QUEDA UM POUCO MAIS ESMIUÇADA
Porque queda dos anjos? Porque eram
espíritos puros cridos a imagem e semelhança de Deus e por quererem ser
iguais a Deus ou maior caíram a nível da matéria, tornando-se simples e
ignorantes começando o retorno à casa do Pai
Quer um exemplo da tal queda
vulgarmente chamada de anjos decaídos?
A parábola dos dois filhos; do filho
perdido e do filho fiel; comumente chamada de filho prodigo seguida de outras
duas parábolas com o mesmo sentido da dracma perdida e da ovelha perdida
Jesus, ciente da nossa pobreza moral,
procurando traduzir a nossa condição espiritual, contou-nos uma parábola
(Lucas, 15:11 a 32), que nos remetia a um reino distante onde um Pai Amoroso e
bom, vê partir um filho amado, imaturo e impulsivo, para uma terra longínqua,
onde, vivendo dissolutamente, dissipa todos os bens que havia herdado.
Padecendo extremas necessidades, chega a desejar o alimento dos porcos. Caindo
em si, após tanto sofrer, levanta-se e resolve voltar à morada paterna. Ainda
quando estava longe viu seu Pai, que o recebe com alegria e íntima compaixão. O
filho diz: "Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de
ser chamado teu filho" e o Pai misericordioso e magnânimo entre tantas
palavras amorosas e doces ressalta: "Este meu filho estava morto e
reviveu; tinha-se perdido e foi achado".
A parábola do Filho Pródigo é a nossa
própria história em sua faceta de involução ou queda, e de ascensão ou evolução
com o retorno à casa do Pai após sua queda moral.
Esse é nosso momento; comemos muito a
comida dos porcos e agora estamos tentando nos levantar voltando a casa
paterna.
O que trata a teoria da queda de Pietro
Ubaldi?
Na verdade, a chamada
teoria da queda não é uma ideia nova que surgiu no mundo. É uma ideia antiga.
Se nós formos pesquisá-la ao longo da história vamos encontrar pensadores em
todas as épocas em todas as culturas, não só no ocidente, mas no oriente também
que lançaram esta ideia. E esta ideia está nas raízes da tradição judaica e
cristã, sendo uma ideia fenomenal, estupenda, que vale a pena nos debruçarmos e
tentar e compreende-la porque nos dias de hoje não há como entendermos Deus,
compreender o universo, não entendermos a nós mesmo, não conseguirmos
conjecturar sobre nossos destinos, as nossas origens sem esse conhecimento.
Então é importante nos dias de hoje para quem quiser penetrar no conhecimento
de Deus, da criação, valendo a pena estar atentos ao conhecimento da queda.
Muitos se assustam quando ouvem pela primeira vez a queda do espírito,
sobretudo o Espírita que está enraizado em certos fundamentos que dizem que o
Espírito não retrograda, e a queda logo sucinta um retrocesso, mas o que se
espera é paciência a esse tipo de pessoas, porque essa ideia não pode ser de
forma alguma ignorada. Há muitas formas que nós podemos abordar a queda; de entendermos
o que é isso; podemos abordar por diversos ângulos e talvez fosse interessante
nesse instante relatarmos cada um de nós como que chegamos nisso; porque
chegamos nisso e quais as impressões que tivemos ao ouvirmos pela primeira vez
esse assunto. Porque não tem muito como não aceitar a ideia da queda. Hoje quem
ouve falar pela primeira vez na teoria da queda a primeira impressão seria a de
rejeitar. Mas em 1982 Gilson Freire foi para a Argentina estudar homeopatia,
abandonando de vez a alopatia convencional e ao se debruçar sobre o
conhecimento homeopático, suas origens, seus conceitos, se deparou com uma
informação crucial dentro da homeopatia, de que o homem teria resquícios no seu
inconsciente profundo de uma falência espiritual que produzia sintomas no ser
humano dos quais o de que o ser humano tenta se defender (isto foi estudado
por Samuel Hahnemann o fundador da homeopatia), que
chamou esses resquicios dessa queda, dessa falencia espiritual de “psora”, uma
palavra grega que quer dizer mancha e ele se perguntava por que todo ser humano
trazia essa mancha na sua alma, sua psora e essa psora se traduzia num trauma
espiritual de uma origem profunda do Espirito como se o Espirito estivesse
sofrendo por ter se apartado da unidade divina; e na verdade ele sofre, de
nostalgia, e uma serie de sentimentos, se segurança, de medos, de carencias, de
sentimentos de desproteção, culpa, como se ele tivesse participado realmente de
uma evasão do reino divino e perdido a pérfeição a qual almeja alcançar hoje. E
isso é incompativel com o conhecimento Espírita que rejeita essas ideias
estudadas por Hahnnemann e por um autor argentino que era contundente em
apresenta-las, demonstra-las nas experimentações homeopaticas e ficou um cruel
desafio em rejeitar ou aceitar essas ideias que pareciam  até um
produto experimental. Mas Ubaldi falou na queda e a queda explica. E tudo se
encaixava no que os Espíritos homeopaticos demonstravam; o homemn como um ser
falido. E por todas as religiões cristãs ou não, pela filosofia, suas respostas
são as mesmas indicadas pelo caminho da homeopatia;não é novidade o que Ubaldi
traz, só que ele traz revestida de uma roupagem moderna.
