SENSAÇÕES ALÉM TÚMULO -Emmanuel
Não duvides que a morte do corpo denso
reintegrar-te-á no patrimônio de emoções que amealhaste a
benefício ou em desfavor de ti mesmo. Agora que te confias à
multiplicidade de ideias e sonhos, anseios e impressões, no campo da própria
alma, a dividir-se através dos sentidos que te compõem o mundo sensorial, és
qual fonte de vida a espraiar-se no solo da experiência; entretanto, amanhã,
serás a síntese de ti próprio, na justa aferição dos valores que a Providência
te conferiu.
Se o Bem te preside a jornada, decerto, sob o Amparo da Lei, marcro dicionário em português
do Senhor novos mandatos de serviço em consonância com os teus ideais,
porque no culto do dever retamente cumprido, todas as criaturas ascendem verticalmente a novos quadros
evolutivos. Mas, se encarceras o espírito nos enganos da sombra, não esperes
que a ausência da teia física se te faça, mais tarde, equilíbrio e libertação,
de vez que a Lei, ciosa de seus princípios, guardar-te-á nos resultados da tuas
próprias ações, compelindo-te a restaurar os fios do destino, associando-se aos
propósitos do Pai Excelso.
É por isso que as sensações além-túmulo
representam o retrato positivo das imagens que criamos no laboratório da existência
física, determinando, segundo a lição do Mestre, que o fruto de nossos desejos
esteja à nossa espera, onde guardarmos o coração. Não te esqueças de que a
alegria do Céu e os tormentos do inferno começam, invariavelmente, em nós
próprios, plasmando em derredor de nós mesmos o flagelo das paixões
destruidoras que houvermos abraçado no convívio deliberado da sombra, ou no
Brilho do Bem, a que tivemos empenhados as nossas melhores forças, no
sacrifício incessante pela Vitória da Luz
O corpo é o instrumento da dor. Se
não é a causa primária, é a causa imediata.
A alma tem a percepção da dor que é o
efeito.
A lembrança que a alma conserva da
dor pode ser penosa, mas não pode ter ação física.
na questão 257 do L.E.
Ensaio Teórico da sensação dos Espíritos.
A dor tem
como instrumento o corpo, mas a percepção da dor ocorre na alma. Como
comparação podemos pensar naqueles a quem se amputou um membro e costumam
sentir dor no membro que lhes falta.
Vale
lembrar um caso de Ernesto Bozano
“Estando de visita a Véretz (Indreet-Loire), viu um moço maneta
(braço direito), chamado Sicos, passar diante de casa. Alguns dias depois
encontrou com a sua mãe, que me relatou o acidente de seu filho, cujo braço
fora esmagado por uma engrenagem.
“O que de mais estranho há – disse ela – é que
meu filho sente a presença de seu braço que falta, cujos dedos, afirma, pode
mover à vontade. ”
Ernesto
disse então: “Diga a seu filho que ele estenda seu braço faltante sobre a chama
de uma vela, de modo que a chama o percorra desde o ombro até a ponta dos dedos
e talvez ele venha a sentir a queimadura. ”
Dois dias
depois ouviu o moço chamar-lhe na rua para dizer o seguinte: “Ah! o senhor me
pregou uma boa peça e me fez queimar os dedos.”
Então explicou que estendera o braço ausente
sobre a chama da vela, fazendo com que ela o percorresse até a ponta dos dedos,
e que somente neles havia sentido a queimadura, ao passo que no braço nada
experimentara.
Ainda disse que podia torcer o braço ausente à
vontade, mas não completamente e só em ângulo
reto.
Foi então
à sua casa, vendou-lhe os olhos e, agindo sobre o seu braço, ora percorrendo-o
com a chama de uma vela, ora passando sobre ele a mão, ficou convencido de que
me havia dito a verdade. Sabia que a medicina já observara casos semelhantes,
mas os atribuía a uma causa diversa da presença do períspirito, no qual ela não
acreditava...”
É que o cérebro guarda a impressão da
existência do membro. Fato que ocorre no sofrimento do Espírito, após a morte.
Liberto do corpo o Espírito pode
sofrer, mas um sofrimento que não é corporal.
A dor que sente não é uma dor física.
É um vago sentimento íntimo que as vezes nem compreende, porque a dor não se
acha localizada.
