sexta-feira, 22 de outubro de 2021

QUEDA UM POUCO MAIS ESMIUÇADA VULGARMENTE CHAMADA DE QUEDA DOS ANJOS

 

QUEDA UM POUCO MAIS ESMIUÇADA

Porque queda dos anjos? Porque eram espíritos puros cridos a imagem e semelhança de Deus e por quererem ser iguais a Deus ou maior caíram a nível da matéria, tornando-se simples e ignorantes começando o retorno à casa do Pai

Quer um exemplo da tal queda vulgarmente chamada de anjos decaídos?

A parábola dos dois filhos; do filho perdido e do filho fiel; comumente chamada de filho prodigo seguida de outras duas parábolas com o mesmo sentido da dracma perdida e da ovelha perdida

Jesus, ciente da nossa pobreza moral, procurando traduzir a nossa condição espiritual, contou-nos uma parábola (Lucas, 15:11 a 32), que nos remetia a um reino distante onde um Pai Amoroso e bom, vê partir um filho amado, imaturo e impulsivo, para uma terra longínqua, onde, vivendo dissolutamente, dissipa todos os bens que havia herdado. Padecendo extremas necessidades, chega a desejar o alimento dos porcos. Caindo em si, após tanto sofrer, levanta-se e resolve voltar à morada paterna. Ainda quando estava longe viu seu Pai, que o recebe com alegria e íntima compaixão. O filho diz: "Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho" e o Pai misericordioso e magnânimo entre tantas palavras amorosas e doces ressalta: "Este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado".

A parábola do Filho Pródigo é a nossa própria história em sua faceta de involução ou queda, e de ascensão ou evolução com o retorno à casa do Pai após sua queda moral.

Esse é nosso momento; comemos muito a comida dos porcos e agora estamos tentando nos levantar voltando a casa paterna.

O que trata a teoria da queda de Pietro Ubaldi?

Na verdade, a chamada teoria da queda não é uma ideia nova que surgiu no mundo. É uma ideia antiga. Se nós formos pesquisá-la ao longo da história vamos encontrar pensadores em todas as épocas em todas as culturas, não só no ocidente, mas no oriente também que lançaram esta ideia. E esta ideia está nas raízes da tradição judaica e cristã, sendo uma ideia fenomenal, estupenda, que vale a pena nos debruçarmos e tentar e compreende-la porque nos dias de hoje não há como entendermos Deus, compreender o universo, não entendermos a nós mesmo, não conseguirmos conjecturar sobre nossos destinos, as nossas origens sem esse conhecimento. Então é importante nos dias de hoje para quem quiser penetrar no conhecimento de Deus, da criação, valendo a pena estar atentos ao conhecimento da queda. Muitos se assustam quando ouvem pela primeira vez a queda do espírito, sobretudo o Espírita que está enraizado em certos fundamentos que dizem que o Espírito não retrograda, e a queda logo sucinta um retrocesso, mas o que se espera é paciência a esse tipo de pessoas, porque essa ideia não pode ser de forma alguma ignorada. Há muitas formas que nós podemos abordar a queda; de entendermos o que é isso; podemos abordar por diversos ângulos e talvez fosse interessante nesse instante relatarmos cada um de nós como que chegamos nisso; porque chegamos nisso e quais as impressões que tivemos ao ouvirmos pela primeira vez esse assunto. Porque não tem muito como não aceitar a ideia da queda. Hoje quem ouve falar pela primeira vez na teoria da queda a primeira impressão seria a de rejeitar. Mas em 1982 Gilson Freire foi para a Argentina estudar homeopatia, abandonando de vez a alopatia convencional e ao se debruçar sobre o conhecimento homeopático, suas origens, seus conceitos, se deparou com uma informação crucial dentro da homeopatia, de que o homem teria resquícios no seu inconsciente profundo de uma falência espiritual que produzia sintomas no ser humano dos quais o de que o ser humano tenta se defender (isto foi estudado por Samuel Hahnemann o fundador da homeopatia), que chamou esses resquicios dessa queda, dessa falencia espiritual de “psora”, uma palavra grega que quer dizer mancha e ele se perguntava por que todo ser humano trazia essa mancha na sua alma, sua psora e essa psora se traduzia num trauma espiritual de uma origem profunda do Espirito como se o Espirito estivesse sofrendo por ter se apartado da unidade divina; e na verdade ele sofre, de nostalgia, e uma serie de sentimentos, se segurança, de medos, de carencias, de sentimentos de desproteção, culpa, como se ele tivesse participado realmente de uma evasão do reino divino e perdido a pérfeição a qual almeja alcançar hoje. E isso é incompativel com o conhecimento Espírita que rejeita essas ideias estudadas por Hahnnemann e por um autor argentino que era contundente em apresenta-las, demonstra-las nas experimentações homeopaticas e ficou um cruel desafio em rejeitar ou aceitar essas ideias que pareciam  até um produto experimental. Mas Ubaldi falou na queda e a queda explica. E tudo se encaixava no que os Espíritos homeopaticos demonstravam; o homemn como um ser falido. E por todas as religiões cristãs ou não, pela filosofia, suas respostas são as mesmas indicadas pelo caminho da homeopatia;não é novidade o que Ubaldi traz, só que ele traz revestida de uma roupagem moderna.

Leon Denis em  “o problema do ser do destino e da dor” cap.2  fala:

- No Espiritismo nunca é demais dizer não há dogmas, não mais misterios e cada um dos seus principios pode e deve ser discutido, julgado e submetido ao exame da razão. Allan Kardec pôs-nos sempre de sobreaviso contra o dogmatismo e o espirito de seita. Recomenda-nos sem cessar em suas obras que não deixemos cristalizar o espiritismo; não  dogmas, não misterios. Abramos o entendimento a todos os sopros do Espirito. Bebamos em todas as fontes do passado e do presente. Digamos que em todas as doutrinas há parcelas da verdade. Nenhuma porém a encerra completamente, porque a verdade em toda sua plenitude é mais vasta do que o Espirito humano.

No Livro dos Espíritos ou no evangelho quando estudamos nos pegavamos sempre em uma mensagem de Sto. Agostinho faz uma divulgação dos varios mundos “há muitas moradas na casa do meu Pai” e ele nos classifica como Espírito exilados, Espiritos expulsos de um lugar feliz no qual nós não nos adequamos (afinal somos os exilados de Capela).

E a ideia da queda entrou na nossa vida como uma parente extremamente poderosa,  de dar medo, e de se questionar e  olhar pra você e dizer puxa vida, quantas coisas você ainda vai ter que trabalhar honestamente com você mesmo porque agora você enxerga que esse Pai não te abandonou e em segundo lugar a situação em que você se encontra é em função do seu QI, da sua escolha, porque nós escolhemos chegar aqui. E tudo isso nos remete a um estudo mais aprofundado.

E fala-se muito em reforma intima, e qual a importancia da queda para o processo de reforma intima?

A queda está completa nas palavras de Jesus. Estamos sempre estacionados, mas acreditando sempre que estamos evoluindo, aprendendo e quando nos depararmos com a queda percebemos que é preciso retornar a esse reino que fomos exilados. Não basta o conhecimento apenas, mas a utilidade pratica desse conhecimento.

O que é a teoria da queda?

Em Deus e o Universo (11ª obra) Ubaldi nos diz que a criação divina original se deu fora do nosso universo. E o nosso universo como nós sabemos está mergulhado nas dimensões do espaço, tempo e matéria e este não é o reino originário de Deus, porque Deus está além do espaço e do tempo, no Absoluto, mas muito pra lá desse universo que conhecemos; na verdade esse universo paralelo foi creado por Deus para abrigar os rebeldes caídos. Deus não se sujeita ao ritmo do transformismo evolutivo. Enfim Ubaldi nos propõe que a criação de Deus tenha se dado fora do tempo, além do espaço, em outro domínio, em outra região além do nosso universo. É o campo divino onde Deus se expressa em plenitude e onde ele poderia criar retirando de sua própria substancia; Ubaldi nos diz que a criação se deu nesse domínio muito além do nosso universo. A criação original teria se dado aí e Deus teria criado Espíritos feitos de sua própria substancia, a sua imagem e semelhança, portanto entidades conscientes de si próprias, criadas como deuses também, mas a criação estaria subordinada a seus fundamentos. Por isso trazemos na consciência a lei de Deus O amor e a liberdade. Todos os seres foram criados fora do tempo, no universo absoluto; uma criação que existe fora do tempo onde parte dos espíritos escolheram viver sob o domínio do amor e parte dos espíritos negaram essa vivencia do amor porque havia a liberdade de se negar. Então parte desses espíritos que seria uma parte do infinito porque a criação teria sido infinita e outra parte teria se retirado dessa realidade do absoluto, por puro egoísmo e orgulho decidiram ser iguais a Deus e caíram energeticamente a nível da matéria, tonando-se simples e ignorantes; obrigando o Pai (Deus) a criar esse universo do espaço, do tempo, da matéria e da energia. Então a base do nosso universo seria uma criação secundaria; não seria a criação original de Deus e isso é muito impactante pra todos nós; admitir que a base de formação de nosso universo teria sido uma espécie de motim, de revolta, simbolizada na queda dos anjos (pois éramos espíritos puros), caracterizado na desobediência de adão e Eva e várias outras simbologias dos mitos.

Mas a origem desse processo foi uma intenção de expansão; o eu é o menor filho do Eu maior que tiveram a intenção de se transformarem em Eu somos os maiores iguais a Deus Pai. E diz Ubaldi que essa intenção abalou os fundamentos da criação e parte dos espíritos sofreram um processo de contração dimensional que nós chamamos de queda (palavra nem muito próprio porque queda é a caída de um lugar mais alto para um lugar mais baixo); mas não foi  ocorrido, e sim uma contração dimensional e toda essa contração foi a criação da matéria com todos os seus atributos e o estabelecimento de um universo que nasce em oposição ao universo original divino, universo que nasce do caos, da desordem, onde impera o atrito e os seres começam vivendo intensamente o egoísmo, gerando um mundo de atritos de violências de barbáries, que representam os mundos primitivos do qual viemos ( cujas duas raças se perderam no tempo pelo seu primitivismo conforme diz Emmanuel em A caminho da Luz); viemos desse regime que não pode ser divino.

Isso é uma ideia extraordinária que vai dizer que vivemos em uma realidade anômala que não é universo originário de Deus, não é a casa paterna e que nós estaríamos exilados nesse plano originado por exercer a liberdade concedida e que se tornou em livre arbítrio, exilados pela queda e por sair de Capela que já foi uma consequência de nossa rebeldia.

E vai dizer eu não me lembro disso, eu não tenho registro disso (voltamos a citação de Emmanuel...); mas é claro que tem e estão no nosso inconsciente profundo, e isso não vem a nossa memória superficial, mas está nos nossos arquétipos.

Lembramos que a parábola do filho prodigo é a nossa história; não tem o que tirar dela; nós saímos de um local que era tudo bom que até o filho prodigo quando estava comendo a lavagem dos porcos lembrava que na casa do Pai até os servos comiam melhor que ele; e ele toma uma decisão e volta para a casa do Pai e a meio do caminho esse filho encontra o Pai. E o que chama atenção é que o filho diz: Pai pequei contra ti e contra os céus e não sou digno de entrar em sua morada, mas dizei uma palavra; e ele diz esse filho estava morto. Emmanuel nos diz que estamos a meio do caminho e esse meio é quando mesmo na penumbra conseguimos enxergar a imagem do Pai.

Todos os textos de Emmanuel e André Luiz falam em retorno, redenção e você só retorna de onde saiu; ressurreição gloriosa, vida eterna...

Questão 1009 Livro dos Espíritos último parágrafo da mensagem de Lamennais:

“Pobres ovelhas desgarradas, aprendei a ver aproximar-se de vós o bom Pastor, que longe de vos banir para todo o sempre da sua presença, vem pessoalmente ao vosso encontro, para vos reconduzir ao aprisco. Filhos pródigos, deixai o vosso voluntario exílio; encaminhai vossos passos para a morada paterna. O Pai vos estende os braços e está sempre pronto a festejar o vosso regresso ao seio da família”

Isso não está tratando do exílio de capela de La pra Ca e de volta, nada disso. Exílio voluntario daquilo que Ubaldi chama de sistema.

Sistema planetário nada mais é do que uma repetição em escala menor de um grande fenômeno maior que está na origem do nosso universo.

Começamos a nos lembrar de diversas informações que chegam do conhecimento humano e começamos a entender que esta ideia é fenomenal, que arrebanha o criacionismo o evolucionismo e se acomoda nas descobertas da ciência moderna que fala que nosso universo veio de outra realidade; vem de um produto de condensação de forças que se precipitaram para explodir e formar o nosso universo (o BIG BANG). E se conjugando, essas ideias vão se costurando e nós vamos resgatando a tradição judaica, o velho testamento, a gênese mosaica, o evangelho de Jesus a cosmologia moderna e juntamos criacionismo com espiritismo, evolucionismo e todas as escolas espiritualistas evolucionistas, agora se completam com a ideia criacionista sendo uma síntese estupenda para o conhecimento humano porque juntamos todas as culturas, ideias, ocidente com oriente, catolicismo com espiritismo; é o que nos falta para compreendermos a nós mesmos e entendermos o nosso universo, porque que ele existe a que que ele se destina, que nós estamos voltando pra casa, pra nossa condição de origem que é a condição divina que fomos criados e podemos entender que vivemos numa condição anômala e que nosso universo é uma doença no seio da eternidade e será curada pela evolução e colocaremos Deus no seu devido lugar, pois Deus não criou a imperfeição do universo para fazê-lo evoluir e voltar a perfeição; Deus não teria criado o mal, a dor, para nos submeter a elas para evoluir simplesmente como regime de criação; não seria propicio a um ser infinitamente amoroso e sábio.

E isso está explicado com riqueza de detalhes nas obras de Ubaldi. Vale lembrar que Ubaldi submeteu a teoria da queda a biologia, a filosofia, a física, as religiões, e no sistema Ubaldi coloca a teoria da queda para desconstruir e não consegue, apenas afirmá-la cada vez mais. Veio a revelação judaica, a revelação cristã, a revelação espírita e as outras revelações espalhadas pelo mundo e quando se pega a queda ela faz uma síntese de tudo isso sem descartar a cultura humana.

E como conciliar as questões do Livro dos Espíritos 114 e 115 que diz que o espírito foi criado simples e ignorante?

Questão que todo espírita suscita compreendemos de uma forma diferente. Entendemos hoje que o espírito se tornou simples e ignorante em decorrência de sua contração; ele contraiu-se ao se inserir no átomo, na matéria; ele sofreu uma contração da consciência e exatamente por isso que ele almeja a dilatação da sua consciência e a evolução é um processo de dilatação da consciência porque ela foi contraída; Deus não faria isso conosco.

Quando o Espírito reencarna não perde o patrimônio e da mesma forma quando contraiu nada perdeu.

114. Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?

“São os próprios Espíritos que se melhoram e, se melhorando, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada. ”

115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus?

“Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber.

A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade.

Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros, só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade. ” a) — Segundo o que acabais de dizer, os Espíritos, em sua origem, seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que carecem com o percorrerem as diferentes fases da vida? “Sim, a comparação é boa. A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade. Mas, a vida do homem tem termo, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito. ”

116. Haverá Espíritos que se conservem eternamente nas ordens inferiores? “Não; todos se tornarão perfeitos. Mudam de ordem, mas demoradamente, porquanto, como já doutra vez dissemos, um pai justo e misericordioso não pode banir seus filhos para sempre. Pretenderias que Deus, tão grande, tão bom, tão justo, fosse pior do que vós mesmos? ”

A questão 621 do Livro dos Espíritos parece contrariar ou contradizer essa tão famosa afirmativa,

Kardec pergunta: onde está escrita a Lei de Deus? E os Espíritos respondem: na consciência e Kardec insiste: visto que o homem traz na sua consciência a Lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada?

 E os Espíritos respondem: Ele a esquecera e a desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.

Ora se nós sabíamos e conhecíamos a Lei de Deus nós não éramos ignorantes...  E nós não estamos aprendendo a Lei de Deus pela primeira vez; nós estamos é relembrando, como disse Platão aprender é recordar. Essa questão se opõe a criação do espírito simples e ignorante, porque a Lei de Deus é o conhecimento de tudo o que existe. Com desprezo esquecemos e agora temos que lembrar de novo com esforço, porque a Lei não nos inibe de sofrer pela criança. O ignorante sofre assim como o cego cai num buraco.

No capítulo III item 21 da gênese Kardec trata da destruição dos animais; ele nega que isso seja divino aguardando até que possamos compreender melhor; se não compreendermos não podemos enfrentar esse regime de vida.

Preste atenção no processo evolutivo; são bilhões de anos no reino animal e o que você aprende no reino animal? A matar, a se defender, a roubar, a usar da astucia, a criar venenos e em bilhões de anos você assimila aquilo tudo na sua bagagem de conhecimento. Segundo André Luiz são 15 milhões de séculos; e depois vem a lei e diz, agora não, agora faça diferente, agora não pode, ame teu próximo, não bata mais nele, dê a outra face; soa estranho; não tire a vida, dê a sua vida.

Deus não entenderia o custo benefício? É uma pergunta que parece herética ao primeiro momento, assusta, mas é crucial porque seria anti didático. Você é treinado nesse regime animalesco e vira homem tem que negar isso tudo de um dia pro outro; é cruel e tem gente que diz Deus nos ensinou a roubar e a matar.

Nos registros dos exilados de Capela tem registros de Emmanuel que diz que eles vieram e trouxeram más influencia para nós. Trouxeram espíritos para intelectualizar o mundo primitivo, mas que vieram também com inclinações que perverteram a mente dos homens que seriam simples e ignorantes; então trouxeram com sua intelectualidade uma perversão da inocência aos vícios. Então como pensar da justiça divina que coloca um adulto para conviver com uma criança e esse adulto já com maus hábitos embora vá educando positivamente alimentando o intelecto, perverte os valores morais; e essa criança que culpa ela tem? Se nós entendermos pelo espiritismo que essa união no campo material não se dá por acaso como é que podemos justificar esses povos que vem de um orbe como podemos explicar isso.

Podemos comparar a um Pai que tem muitos filhos e que para que esses filhos possam evoluir eles são trancafiados num quarto de uma escola primaria, jardim da infância com a ordem de comer uns aos outros para que possam conquistar as relações amorosas, mas que uns comam os outros até que aprendam;

Um absurdo um processo didático dessa natureza justiça ficaria comprometida e isso vamos analisar mais para a frente com profundidade.

É uma ideia que refuta a queda que no espiritismo o espírito não retrograda, não degenera e muitos refutam a ideia da queda por isso, achando que esse processo involutivo não pode acontecer exatamente por isso.

A gente falou acima de um exílio planetário de um degredo onde espírito sai, por exemplo, de um planeta de provas e expiações e cai num planeta primitivo; então ele dá um retorno, um passo atrás para aprender de acordo com a sua consciência para depois dar um passo à frente e, além disso, há a questão da ovoidização. O espírito entra num monoideísmo uma ideia de vingança, de ódio e sofre um retrocesso, só que esses retrocessos são em corpos espirituais; por exemplo, ele pega o períspirito dele e nossa matriz humana termina no processo de ovoidização. Mas o espírito não perde o patrimônio conquistado, tanto no degredo planetário, como na ovoidização, ou na queda do sistema para o antissistema, na queda original não se perdeu os valores essenciais, a herança não é perdida; e vamos chegar a mostrar que todo nosso patrimônio está intacto na profundeza do inconsciente, nas potencialidades ocultas que ficaram ocultas devido a essa negação. Estamos falando muito do espiritismo e mais adiante vamos dilatar mais esse pensamento. Nosso foco não é esse de ficar trazendo ou debatendo essas contraposições, pois temos o amor o respeito a essa doutrina que permitiu nossa transformação; nossa posição sempre foi a de questionar, dialogar, somar até o esgotamento para o esclarecimento total.

A gente preza a liberdade de consciência que Kardec nos ensinou. Então não estamos ofendendo ninguém porque nossa posição nunca foi essa.

Essa é a posição do antagonista de que compreendamos que uma das características da queda é a posição de luta e guerra constante onde a gente se faz antagonista e confrontador, característica do nosso universo; a nossa postura é aquela de Kardec com o crítico no livro “o que é o espiritismo”.

É a posição de Kardec com o crítico onde ele dialoga, busca esgotar a fundo o assunto a ser criticado, para ver se essa crítica tem fundamento ou não.

O espiritismo já dissemos, não dogmatiza; não é uma seita nem uma ortodoxia é uma filosofia viva patente a todos os espíritos livres e que progride por evolução. Não faz imposições de ordem alguma; propõe e o que propõe apoia-se em fatos de experiência e provas morais; não exclui nenhuma de outras crenças, mas se eleva acima delas e abraça-as numa formula mais fácil, numa expressão mais elevada e extensa da verdade; trecho do cap. 2 do livro “o problema do ser do destino e da dor”.

É por isso que Kardec no capitulo 1 item 55 da Gênese, dá um conselho muito interessante quando diz que o espiritismo assimilará sempre todas as doutrinas progressivas em qualquer hora que seja desde que haja assumido o estado de verdade pratica e abandonado o domínio da utopia.

E a obra de Ubaldi abandonou o estado de utopia. A queda foi um retrocesso e é incompatível com o que Kardec nos ensinou valendo ponderar que nós observamos que o retrocesso é uma defesa que ocorre por beneplácito divino. Um espírito rebelde dedicado a maldade ele é inibido nas suas reencarnações posteriores, nascendo cerceado com a sua liberdade; ele reencarna como alguém incapacitado, provido de capacidades físicas e mentais para que ele não prossiga na sua trajetória de exercícios de maldade, então o retrocesso é uma defesa que a lei proporciona ao ser para que ele não continue a sua escalada de rebeldias e maldades e isso é evidente que se passa conosco; qualquer espírito que abusa no exercício do mal ele é cerceado é limitado sofrendo uma contenção que nós podemos chamar de retrocesso embora ele não tenha perdido nada do que ele conquistou. É exatamente isso que aconteceu conosco nas quedas planetárias, na primeira grande queda e nós observamos ao ler o Livro dos Espíritos que quando Kardec propõe aos espíritos essa questão do retrocesso, observa-se nitidamente que Kardec e os espíritos estavam se referindo exatamente a metempsicose, uma velha doutrina apregoada pelos egípcios e outras culturas em que a alma humana poderia desencarnar e em seguida reencarnar como animal ou mesmo como um inseto e isso do ponto de vista da evolução é um absurdo não havendo porque acreditar na metempsicose; e nesse aspecto não há um retrocesso não há retrocesso; a alma humana desencarna e continua humana, vai reencarnar no reino humano é a lógica e o retrocesso existe em situações em que a alma adota caminhos inadequados quando se atira a revoltas, maldades, ao exercício infrene do desamor da crueldade como os famosos dragões do mundo espiritual; esses espíritos precisam ser cerceados em sua liberdade e vão provocar um retrocesso evolutivo e vão reencarnar com limitações serias, vão renascer como imbecis, como aleijados, indivíduos privados de uma série de condições (microencefos !!!) Que antes eles tinham, um retrocesso necessário.

Em relação à vida aqui no Brasil ou na África são filhos do mesmo Pai soberanamente bom e justo, porém diante de condições extremamente diferentes provocando situações de muito constrangimento pelo próprio determinismo causado pela lei de causa e efeito tão estudada pelos espíritos e as informações que temos do plano espiritual é que esses irmãos que nascem na África negra hoje são os mesmos irmãos arianos, nossos alemães da segunda guerra mundial que hoje repercutem em seu períspirito toda dificuldade, tudo aquilo de mal que foi causado aos povos do planeta na guerra e que hoje reencarnam dentro de um planeta de provas e expiações como é natural, porém em uma condição bem mais difícil que tinham. É o caso do ovoide que muitos falam que é uma regressão da forma; mas a forma obedece aos impulsos do espírito; a forma não é isolada do espírito e se houve um retrocesso da forma é porque foi induzida pelo espírito. Essa questão tem que ser tratada de uma forma diferente, não podendo ser interpretada ao pé da letra; espírito não retrocede e ponto; você pode pegar o pau, pode pintar e bordar, pode soltar a bomba atômica e destruir milhares de pessoas, você não vai retroceder jamais, não vai perder nada do que você conquistou; isso é um absurdo! Esse retrocesso não serve para negar a tese da queda, em absoluto, a queda não pressupõe perdas, supõe o nosso acesso ao potencial que fomos criados. Seria injusto um espírito que intenta contra si mesmo, ele não sofrer a ideia de dar um passo atrás para aprender a caminhar para a frente. Ele não retrograda de reinos. Qualquer vidente que vê um ovoide é uma coisa triste; é uma degeneração da forma que é impactante demais para as pessoas que estão entrando em contato pela primeira vez com essas ideias. É preciso tranquilizar o coração porque por trás dessa dolorosa realidade há um amor muito grande. Um amor de Deus por nós muito grande. Se nós temos em vista essa triste realidade da ovoidização do espírito qual não foi o impulso de revolta e de negação para impulsionar o espírito ao átomo quando (questão 540 do LE); como foi grande a obstinação do espírito em apartar-se da criação original e desejar e utilizar o seu patrimônio a sua herança como disse o filho prodigo; me dá aqui a minha parte da herança que eu quero ir  para reinos distantes e esses reinos distantes é o reino da matéria e já se falou muito sobre isso a significação da arvore do bem e do mal no centro do paraíso; no centro de toda a criação Deus falou você pode tudo mas meu conselho pra você é da arvore do bem e do mal não prove, dessa arvore não coma; isso é anteposição dos desejos do filho aos desígnios do Pai, ou seja, a minha vontade  me dê minha parte na herança que eu quero fazer o meu universo do meu jeito; e ele tem essa liberdade; do dia em que delas comeres morrerás; essa arvore do bem e do mal nos lançou no idealismo que nós vivemos que é nos apartarmos dos desígnios de Deus, da vontade da herança do pai que é a perfeita harmonia do sistema? Porque o símbolo da criação no judaísmo é uma arvore, um organismo? E porque nós temos a sensação de que estamos isolados do todo sendo que nada vive isoladamente. No nosso organismo se fizermos um mergulho, quantos trilhões de células de átomos, é um universo um infinito pra baixo, pra dentro e pra fora da mesma maneira, então Ubaldi tem a Lei das unidades Coletivas, mostrando que tudo está interconectado no nosso universo e, no entanto pra ver como ele é exótico, nós temos a sensação de que estamos separados uns dos outros, num universo às avessas do universo divino, uma ilusão persistente e que precisa ser bem conversada pra se perceber que todo nosso ponto de vista é o dos seres quedados, pois atribuímos valores a essa teoria já partindo do ponto de vista invertido de quem está em queda e com isso nós cometemos muitos erros, por exemplo, um deles, é a questão da justiça de Deus: nós somos criados simples e ignorantes para que nós mereçamos através da evolução o patrimônio que nós vamos receber. Raciocínio de quem percebe a pequenez quando o outro só vai ganhar se tiver um mérito, se fizer alguma coisa. Será que Deus se comporta assim conosco? Ou será que Deus dá a gratuidade “exigindo” somente a reciprocidade, não para ele, porque seria interessante perceber que no processo de queda o filho voltasse com o egoísmo, somente para si mesmo, ele devolver amor para o Pai não é importante para o Pai é importante para ele ratificar que o amor do qual ele era feito era validado, era importante. Se negar a observar isso já foi uma grande derrota para o espírito e daí se originou todo o afastamento que nós vamos perceber ao longo desse estudo.

Essa ideia de receber patrimônio através da evolução era um absurdo hoje, mas naquela época importante para quem escreveu. As ideias são progressistas. O mérito do desenvolvimento para o espírito é importante no processo evolutivo, mas se olhar num contexto mais abrangente fica incompleto.

Se o espírito foi criado perfeito porque ele veio errar e passar por todo esse processo evolutivo?

Se fomos criados perfeitos como deuses e perfeitos porque a possibilidade da queda? A possibilidade da queda estava inserida no contexto de liberdade. Os seres não foram criados como autômatos, Deus não queria a criação de espíritos autômatos que aceitassem a sua obra por uma imposição. Havia necessidade de uma livre adesão e nessa possibilidade de livre adesão é que se insere a queda porque se isso não fosse possível o ser não seria livre e uma vez que ele foi criado com liberdade de escolha, ele poderia escolher, mas ele também não poderia saber das consequências da sua escolha porque senão sua escolha não seria livre. Aí está inserida a possibilidade da queda como atributo da perfeição. O sistema de Ubaldi era tão perfeito que permitia uma má escolha do ser, porque o ser tinha essa liberdade, mas o sistema de correção já estava inserido na própria natureza do ser. Aqueles que escolheram mal, optaram por experimentar do fruto do bem e do mal, vivenciar o ego, o egoísmo intenso e a negação do amor. Aqueles que como todos nós vivemos nesse universo fizemos essa opção estávamos fadados a correção que é evolução e vamos retornar ao mesmo ponto; diz Ubaldi que a criação divina original não estava terminada até que o ser respondesse sim; enquanto ele não respondesse sim a criação não estava terminada. Para aqueles que responderam sim a criação deles terminou eles se inserem no sistema que Deus propõe vive como Deus inserido no universo divino. E é uma coisa que acontece que nós não sabemos como é para quem ficou.

A perfeição do sistema está na possibilidade do erro e o erro como uma consequência direta da liberdade; somos criados sob regime da liberdade nós tínhamos essa autonomia; Deus nos deu essa liberdade; esse é o critério da perfeição e como nós negamos vamos passar por um desmoronamento e uma reconstrução e vamos retornar a Deus no ponto em que estávamos, e daí a necessidade do processo evolutivo, passando pelo mal, pela dor, por outros reinos.

Nós vamos voltar no mesmo instante em que Deus perguntar e aí meu filho? Você aceita o meu convite. E depois que a gente passar por todo esse processo que representa bilhões de anos e que aos olhos de Deus é um átimo da eternidade.

Alguns eventualmente conseguem fazer grandes evoluções num período de tempo muito curto. Nós podemos rejeitar a teoria da queda, por achar ser inconcebível com a teoria espírita, mas o grande norteador dessa teoria é o evangelho então não temos a menor dúvida de que ela coincide com o evangelho, resgata a essência do evangelho, resgata a missão do cristo em ter nós, explica os diálogos do cristo que veio não pra julgar o mundo, mas para salvar o mundo, salvar o que estava perdido, ninguém sobe aos céus sem que de lá tenha descido, sejais um com o Pai como eu sou um com o Pai, sejais perfeitos como perfeito é nosso Pai. A essência do evangelho é a queda, se nós negarmos a queda, vamos negar o evangelho. Que surpreende em Ubaldi é resgatar a essência do evangelho sem negar o evolucionismo, sem negar a reencarnação e todas as Teses espíritas. Ubaldi junta catolicismo e espiritismo e todas as doutrinas que acompanham essas grandes ideias.

FONTES:

Sonia Maria Leal

Grupo de Estudo Sentido da Vida

Pietro Ubaldi

 

 

 

 


PERSONALIDADE ANTIGA CRISTALIZADA (FIXAÇÃO MENTAL)

 

PERSONALIDADE ANTIGA CRISTALIZADA (FIXAÇÃO MENTAL)

 

Quanto mais nos aprofundamos no conhecimento da mediunidade e de suas psicopatologias, mais nos convencemos do tamanho de nossa ignorância, em relação à mente humana e ao seu psiquismo. O que seria, na verdade, o Inconsciente?

A personalidade humana, entre as criaturas terrestres, mais desconhecida que o Oceano Pacífico, afirmou o médico Gotuzo ao colega André Luiz. E como ele tem razão!

Em Nos Domínios da Mediunidade, há um caso que expõe essa complexidade. André Luiz e Hilário receberam as explicações de Áulus sobre à Emersão do Passado.

A senhora X e a personalidade emergente - Em uma sessão espírita dedicada ao intercâmbio mediúnico, foram admitidos três senhores e duas senhoras para receberem assistência. Após a tarefa normal dos médiuns habituais da Casa, uma das senhoras enfermas, que Viera para tratamento, caiu em pranto convulsivo, e começou a falar de uma lâmina enterrada em sua carne, clamando contra um homem que lhe arruinou o destino. A que

estão é que não havia nenhuma entidade comunicante.

Áulus explicou: Estamos diante do passado de nossa companheira. A mágoa e o azedume, tanto quanto a personalidade supostamente exótica de que dá testemunho, tudo procede dela mesma...

Ante a aproximação de antigo desafeto, que ainda a persegue de nosso plano, revive a experiência dolorosa que lhe ocorreu, em cidade do Velho Mundo, no século passado, e entra em seguida a padecer insopitável melancolia.

O assistente prosseguiu esclarecendo que essa nossa irmã imobilizara grande coeficiente de forças do seu mundo emotivo, em torno da experiência referida, a ponto de semelhante cristalização mental haver superado o choque biológico do renascimento no corpo físico, prosseguindo quase que intacta. Fixando-se nessa lembrança, principalmente por causa da presença do antigo verdugo, ligado a ela por laços de amor e ódio, passou a comportar-se qual se estivesse ainda no passado que teimava em ressuscitar. É então que se deu a conhecer como personalidade diferente, a referir-se ávida anterior.

Na verdade, era mesmo alguém que volta do passado a comunicar-se no presente. Nesses momentos, ela centraliza todos os seus recursos mnemónicos tão-somente no ponto nevrálgico, onde viciou o pensamento.

André Luiz reconheceu que está diante de um processo de autêntico animismo. E concluiu: Nossa amiga supõe encarnar uma personalidade diferente, quando apenas exterioriza o mundo de si mesma...

Nesses casos, os doutrinadores ou esclarecedores devem agir normalmente, como se estivessem realmente diante de uma entidade comunicante. Se nos fixarmos na idéia de mistificação, passaremos a ter uma atitude desrespeitosa, diante do seu padecimento moral.

Áulus ressaltou que essa mulher existe ainda nela mesma. A personalidade antiga não foi eclipsada pela matéria densa como seria de desejar.

Ela, portanto, devia ser considerada uma enferma espiritual, uma consciência torturada que precisava ser amparada, para rio campo da renovação íntima, única base sólida para a sua   recuperação definitiva.

Este fenômeno é muito mais comum do que podemos já imaginar. Quantos mendigos que não se veem com os trajes, andrajosos do presente, mas com os mantos de purpura dos ^ r castelos de outrora! Quantos servos que mantêm o orgulho dos poderosos senhores que já foram! Foi o que destacou Áulus. fem. Mecanismos da Mediunidade André Luiz chama a J i atenção para outro aspecto da questão: Inteligências desencarnadas de grande poder senhoreiam vítimas inabilitadas à defensiva, detendo-as, por tempo J indeterminado, em certos tipos de recordação, segundo as dívidas cármicas a que se acham presas.

Em tais casos, ocorre uma modalidade de obsessão espinica, que teremos oportunidade de estudar mais adiante, em que as entidades desencarnadas mantêm as vítimas, sob efeito de hipnose, em algum lugar do passado, através de deliberada regressão de memória.

Deduz-se também que, no caso analisado neste capítulo, o processo de emersão do passado verificou-se por fenômeno 1i de auto hipnose. Um fato relevante, como a simples presença, nos arredores, do inimigo desencarnado ou um acontecimento da existência comum, que lembre circunstâncias traumáticas já vividas, pode detonar à emersão da personalidade anterior, tendo por base o mecanismo dos reflexos condicionados.

Estão aqui enquadrados os mendigos que ainda mantêm o orgulho dos poderosos senhores que foram outrora e, de certa / ^ forma, a maioria de nós, os habitantes da Terra, que vivemos, muito mais no passado, do que no presente, segundo observação fim dos Instrutores Espirituais. Em maior ou menor grau, repetimos:  uns reflexos condicionados estabelecidos em vivências anteriores, m e que hoje ressurgem-no psiquismo, sob a forma de fortes lembranças que podem ser detonadas a qualquer tempo influenciando diretamente o nosso comportamento, daí a importância do recondicionamento de nossos pensamentos e atos, segundo as normas evangélicas de Cristo. Esse recondicionamento exige empenho, de cada um de nós, no aqui e no agora.

Estamos propondo, pois, um reexame dos reflexos condicionados congênitos, porque não somos uma tabula rasa, não trazemos, tão-somente, os instintos animais, próprios da espécie, quando ingressamos no berço, mas carreamos uma bagagem enorme de condicionamentos de vidas anteriores, no campo do psiquismo, que surgirão no hoje, influenciando diretamente as nossas ações, sobretudo a partir da adolescência.

Só esse estudo daria matéria para vários volumes, devido a seu natural desdobramento nas áreas da psicologia e da educação e, principalmente, porque deveria estar fundamentado no modelo de inconsciente proposto pelo paradigma espírita, a ser devidamente concebido pelos especialistas.

FONTES:

Obsessão e suas mascaras

Dra. Marlene Nobre

Nos domínios a mediunidade

Mundo maior

 

LONGINUS OU SÃO LONGUINHO

 

LONGINUS OU SÃO LONGUINHO

Existem pouquíssimos relatos acerca da vida do soldado romano que perfurou Jesus com uma lança. O seu nome era Longinus. Ele tinha um problema ocular no qual dificultava sua visão, e para que ninguém soubesse do seu problema de visão, e nem o colocar para fora do exército romano, ele procurava lutar sem medo e com destreza tinha força e velocidade em sua lança. E com o passar do tempo, perto de se aposentar, foi enviado para Jerusalém para designar seu último serviço como comandante de guarda. Seu nome Longinus é derivado do grego que significa “uma lança”, é referido como tendo sido o soldado romano que perfurou Jesus com uma lança (Jo 19,34 – “chegando e vendo Jesus já morto não lhe quebraram as pernas; mas um dos soldados transpassou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água”), ou como o centurião que, na crucificação, reconheceu Jesus como “o filho de Deus” (Mt 27,54-“o centurião e com eles os que guardavam Jesus ao  verem o terremoto e tudo mais que estava acontecendo, ficaram muito amedrontados e disseram: de fato este era filho de Deus”);( Mc 15,39-“o centurião que se achava bem defronte dele, vendo que havia expirado desse modo disse: verdadeiramente este homem era filho de Deus”); (Lc 23,47-“assim está escrito que o Cristo devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que, em seu nome, fosse proclamado o arrependimento para a remissão dos pecados e todas as nações a começar por Jerusalém”)

Durante o percurso do calvário Longinus escutou alguns homens do Sinédrio comentar que os joelhos de Jesus deveriam serem quebrados, pois, as profecias diziam que o messias não teria nenhum osso quebrado (Salmo34:21 _”Iahweh guarda seus ossos todos e nenhum deles será quebrado”) – (Ex 12:46 -= “há de comer-se numa só casa e não levaria dessa casa nenhum pedaço de carne. Não quebrareis osso algum”), e também pelo fato de que ao pôr do sol iria iniciar-se o Shabat, para que os corpos dos condenados não profanassem o dia santo, assim os seus joelhos deveriam serem quebrados para apressar a morte e para que a profecia não fosse cumprida. Longinus escutando tal conversa ficou indignado com tal perversidade articulada contra um homem humilde, já com o corpo abatido, e sem ter realizado nenhuma reclamação ou revolta estando em tal situação.

Então, no momento de quebrarem os joelhos dos crucificados, Longinus vai até Jesus, e assim para comprovar-lhe o óbito sem a necessidade dos seus joelhos serem quebrados como queria o Sinédrio, perfurou-lhe o corpo com uma lança. O líquido saído do corpo de Jesus bateu nos olhos do Longinus, curando-o instantaneamente da sua grave doença ocular, e também o curando na alma, pois atribui-se a ele as palavras de um soldado presente na hora da morte de Jesus: “Verdadeiramente este homem era o filho de Deus. ” Depois desse fato Longinus converteu-se e abandonou o exército romano.

Após abandonar o exército romano por causa de sua conversão, Longinus fugiu para Cesárea e, depois, capadócia, na atual Turquia. Mas, foi descoberto pelo Governador da Capadócia e denunciado a Pôncio Pilatos. No processo, foi acusado de desertor e condenado à pena de morte. Se ele renunciasse à sua fé em Jesus Cristo seria perdoado. Mas, ele se manteve firme e não renegou Jesus. Por isso, foi torturado, teve seus dentes arrancados e sua língua cortada. Depois, foi decapitado.

Longinus foi canonizado santo pela Igreja Católica no ano de 999, pelo Papa Silvestre II. Tendo recebido o nome de São Longuinho.

Depois desta vida, Longinus reencarnou várias vezes, a última sendo como o imperador Dom Pedro II.

Definitivamente proclamada a independência do Brasil, o guia espiritual do Brasil, Ismael, leva a Jesus o relato de todas as conquistas verificadas, solicitando o amparo do seu coração compassivo e misericordioso para a organização política e social do Brasil.

Corriam os primeiros meses de 1824, encontrando-se a emancipação do pais mais ou menos consolidada perante a metrópole portuguesa. Os estadistas topavam com dificuldades para a organização estatal da terra do Cruzeiro. A constituição, depois de calorosos debates e dos famosos incidentes dos Andradas, incidentes que haviam terminado com a dissolução da Assembleia Constituinte e com o exílio desses notáveis brasileiros, só fora aclamada e jurada, justamente naquela época, a 25 de março de 1824. Nesse dia, findava a mais difícil de todas as etapas da independência e o coração inquieto do primeiro imperador podia gabar-se de haver refletido, muitas vezes, naqueles dias turbulentos, os ditames dos emissários invisíveis, que revestiram as suas energias de novas claridades, para o formal desempenho da sua tarefa nos primeiros anos de liberdade da pátria.

Recebendo as confidencias de Ismael, que apelava para a sua misericórdia infinita, considerou o Senhor a necessidade de polarizar as atividades do Brasil num centro de exemplos e de virtudes, para modelo geral de todos. Assim, Jesus chamou Longínquas à sua presença, e falou com bondade:

 

– Longínquas, entre as nações do orbe terrestre, organizei o Brasil como coração do mundo. Minha assistência misericordiosa tem velado constantemente pelos seus destinos e, inspirado a Ismael e seus companheiros do Infinito, consegui evitar que a pilhagem das nações ricas e poderosas fragmentasse o seu vasto território, cuja configuração geográfica representa o órgão do sentimento no planeta, como um coração que deverá pulsar pela paz indestrutível e pela solidariedade coletiva e cuja evolução terá de dispensar, logicamente, a presença continua dos meus emissários para a solução dos seus problemas de ordem geral. Bem sabes que os povos têm a sua maioridade, como os indivíduos, e se bem não os percam de vista os gênios tutelares do mundo espiritual, faz-se mister se lhes outorgue toda a liberdade de ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições que lhes foram prodigalizadas. Sente-se o teu coração com a necessária fortaleza para cumprir uma grande missão na Pátria do Evangelho? ”

– Senhor – respondeu Longinus, num misto de expectativa angustiosa e de refletida esperança – bem conheceis o meu elevado propósito de aprender as vossas lições divinas e de servir à causa das vossas verdades sublimes, na face triste da Terra. Muitas existências de dor tenho voluntariamente experimentado, para gravar no íntimo do meu espírito a compreensão do vosso amor infinito, que não pude entender ao pé da cruz dos vossos martírios no Calvário, em razão dos espinhos da vaidade e da impenitência, que sufocam, naquele tempo, a minha alma. Assim, é com indizível alegria, Senhor, que receberei vossa incumbência para trabalhar na terra generosa, onde se encontra a árvore magnânima da vossa inesgotável misericórdia. Seja qual for o gênero de serviço que me forem confiados, acolherei as vossas determinações como um sagrado ministério.

– Pois bem – redarguiu Jesus com grande piedade – essa missão, se for bem cumprida por ti, constituirá a tua última romagem pelo planeta escuro da dor e do esquecimento. A tua tarefa será daquelas que requerem o máximo de renúncias e devotamentos. Serás imperador do Brasil, até que ele atinja a sua perfeita maioridade, como nação. Concentrarás o poder e a autoridade para beneficiar a todos os seus filhos. Não é preciso encarecer aos teus olhos a delicadeza e sublimidade desse mandato, porque os reis terrestres, quando bem compenetrados das suas elevadas obrigações diante das leis divinas, sentem nas suas efêmeras um peso maior que o das algemas dos forçados. A autoridade, como a riqueza, é um patrimônio terrível para os espíritos dos seus grandes deveres. Dos teus esforços se exigirá de meio século de lutas e dedicações permanentes. Inspirarei as tuas atividades; mas, considera sempre a responsabilidade que permanecerá nas tuas mãos. Ampara os fracos e os desvalidos, corrige as leis despóticas e inaugura um novo período de progresso moral para o povo das terras do Cruzeiro. Institui, por toda parte do continente, o regime do respeito e da paz, e lembra-te da prudência e da fraternidade que deverá manter o país nas suas relações com as nacionalidades vizinhas. Nas lutas internacionais, guarda a tua espada na bainha e espera o pronunciamento da minha justiça, que surgirá sempre, no momento oportuno. Fisicamente consideradas, todas as nações constituem o patrimônio comum da humanidade e, se algum dia for o Brasil menosprezado, saberei providenciar para que sejam devidamente restabelecidos os princípios da justiça e da fraternidade universal. Procura aliviar os padecimentos daqueles que sofrem nos martírios do cativeiro, cuja abolição se verificará nos últimos tempos do teu reinado. Tuas lides terminarão ao fim deste século, e não deves esperar a gratidão dos teus contemporâneos; ao fim delas, serás alijado da tua posição por aqueles mesmos a quem proporcionares os elementos de cultura e liberdade. As mãos aduladoras, que buscarem a proteção das tuas, voltarão aos teus palácios transitórios, para assinar o decreto da tua expulsão do solo abençoado, onde semearás o respeito e a honra, o amor e o dever, com lágrimas redentoras dos teus sacrifícios. Contudo, amparar-te-ei o coração nos angustiosos transes do teu último resgate, no planeta das sombras. Nos dias da amargura final, minha luz descerá sobre os teus cabelos brancos, santificando a tua morte. Conserva as tuas esperanças na minha misericórdia, porque se observares as minhas recomendações, não cairá uma gota de sangue no instante amargo em que experimentares o teu coração igualmente trespassado pelo gládio da ingratidão. A posteridade, porém, saberá descobrir as marcas dos teus passos na Terra, para se firmar no roteiro da paz e da missão evangélica do Brasil.

Longinus recebeu com humildade a designação de Jesus, implorando o socorro de suas inspirações divinas para a grande tarefa do trono.

Ele nasceria no ramo enfermo da família dos Braganças; mas, todas as enfermidades têm na alma as suas raízes profundas.

Foi assim que Longinus preparou a sua volta à Terra, depois de outras existências tecidas de abnegações edificantes em favor da humanidade, e, no dia 2 de dezembro de 1825, no Rio de janeiro, nascia de Dona Leopoldina, esposa de D. Pedro, aquele que seria no Brasil o grande imperador e que, na expressão dos seus próprios adversários, seria “o maior de todos os republicanos de sua pátria. ”

No fim da sua vida, D. Pedro II, que já houvera perdido a esposa, estava abandonado, esquecido, num modesto quarto de hotel, longe da pátria e dos amigos protegidos pelo boníssimo monarca, m seu exílio na França, conseguindo então a amizade e admiração de Vitor Hugo. Mas tudo isso não conseguia “turva-lhe a majestática serenidade de ânimo” e apenas levou-o a mandar buscar do Brasil um caixotinho de terra, talvez da mesma terra da sua vivenda em Petrópolis; só a uns dois ou três amigos íntimos revelou o motivo daquela encomenda, que era: repousar a cabeça depois de morto! Sendo este o conteúdo do seu belíssimo e perfeito soneto: Terra do Brasil.

Depois, alquebrado pela moléstia e pela velhice, expulso da pátria como um réprobo, privado de tudo quanto amava, no modestíssimo Hotel Bedford, à rua de l’Arcade, 17, em Paris, faleceu o ex imperador do Brasil a 5 de dezembro de 1891. Suas derradeiras palavras foram estas: “Nunca me esqueci do Brasil. Morro pensando nele. Deus o proteja. ”

 

FONTE:

Brasil, Coração do Mundo – Pátria do Evangelho - Humberto de Campos.

D. Pedro II e o Brasil.

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Bíblia de Jerusalém