Leon
Denis em  “o problema do ser do destino e da dor”
cap.2  fala:
- No
Espiritismo nunca é demais dizer não há dogmas, não mais misterios e cada um
dos seus principios pode e deve ser discutido, julgado e submetido ao exame da
razão. Allan Kardec pôs-nos sempre de sobreaviso contra o dogmatismo e o
espirito de seita. Recomenda-nos sem cessar em suas obras que não deixemos
cristalizar o espiritismo; não  dogmas, não misterios. Abramos o
entendimento a todos os sopros do Espirito. Bebamos em todas as fontes do
passado e do presente. Digamos que em todas as doutrinas há parcelas da
verdade. Nenhuma porém a encerra completamente, porque a verdade em toda sua
plenitude é mais vasta do que o Espirito humano.
No
Livro dos Espíritos ou no evangelho quando estudamos nos pegavamos sempre em
uma mensagem de Sto. Agostinho faz uma divulgação dos varios mundos “há muitas
moradas na casa do meu Pai” e ele nos classifica como Espírito exilados,
Espiritos expulsos de um lugar feliz no qual nós não nos adequamos (afinal
somos os exilados de Capela).
E a
ideia da queda entrou na nossa vida como uma parente extremamente
poderosa,  de dar medo, e de se questionar e  olhar pra
você e dizer puxa vida, quantas coisas você ainda vai ter que trabalhar
honestamente com você mesmo porque agora você enxerga que esse Pai não te
abandonou e em segundo lugar a situação em que você se encontra é em função do
seu QI, da sua escolha, porque nós escolhemos chegar aqui. E tudo isso nos
remete a um estudo mais aprofundado.
E fala-se muito em reforma intima, e qual a importancia da queda para o
processo de reforma intima?
A queda está completa nas palavras de
Jesus. Estamos sempre estacionados, mas acreditando sempre que estamos
evoluindo, aprendendo e quando nos depararmos com a queda percebemos que é
preciso retornar a esse reino que fomos exilados. Não basta o conhecimento
apenas, mas a utilidade pratica desse conhecimento.
O que é a teoria da queda?
Em Deus e o Universo (11ª obra) Ubaldi
nos diz que a criação divina original se deu fora do nosso universo. E o nosso
universo como nós sabemos está mergulhado nas dimensões do espaço, tempo e
matéria e este não é o reino originário de Deus, porque Deus está além do
espaço e do tempo, no Absoluto, mas muito pra lá desse universo que conhecemos;
na verdade esse universo paralelo foi creado por Deus para abrigar os rebeldes
caídos. Deus não se sujeita ao ritmo do transformismo evolutivo. Enfim Ubaldi
nos propõe que a criação de Deus tenha se dado fora do tempo, além do espaço,
em outro domínio, em outra região além do nosso universo. É o campo divino onde
Deus se expressa em plenitude e onde ele poderia criar retirando de sua própria
substancia; Ubaldi nos diz que a criação se deu nesse domínio muito além do
nosso universo. A criação original teria se dado aí e Deus teria criado
Espíritos feitos de sua própria substancia, a sua imagem e semelhança, portanto
entidades conscientes de si próprias, criadas como deuses também, mas a criação
estaria subordinada a seus fundamentos. Por isso trazemos na consciência a lei
de Deus O amor e a liberdade. Todos os seres foram criados fora do
tempo, no universo absoluto; uma criação que existe fora do tempo onde
parte dos espíritos escolheram viver sob o domínio do amor e parte dos
espíritos negaram essa vivencia do amor porque havia a liberdade de se negar.
Então parte desses espíritos que seria uma parte do infinito porque a criação
teria sido infinita e outra parte teria se retirado dessa realidade do absoluto,
por puro egoísmo e orgulho decidiram ser iguais a Deus e caíram energeticamente
a nível da matéria, tonando-se simples e ignorantes; obrigando o Pai (Deus) a
criar esse universo do espaço, do tempo, da matéria e da energia. Então
a base do nosso universo seria uma criação secundaria; não seria a criação
original de Deus e isso é muito impactante pra todos nós; admitir que a base de
formação de nosso universo teria sido uma espécie de motim, de revolta,
simbolizada na queda dos anjos (pois éramos espíritos puros), caracterizado na
desobediência de adão e Eva e várias outras simbologias dos mitos.
Mas a origem desse processo foi uma
intenção de expansão; o eu é o menor filho do Eu maior que tiveram a intenção
de se transformarem em Eu somos os maiores iguais a Deus Pai. E diz Ubaldi que
essa intenção abalou os fundamentos da criação e parte dos espíritos sofreram
um processo de contração dimensional que nós chamamos de queda (palavra nem
muito próprio porque queda é a caída de um lugar mais alto para um lugar mais
baixo); mas não foi  ocorrido, e sim uma contração dimensional e toda
essa contração foi a criação da matéria com todos os seus atributos e o estabelecimento
de um universo que nasce em oposição ao universo original divino, universo que
nasce do caos, da desordem, onde impera o atrito e os seres começam vivendo
intensamente o egoísmo, gerando um mundo de atritos de violências de barbáries,
que representam os mundos primitivos do qual viemos ( cujas duas raças se
perderam no tempo pelo seu primitivismo conforme diz Emmanuel em A caminho da
Luz); viemos desse regime que não pode ser divino.
Isso é uma ideia extraordinária que vai
dizer que vivemos em uma realidade anômala que não é universo originário de
Deus, não é a casa paterna e que nós estaríamos exilados nesse plano originado
por exercer a liberdade concedida e que se tornou em livre arbítrio, exilados
pela queda e por sair de Capela que já foi uma consequência de nossa rebeldia.
E vai dizer eu não me lembro disso, eu
não tenho registro disso (voltamos a citação de Emmanuel...); mas é claro que
tem e estão no nosso inconsciente profundo, e isso não vem a nossa memória
superficial, mas está nos nossos arquétipos.
Lembramos que a parábola do filho
prodigo é a nossa história; não tem o que tirar dela; nós saímos de um local
que era tudo bom que até o filho prodigo quando estava comendo a lavagem dos
porcos lembrava que na casa do Pai até os servos comiam melhor que ele; e ele
toma uma decisão e volta para a casa do Pai e a meio do caminho esse filho
encontra o Pai. E o que chama atenção é que o filho diz: Pai pequei contra ti e
contra os céus e não sou digno de entrar em sua morada, mas dizei uma palavra;
e ele diz esse filho estava morto. Emmanuel nos diz que estamos a meio do
caminho e esse meio é quando mesmo na penumbra conseguimos enxergar a imagem do
Pai.
Todos os textos de Emmanuel e André
Luiz falam em retorno, redenção e você só retorna de onde saiu; ressurreição
gloriosa, vida eterna...
Questão 1009 Livro dos Espíritos último
parágrafo da mensagem de Lamennais:
“Pobres ovelhas desgarradas, aprendei a
ver aproximar-se de vós o bom Pastor, que longe de vos banir para todo o sempre
da sua presença, vem pessoalmente ao vosso encontro, para vos reconduzir ao
aprisco. Filhos pródigos, deixai o vosso voluntario exílio; encaminhai vossos
passos para a morada paterna. O Pai vos estende os braços e está sempre pronto
a festejar o vosso regresso ao seio da família”
Isso não está tratando do exílio de
capela de La pra Ca e de volta, nada disso. Exílio voluntario daquilo que Ubaldi
chama de sistema.
Sistema planetário nada mais é do que
uma repetição em escala menor de um grande fenômeno maior que está na origem do
nosso universo.
Começamos a nos lembrar de diversas
informações que chegam do conhecimento humano e começamos a entender que esta
ideia é fenomenal, que arrebanha o criacionismo o evolucionismo e se acomoda
nas descobertas da ciência moderna que fala que nosso universo veio de outra
realidade; vem de um produto de condensação de forças que se precipitaram para
explodir e formar o nosso universo (o BIG BANG). E se conjugando, essas ideias
vão se costurando e nós vamos resgatando a tradição judaica, o velho
testamento, a gênese mosaica, o evangelho de Jesus a cosmologia moderna e
juntamos criacionismo com espiritismo, evolucionismo e todas as escolas
espiritualistas evolucionistas, agora se completam com a ideia criacionista
sendo uma síntese estupenda para o conhecimento humano porque juntamos todas as
culturas, ideias, ocidente com oriente, catolicismo com espiritismo; é o que
nos falta para compreendermos a nós mesmos e entendermos o nosso universo,
porque que ele existe a que que ele se destina, que nós estamos voltando pra
casa, pra nossa condição de origem que é a condição divina que fomos criados e
podemos entender que vivemos numa condição anômala e que nosso universo é uma
doença no seio da eternidade e será curada pela evolução e colocaremos Deus no
seu devido lugar, pois Deus não criou a imperfeição do universo para fazê-lo
evoluir e voltar a perfeição; Deus não teria criado o mal, a dor, para nos
submeter a elas para evoluir simplesmente como regime de criação; não seria
propicio a um ser infinitamente amoroso e sábio.
E isso está explicado com riqueza de
detalhes nas obras de Ubaldi. Vale lembrar que Ubaldi submeteu a teoria da
queda a biologia, a filosofia, a física, as religiões, e no sistema Ubaldi
coloca a teoria da queda para desconstruir e não consegue, apenas afirmá-la
cada vez mais. Veio a revelação judaica, a revelação cristã, a revelação
espírita e as outras revelações espalhadas pelo mundo e quando se pega a queda
ela faz uma síntese de tudo isso sem descartar a cultura humana.
E como conciliar as questões do Livro
dos Espíritos 114 e 115 que diz que o espírito foi criado simples e ignorante?
Questão que todo espírita suscita
compreendemos de uma forma diferente. Entendemos hoje que o espírito se tornou
simples e ignorante em decorrência de sua contração; ele contraiu-se ao se
inserir no átomo, na matéria; ele sofreu uma contração da consciência e
exatamente por isso que ele almeja a dilatação da sua consciência e a evolução
é um processo de dilatação da consciência porque ela foi contraída; Deus não
faria isso conosco.
Quando o Espírito reencarna não perde o
patrimônio e da mesma forma quando contraiu nada perdeu.
114. Os Espíritos são bons ou maus por
natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?
“São os próprios Espíritos que se
melhoram e, se melhorando, passam de uma ordem inferior para outra mais
elevada. ”
115. Dos Espíritos, uns terão sido
criados bons e outros maus?
“Deus criou todos os Espíritos simples
e ignorantes, isto é, sem saber.
A cada um deu determinada missão, com o
fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo
conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles
encontram a pura e eterna felicidade.
Passando pelas provas que Deus lhes
impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos
essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros, só a
suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem
afastados da perfeição e da prometida felicidade. ” a) — Segundo o que acabais
de dizer, os Espíritos, em sua origem, seriam como as crianças, ignorantes e
inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que carecem com
o percorrerem as diferentes fases da vida? “Sim, a comparação é boa. A criança
rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua
maior ou menor docilidade. Mas, a vida do homem tem termo, ao passo que a dos
Espíritos se prolonga ao infinito. ”
116. Haverá Espíritos que se conservem
eternamente nas ordens inferiores? “Não; todos se tornarão perfeitos. Mudam de
ordem, mas demoradamente, porquanto, como já doutra vez dissemos, um pai justo
e misericordioso não pode banir seus filhos para sempre. Pretenderias que Deus,
tão grande, tão bom, tão justo, fosse pior do que vós mesmos? ”
A questão 621 do Livro dos Espíritos
parece contrariar ou contradizer essa tão famosa afirmativa,
Kardec pergunta: onde está escrita a
Lei de Deus? E os Espíritos respondem: na consciência e Kardec insiste: visto
que o homem traz na sua consciência a Lei de Deus, que necessidade havia de lhe
ser ela revelada?
 E os Espíritos respondem: Ele a
esquecera e a desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.
Ora se nós sabíamos e conhecíamos a Lei
de Deus nós não éramos ignorantes...  E nós não estamos aprendendo a
Lei de Deus pela primeira vez; nós estamos é relembrando, como disse Platão
aprender é recordar. Essa questão se opõe a criação do espírito simples e
ignorante, porque a Lei de Deus é o conhecimento de tudo o que existe. Com
desprezo esquecemos e agora temos que lembrar de novo com esforço, porque a Lei
não nos inibe de sofrer pela criança. O ignorante sofre assim como o cego cai
num buraco.
No capítulo III item 21 da gênese
Kardec trata da destruição dos animais; ele nega que isso seja
divino aguardando até que possamos compreender melhor; se não compreendermos
não podemos enfrentar esse regime de vida.
Preste atenção no processo evolutivo;
são bilhões de anos no reino animal e o que você aprende no reino animal? A
matar, a se defender, a roubar, a usar da astucia, a criar venenos e em bilhões
de anos você assimila aquilo tudo na sua bagagem de conhecimento. Segundo André
Luiz são 15 milhões de séculos; e depois vem a lei e diz, agora não, agora faça
diferente, agora não pode, ame teu próximo, não bata mais nele, dê a outra
face; soa estranho; não tire a vida, dê a sua vida.
Deus não entenderia o custo benefício?
É uma pergunta que parece herética ao primeiro momento, assusta, mas é crucial
porque seria anti didático. Você é treinado nesse regime animalesco e vira
homem tem que negar isso tudo de um dia pro outro; é cruel e tem gente que diz
Deus nos ensinou a roubar e a matar.
Nos registros dos exilados de Capela
tem registros de Emmanuel que diz que eles vieram e trouxeram más influencia
para nós. Trouxeram espíritos para intelectualizar o mundo primitivo, mas que
vieram também com inclinações que perverteram a mente dos homens que seriam
simples e ignorantes; então trouxeram com sua intelectualidade uma perversão da
inocência aos vícios. Então como pensar da justiça divina que coloca um adulto
para conviver com uma criança e esse adulto já com maus hábitos embora vá
educando positivamente alimentando o intelecto, perverte os valores morais; e
essa criança que culpa ela tem? Se nós entendermos pelo espiritismo que essa
união no campo material não se dá por acaso como é que podemos justificar esses
povos que vem de um orbe como podemos explicar isso.
Podemos comparar a um Pai que tem
muitos filhos e que para que esses filhos possam evoluir eles são trancafiados
num quarto de uma escola primaria, jardim da infância com a ordem de comer uns
aos outros para que possam conquistar as relações amorosas, mas que uns comam
os outros até que aprendam;
Um absurdo um processo didático dessa
natureza justiça ficaria comprometida e isso vamos analisar mais para a frente
com profundidade.
É uma ideia que refuta a queda que no
espiritismo o espírito não retrograda, não degenera e muitos refutam a ideia da
queda por isso, achando que esse processo involutivo não pode acontecer exatamente
por isso.
A gente falou acima de um exílio
planetário de um degredo onde espírito sai, por exemplo, de um planeta de
provas e expiações e cai num planeta primitivo; então ele dá um retorno, um
passo atrás para aprender de acordo com a sua consciência para depois dar um
passo à frente e, além disso, há a questão da ovoidização. O espírito entra num
monoideísmo uma ideia de vingança, de ódio e sofre um retrocesso, só que esses
retrocessos são em corpos espirituais; por exemplo, ele pega o períspirito dele
e nossa matriz humana termina no processo de ovoidização. Mas o espírito não
perde o patrimônio conquistado, tanto no degredo planetário, como na
ovoidização, ou na queda do sistema para o antissistema, na queda original não
se perdeu os valores essenciais, a herança não é perdida; e vamos chegar a
mostrar que todo nosso patrimônio está intacto na profundeza do inconsciente,
nas potencialidades ocultas que ficaram ocultas devido a essa negação. Estamos
falando muito do espiritismo e mais adiante vamos dilatar mais esse pensamento.
