunicação; primeiro, porque ele era, efetivamente, uma criança; e, segundo, porque a descrição feita pelo médium era expressão maravilhosa da verdade.

Finalmente a palavra "Shanti", que quer dizer: - a paz seja contigo-, era a saudação habitual que o filho lhe dirigia, quando vivo, todas as manhãs". Análise de Bozzano:

Neste caso, a circunstância teoricamente importante afirma-se no último incidente, ou seja, a audição de um vocábulo que o médium traduz foneticamente, vocábulo este que se verifica, posteriormente corresponder à saudação que o filho costumava dirigir ao pai.

É um incidente que realiza excelente prova de identificação espírita. Sem dúvida, poderíamos objetar que a relação psicométrica se estabelecesse entre o médium em Londres e o consulente na Índia e que, por conseguinte, houvesse aquele se apropriado, na consciência deste, das suas indicações.
Ora, uma dessas regras nos ensina que, quando o sensitivo entra em relação com o possuidor do objeto psicometrado, começa por descrever o indivíduo, inclusive o meio em que ele se encontrava.

E, quando o objeto foi utilizado por diversas pessoas, o sensitivo percebe entre as diferentes influências aquela que, em virtude da lei de afinidade, se lhe torna mais ativa, enquanto ignora as outras, ou apenas recebe delas impressões secundárias, passíveis de errôneas confusões.

Lógico, ao contrário, é dizer-se que o objeto, por saturado da "influência" do filho, determinou a relação psicométrica do sensitivo com o desencarnado, o que de resto ressalta dos fatos, com a descrição mediúnica do filho e não do pai.

Psicometria premonitória:

Boletim da Sociedade de Estudos Psíquicos de Nancy - Novembro de 1904)
"Entreguei ao sensitivo Phaneg uma joia que constantemente trazia comigo, de há muitos anos.

Logo que a teve em mãos, começou ele a descrever o castelo da Duquesa de Uzés, em Dampierre. Depois, acrescentou: percebo uma senhora morena, acamada numa alcova amarela.

Ao seu lado está um médico que parece inquietar-se muito com o estado da enferma...

Esteve a senhora doente, ultimamente? A minha resposta negativa, Phaneg acabou por dizer: "Neste caso, a enfermidade que eu vi deve ainda aparecer".
Ora, quinze dias depois, a predição se realizou! Enfermei gravemente, a ponto de inspirar sérios cuidados ao meu médico assistente.

O redator do Boletim assim comenta o caso:

"O Sr. Phaneg viu o clichê da enfermidade sem poder assinalá-lo no passado, quando no futuro da consulente".

Conclusões de Bozzano:

"Também poderíamos acrescentar que ele extraiu a informação no subconsciente da senhora, cujo organismo podia achar-se afetado dos sintomas precursores da moléstia que explodiria quinze dias depois".
Contato com desencarnados através da Psicometria:

("Light" - 1910, pág. 133)

"Entreguei ao médium uma medalha que pertencera à minha falecida irmã.

Quando Peters a colocou sobre a fronte, pense involuntariamente na falecida e esperava que me falasse dela.

Bem ao contrário, começou por descrever minha mãe, dizendo vê-la a meu lado e a lhe exibir dois retratos, dos quais fez minuciosa descrição.
Lembrei-me de que alguns anos antes tinha guardado em uma pasta duas fotografias análogas às descritas, mas não me ocorriam detalhes. Fosse por que fosse, notei que a descrição não correspondia absolutamente aos retratos de meus pais, existentes na minha sala de visitas.

Logo que regressei a casa, procurei as fotografa e verifiquei, surpreso, que o médium as descrever com perfeita exatidão.

Nitidíssima deveria ter sido a sua vidência, pois abrangera os trajes, o penteado, a posição das mãos e minúcias outras de menor relevo, tal, por exemplo, a cortina que serviu de écran para uma das fotografias.
Mais tarde pude compreender o motivo por que o médium não entrou em relação com o espírito de minha irmã.

É que a medalha tinha sido feita de uns brincos que pertenceram à minha mãe, e minha irmã, que tivera a ideia de os mandar fundir e transformar em medalha, nunca usou, depois, esta joia".

Análise de Bozzano:

"Neste caso, não poderíamos, certamente, excluir a hipótese de haver o médium haurido na subconsciência do consulente os pormenores revelados.
Todavia, a circunstância de ele se propor a entrar em comunicação com a irmã e ignorar que a medalha não continha associações fluídicas com ela, torna mais verossímil a hipótese da "influência" materna contida no objeto, como traço dá ligação psicométrica do médium com a falecida.

E aquele espírito, que exibia ao médium duas fotografias totalmente esquecidas, demonstra a intenção de provar a sua presença real, de acordo com os desejos do consulente, que procurara médium na esperança de alcançar uma valiosa identificação espírita".

FONTE:

Revista Cristã

IPPB

Editora Vivência

Ernesto. Enigmas da Psicometria. Bozano.

Paulo Alves GODOY

Yvonne A PEREIRA.

Francisco Cândido XAVIER; Pelo Espírito André Luiz.

Maria Helena Marcon

Érika Silveira

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário