sexta-feira, 22 de outubro de 2021

VAMPIRISMO COM REPERCUSSÕES ORGÂNICAS e POSSESSÃO

 

VAMPIRISMO COM REPERCUSSÕES ORGÂNICAS e POSSESSÃO

 

A possessão, temos um grau mais avançado de atuação é quando o obsessor, constrangendo de forma quase absoluta a ação do obsidiado. Kardec compreendeu-a como uma substituição, posto que parcial, de um Espírito errante a um encarnado. Como se trata de um grau mais avançado de vampirismo, as patologias orgânicas estão sempre presentes. Vamos acompanhar os casos de possessão com o olhar que os Espíritos Superiores nos emprestam, para tanto, é-nos imprescindível compreender a perversidade como loucura, a revolta como ignorância e o desespero como enfermidade. 

CASO PEDRO-CAMILO

No Mundo Maior, André Luiz e Calderaro acompanharam o caso Pedro-Camilo.  Os benfeitores detiveram-se, em vasto hospital, junto ao leito de Pedro. Abatido e pálido, mantinha-se ele unido a deplorável entidade desencarnada. Fios muito tênues entrelaçavam os dois mutuamente, desde o tórax à cabeça, pareciam visceralmente unidos um ao outro, como se fossem prisioneiros dos mesmos pensamentos, comoções e sentimentos. Calderaro explicou que são dois Marlene R. S. Nobre enfermos: um na carne, outro fora dela, de cérebros intoxicados e sintonizados ura ao outro. E expõe o histórico da doença atual: Há vinte anos, aproximadamente, Pedro, o doente internado, assassinou o atual verdugo. Trabalhavam juntos, numa grande cidade, entregues ao comércio de quinquilharias. O homicida desempenhava funções de empregado da vítima, desde a infância, e, atingida a maioridade, exigiu do chefe, que passara a tutor, o pagamento de vários anos d e serviço. Negou-se o patrão, terminantemente, a satisfazê-lo, alegando as fadigas que vivera por assisti-lo na infância e na juventude. Propiciar-lhe-ia vantajosa posição no campo dos negócios, conceder-lhe-ia interesses substanciais, mas não lhe pagaria vintém relativamente ao passado. Até ali, guardara-o à conta de um filho, que lhe reclamava contínua assistência. Estalou a contenda. Palavras rudes, trocadas entre vibrações d e cólera, inflamaram o cérebro do rapaz, que, no auge da ira, o assassinou, dominado por selvagem fúria. Antes, porém, de fugir do local, o criminoso correu ao cofre, e m que se amontoavam fartos pacotes de papel moeda, retirou a importância vultosa a que se supunha com direito, deixando intacta regular fortuna que despistaria a polícia no dia imediato. Efetivamente, na manhã imediata ele próprio veio à casa comercial, onde a vítima pernoitava enquanto a pequena família fazia longa estação no campo, e, fingindo preocupação ante as portas cerradas, convidou um guarda a segui-lo, a fim d e violarem ambos uma das fechaduras. Em poucos momentos, espalhava-se a notícia do crime; no entanto, a justiça humana, emalhada nas habilidades do delinquente, não conseguiu esclarecer o problema na origem. O assassino foi pródigo nos cuidados de salvaguardar os interesses do morto. Mandou selar cofres e livros. Providenciou arrolamentos laboriosos. Requisitou amparo das autoridades legais para minucioso exame da situação. Foi verdadeiro advogado da viúva e dos dois filhinhos do tutor falecido, os quais, mercê de seu devotamento, receberam substanciosa, herança. Pranteou a ocorrência, como se o desencarnado lhe fosse pai. Terminada a questão, com a inanidade do aparelho judiciário diante do enigma, retirou-se, discreto, para grande centro industrial, onde aplicou os recursos econômicos em atividades lucrativas. Conseguiu ludibriar os homens, mas não pôde iludir a si mesmo. Calderaro prosseguiu contando o que se desdobrou depois do gesto extremo. Camilo, a entidade desencarnada passou a persegui-lo por onde quer que fosse. Aferrou-se-lhe a organização psíquica, a maneira de hera sobre muro viscoso. Para se ver livre do assédio constante, Pedro redobrou as atividades, desdobrando-se nos empreendimentos materiais, com isso viu sua fortuna multiplicar-se. Mas não