Nosso foco não é esse de ficar trazendo ou debatendo essas contraposições, pois
temos o amor o respeito a essa doutrina que permitiu nossa transformação; nossa
posição sempre foi a de questionar, dialogar, somar até o esgotamento para o
esclarecimento total.
A gente preza a liberdade de
consciência que Kardec nos ensinou. Então não estamos ofendendo ninguém porque
nossa posição nunca foi essa.
Essa é a posição do antagonista de que
compreendamos que uma das características da queda é a posição de luta e guerra
constante onde a gente se faz antagonista e confrontador, característica do
nosso universo; a nossa postura é aquela de Kardec com o crítico no livro “o
que é o espiritismo”.
É a posição de Kardec com o crítico
onde ele dialoga, busca esgotar a fundo o assunto a ser criticado, para ver se
essa crítica tem fundamento ou não.
O espiritismo já dissemos, não
dogmatiza; não é uma seita nem uma ortodoxia é uma filosofia viva patente a
todos os espíritos livres e que progride por evolução. Não faz imposições de
ordem alguma; propõe e o que propõe apoia-se em fatos de experiência e provas
morais; não exclui nenhuma de outras crenças, mas se eleva acima delas e
abraça-as numa formula mais fácil, numa expressão mais elevada e extensa da
verdade; trecho do cap. 2 do livro “o problema do ser do destino e da dor”.
É por isso que Kardec no capitulo 1
item 55 da Gênese, dá um conselho muito interessante quando diz que o
espiritismo assimilará sempre todas as doutrinas progressivas em qualquer hora
que seja desde que haja assumido o estado de verdade pratica e abandonado o
domínio da utopia.
E a obra de Ubaldi abandonou o estado
de utopia. A queda foi um retrocesso e é incompatível com o que Kardec nos
ensinou valendo ponderar que nós observamos que o retrocesso é uma defesa que
ocorre por beneplácito divino. Um espírito rebelde dedicado a maldade ele é
inibido nas suas reencarnações posteriores, nascendo cerceado com a sua
liberdade; ele reencarna como alguém incapacitado, provido de capacidades
físicas e mentais para que ele não prossiga na sua trajetória de exercícios de
maldade, então o retrocesso é uma defesa que a lei proporciona ao ser para que
ele não continue a sua escalada de rebeldias e maldades e isso é evidente que
se passa conosco; qualquer espírito que abusa no exercício do mal ele é
cerceado é limitado sofrendo uma contenção que nós podemos chamar de retrocesso
embora ele não tenha perdido nada do que ele conquistou. É exatamente isso que
aconteceu conosco nas quedas planetárias, na primeira grande queda e nós
observamos ao ler o Livro dos Espíritos que quando Kardec propõe aos espíritos
essa questão do retrocesso, observa-se nitidamente que Kardec e os espíritos
estavam se referindo exatamente a metempsicose, uma velha doutrina apregoada
pelos egípcios e outras culturas em que a alma humana poderia desencarnar e em
seguida reencarnar como animal ou mesmo como um inseto e isso do ponto de vista
da evolução é um absurdo não havendo porque acreditar na metempsicose; e nesse
aspecto não há um retrocesso não há retrocesso; a alma humana desencarna e
continua humana, vai reencarnar no reino humano é a lógica e o retrocesso
existe em situações em que a alma adota caminhos inadequados quando se atira a
revoltas, maldades, ao exercício infrene do desamor da crueldade como os
famosos dragões do mundo espiritual; esses espíritos precisam ser cerceados em
sua liberdade e vão provocar um retrocesso evolutivo e vão reencarnar com
limitações serias, vão renascer como imbecis, como aleijados, indivíduos
privados de uma série de condições (microencefos !!!) Que antes eles tinham, um
retrocesso necessário.
Em relação à vida aqui no Brasil ou na
África são filhos do mesmo Pai soberanamente bom e justo, porém diante de
condições extremamente diferentes provocando situações de muito constrangimento
pelo próprio determinismo causado pela lei de causa e efeito tão estudada pelos
espíritos e as informações que temos do plano espiritual é que esses irmãos que
nascem na África negra hoje são os mesmos irmãos arianos, nossos alemães da
segunda guerra mundial que hoje repercutem em seu períspirito toda dificuldade,
tudo aquilo de mal que foi causado aos povos do planeta na guerra e que hoje
reencarnam dentro de um planeta de provas e expiações como é natural, porém em
uma condição bem mais difícil que tinham. É o caso do ovoide que muitos falam
que é uma regressão da forma; mas a forma obedece aos impulsos do espírito; a
forma não é isolada do espírito e se houve um retrocesso da forma é porque foi
induzida pelo espírito. Essa questão tem que ser tratada de uma forma
diferente, não podendo ser interpretada ao pé da letra; espírito não retrocede
e ponto; você pode pegar o pau, pode pintar e bordar, pode soltar a bomba
atômica e destruir milhares de pessoas, você não vai retroceder jamais, não vai
perder nada do que você conquistou; isso é um absurdo! Esse retrocesso não
serve para negar a tese da queda, em absoluto, a queda não pressupõe perdas,
supõe o nosso acesso ao potencial que fomos criados. Seria injusto um espírito
que intenta contra si mesmo, ele não sofrer a ideia de dar um passo atrás para
aprender a caminhar para a frente. Ele não retrograda de reinos. Qualquer
vidente que vê um ovoide é uma coisa triste; é uma degeneração da forma que é
impactante demais para as pessoas que estão entrando em contato pela primeira
vez com essas ideias. É preciso tranquilizar o coração porque por trás dessa
dolorosa realidade há um amor muito grande. Um amor de Deus por nós muito
grande. Se nós temos em vista essa triste realidade da ovoidização do espírito
qual não foi o impulso de revolta e de negação para impulsionar o espírito ao
átomo quando (questão 540 do LE); como foi grande a obstinação do espírito em
apartar-se da criação original e desejar e utilizar o seu patrimônio a sua
herança como disse o filho prodigo; me dá aqui a minha parte da herança que eu
quero ir  para reinos distantes e esses reinos distantes é o reino da
matéria e já se falou muito sobre isso a significação da arvore do bem e do mal
no centro do paraíso; no centro de toda a criação Deus falou você pode tudo mas
meu conselho pra você é da arvore do bem e do mal não prove, dessa arvore não
coma; isso é anteposição dos desejos do filho aos desígnios do Pai, ou seja, a
minha vontade  me dê minha parte na herança que eu quero fazer o meu
universo do meu jeito; e ele tem essa liberdade; do dia em que delas comeres
morrerás; essa arvore do bem e do mal nos lançou no idealismo que nós vivemos
que é nos apartarmos dos desígnios de Deus, da vontade da herança do pai que é
a perfeita harmonia do sistema? Porque o símbolo da criação no judaísmo é uma
arvore, um organismo? E porque nós temos a sensação de que estamos isolados do
todo sendo que nada vive isoladamente. No nosso organismo se fizermos um
mergulho, quantos trilhões de células de átomos, é um universo um infinito pra
baixo, pra dentro e pra fora da mesma maneira, então Ubaldi tem a Lei das
unidades Coletivas, mostrando que tudo está interconectado no nosso universo e,
no entanto pra ver como ele é exótico, nós temos a sensação de que estamos
separados uns dos outros, num universo às avessas do universo divino, uma
ilusão persistente e que precisa ser bem conversada pra se perceber que todo
nosso ponto de vista é o dos seres quedados, pois atribuímos valores a essa
teoria já partindo do ponto de vista invertido de quem está em queda e com isso
nós cometemos muitos erros, por exemplo, um deles, é a questão da justiça de
Deus: nós somos criados simples e ignorantes para que nós mereçamos através da
evolução o patrimônio que nós vamos receber. Raciocínio de quem percebe a
pequenez quando o outro só vai ganhar se tiver um mérito, se fizer alguma
coisa. Será que Deus se comporta assim conosco? Ou será que Deus dá a
gratuidade “exigindo” somente a reciprocidade, não para ele, porque seria
interessante perceber que no processo de queda o filho voltasse com o egoísmo,
somente para si mesmo, ele devolver amor para o Pai não é importante para o Pai
é importante para ele ratificar que o amor do qual ele era feito era validado,
era importante. Se negar a observar isso já foi uma grande derrota para o
espírito e daí se originou todo o afastamento que nós vamos perceber ao longo
desse estudo.