É uma reminiscência penosa – dor
moral.
O períspirito é o agente das
sensações exteriores. No corpo, os órgãos localizam essas sensações. Destruído
o corpo, as sensações se tornam gerais.
·
Uma das propriedades do períspirito
sensibilidade global
Não há como confundir, as sensações
do períspirito, que se tornou independente, com as do corpo.
Liberto do corpo, o Espírito pode
sofrer, mas esse sofrimento não é corporal.
A dor que sente não é uma dor física
um vago sentimento íntimo, que o próprio Espírito nem sempre compreende bem.
Isso porque a dor não se acha
localizada e porque não é produzida por agentes exteriores; é mais uma
lembrança do que uma realidade, o que não torna a dor menos penosa.
·
Podemos lembrar-nos de
Lázaro e o Rico o sofrimento moral do rico
Isso não acontece com os de períspirito
mais denso, os quais percebem os sons e odores, mas não por uma parte limitada
de suas individualidades, conforme quando vivo; neles as vibrações moleculares
se fazem sentir em todo o ser e lhes chegam ao próprio Espírito.
Eles ouvem o som da nossa voz,
entretanto nos compreendem sem o auxílio da palavra, somente pela transmissão
do pensamento.
André Luiz conta casos de obsessão em
que os Espíritos estão presos aos odores da bebida do fumo dos pensamentos
eróticos etc...
Ao passarem de um mundo a outro, os
Espíritos mudam de envoltório, como nós mudamos de roupa. Troca do corpo grosso
pelo sutil.
Quando nos vêm visitar, os mais
elevados se revestem do períspirito terrestre e então suas percepções se
produzem como no comum dos Espíritos.
Conforme a categoria que ocupem,
podem ocultar-se dos que lhes são inferiores, porém não dos que lhes são
superiores.
Nos primeiros instantes que se seguem
à morte, a visão do Espírito é sempre turbada e confusa. Aclara-se, à medida
que ele se desprende, e pode alcançar a nitidez que tinha durante a vida
terrena. E até mais por verem pela terceira visão.
Uma vez, quando livres do nosso
envoltório grosseiro, podemos imaginar que não mais sofreríamos.
Mas podemos continuar a sofrer, e
muito, e por longo tempo, mas também podemos deixar de sofrer, até mesmo desde
o instante em que acabe a vida corporal.
Os sofrimentos deste mundo
independem, algumas vezes, de nós; muito mais vezes, são devidos à nossa
vontade, tais sofrimentos são efeitos de causas que nos teria sido possível
evitar.
·
Os
sofrimentos por que passa o Espírito são sempre a consequência da maneira como
viveu na Terra. Lázaro e o Rico
Sofrer resulta dos laços que ainda
nos prendem à matéria; quanto mais livre estivermos de sua influência, ou,
quanto mais desmaterializado nos acharmos, menos dolorosas sensações vamos experimentar.
Dominando as paixões animais; não
alimentando ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; não nos deixando dominar
pelo egoísmo, nutrindo bons sentimentos; praticando o bem; não dando para as coisas
deste mundo a importância que não merecem; embora revestidos do invólucro
corporal, já estaremos depurados, já estaremos libertos do jugo da matéria e,
quando deixarmos esse invólucro, não mais vamos sofrer sua influência.
Nenhuma recordação dolorosa virá dos
sofrimentos físicos que passamos; nenhuma impressão desagradável ficará, porque
apenas terão atingido o corpo e não a alma.
Hoje a dor chega mas passa e fica a
lembrança apenas de que existiu, mas não nos lembramos como, apenas se foi
muita ou pouco.
Os sofrimentos guardam relação com o
proceder que tivemos e cujas consequências vamos experimentar; a outra vida é
fonte de encantadora de ventura para os que seguiram o bom caminho.
Aos que sofrem, isso acontece porque
quiseram; e, portanto, só de si mesmos devem se queixar, quer no outro mundo,
ou neste.
Nós temos o conhecimento absoluto de
certo-errado-bem-mal
FONTE:
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec;
Quem tem medo da morte - Richard
Simonetti
Fenômenos de Bilocação-Ernesto
Bozzano
Obsessão e
suas máscaras-Dra. Marlene Nobre
Nenhum comentário:
Postar um comentário