Essa ideia de receber patrimônio
através da evolução era um absurdo hoje, mas naquela época importante para quem
escreveu. As ideias são progressistas. O mérito do desenvolvimento para o espírito
é importante no processo evolutivo, mas se olhar num contexto mais abrangente
fica incompleto.
Se o espírito foi criado perfeito
porque ele veio errar e passar por todo esse processo evolutivo?
Se fomos criados perfeitos como deuses
e perfeitos porque a possibilidade da queda? A possibilidade da queda estava
inserida no contexto de liberdade. Os seres não foram criados como autômatos,
Deus não queria a criação de espíritos autômatos que aceitassem a sua obra por
uma imposição. Havia necessidade de uma livre adesão e nessa possibilidade de
livre adesão é que se insere a queda porque se isso não fosse possível o ser
não seria livre e uma vez que ele foi criado com liberdade de escolha, ele
poderia escolher, mas ele também não poderia saber das consequências da sua
escolha porque senão sua escolha não seria livre. Aí está inserida a
possibilidade da queda como atributo da perfeição. O sistema de Ubaldi era tão
perfeito que permitia uma má escolha do ser, porque o ser tinha essa liberdade,
mas o sistema de correção já estava inserido na própria natureza do ser.
Aqueles que escolheram mal, optaram por experimentar do fruto do bem e do mal,
vivenciar o ego, o egoísmo intenso e a negação do amor. Aqueles que como todos
nós vivemos nesse universo fizemos essa opção estávamos fadados a correção que
é evolução e vamos retornar ao mesmo ponto; diz Ubaldi que a criação divina
original não estava terminada até que o ser respondesse sim; enquanto ele não
respondesse sim a criação não estava terminada. Para aqueles que responderam
sim a criação deles terminou eles se inserem no sistema que Deus propõe vive
como Deus inserido no universo divino. E é uma coisa que acontece que nós não
sabemos como é para quem ficou.
A perfeição do sistema está na
possibilidade do erro e o erro como uma consequência direta da liberdade; somos
criados sob regime da liberdade nós tínhamos essa autonomia; Deus nos deu essa
liberdade; esse é o critério da perfeição e como nós negamos vamos passar por
um desmoronamento e uma reconstrução e vamos retornar a Deus no ponto em que
estávamos, e daí a necessidade do processo evolutivo, passando pelo mal, pela
dor, por outros reinos.
Nós vamos voltar no mesmo instante em
que Deus perguntar e aí meu filho? Você aceita o meu convite. E depois que a
gente passar por todo esse processo que representa bilhões de anos e que aos
olhos de Deus é um átimo da eternidade.
Alguns eventualmente conseguem fazer
grandes evoluções num período de tempo muito curto. Nós podemos rejeitar a
teoria da queda, por achar ser inconcebível com a teoria espírita, mas o grande
norteador dessa teoria é o evangelho então não temos a menor dúvida de que ela
coincide com o evangelho, resgata a essência do evangelho, resgata a missão do
cristo em ter nós, explica os diálogos do cristo que veio não pra julgar o
mundo, mas para salvar o mundo, salvar o que estava perdido, ninguém sobe aos
céus sem que de lá tenha descido, sejais um com o Pai como eu sou um com o Pai,
sejais perfeitos como perfeito é nosso Pai. A essência do evangelho é a queda,
se nós negarmos a queda, vamos negar o evangelho. Que surpreende em Ubaldi é
resgatar a essência do evangelho sem negar o evolucionismo, sem negar a
reencarnação e todas as Teses espíritas. Ubaldi junta catolicismo e espiritismo
e todas as doutrinas que acompanham essas grandes ideias.
FONTES:
Sonia Maria Leal
Grupo de Estudo Sentido da Vida
Pietro Ubaldi
 
 
 
 