encontrava a paz. Casou-se com uma jovem extremamente elevada à zona superior da vida humana, a qual lhe deu cinco filhinhos encantadores. A esposa auxiliou-o muito, mas o obsessor nunca lhe deu trégua. Teve depressões nervosas, pesadelos pavorosos. O único alívio era a família. E a pretexto de assegurar-lhe conforto, embrenhou-se em atividade febril e ininterrupta. Antes dos cinquenta anos, no corpo terrestre, Pedro revelava evidentes sinais de decrepitude. Vivendo mentalmente na região intermediária do cérebro, no córtex motor, em caráter quase exclusivo, só sentia alguma calma agindo e trabalhando. Deitava-se extenuado pela fadiga do corpo, levantando-se, no dia seguinte, abatido e cansado, porque não conseguia livrar-se do perseguidor nas horas de sono. Em consequência, provocou o desequilíbrio da organização perispiritual, o que se refletiu na zona motora, implantando o caos orgânico. Ao exame, André Luiz percebeu a ameaça de amolecimento cerebral. Calderaro explicou que, assim como há a química fisiológica, temos também a química espiritual. E o longo processo obsessivo o levara ao desequilíbrio do quimismo perispiritual com o consequente desajuste orgânico. Diante da vontade, revelada por André, de falar à entidade perturbadora, o instrutor ressaltou: - Falaríamos em vão, André, porque ainda não sabemos amá-los como se fossem nossos irmãos ou nossos filhos. Para nós ambos, espíritos de raciocínio algo avançado, mas de sentimento se menos sublimes, são eles dois infortunados, e nada mais. E arrematou:  …se o conhecimento auxilia por fora, só o amor socorre por dentro. E, nós ambos, por enquanto, apenas conhecemos, sem saber amar.... Nesse momento, alguém assomou à porta de entrada. Era uma sublime mulher! A irmã Cipriana, portadora do divino amor fraternal. Sob o impacto das vibrações amorosas desse bondoso coração - poderosas irradiações supercultura curtas, semelhantes aos raios gama - rasgaram-se os véus de sombra do ódio e da vingança: Camilo foi retirado para as escolas do além, e Pedro voltou, feliz, para o seio da família. Veja mais amplos esclarecimentos sobre os raios super ultracurtos, semelhantes aos raios gamas, no capítulo 3 da Parte II. O AMOR VENCE SEMPRE Visitando as regiões infernais profundas, em busca de Gregório e de diligências que favorecessem a melhora de Margarida, que se achava às portas da desencarnação, Gúbio e André Luiz ouviam o sacerdote dizer: (4) - Tenho necessidade do alimento psíquico que só a mente de Margarida me pode proporcionar.  Reproduzimos aqui a lição de Plutarco, pela justeza de seu raciocínio: Certos demônios tirânicos exigem para o seu prazer alguma alma ainda encarnada; incapazes de satisfazer suas paixões de qualquer outra maneira, incitam-na à sedição, à luxúria, às guerras de c quista, e assim conseguem o que almejam.  Grego rio chefia condenável falange de centenas de outros espíritos desditosos, cristalizados no mal e que lhe obedecem com deplorável cegueira e absoluta fidelidade. Cometeu crimes hediondos da inteligência e pertence à falange dos Dragões, inimigos d o Evangelho, onde atua como grande sacerdote. A missão de Gúbio foi patrocinada por Matilde, mãe do sacerdote nos tempos da Toscana, que dos Planos Superiores acompanha-o há 700 anos. Nas últimas cinco décadas, conseguiu aproximar-se mentalmente dele, captando que o filho já experimenta algum tédio, p ondo mesmo em dúvida a vitória do mal e abrigando interrogações na mente envilecida. Gúbio obteve de Grego rio a promessa de não interferir na ação que ele desejava desenvolver junto a Margarida. Finalmente, estão diante do leito da enferma. Dois desencarnados de horrível aspecto fisionômico inclinavam-se, confiantes e dominadores, sobre o busto da enferma, submetendo-a a complicada operação magnética. O mais inquietante foi a observação de André Luiz: algumas dezenas de corpos ovoides, de vários tamanhos e de cor plúmbea, assemelhando-se a grandes sementes vivas, estavam atadas ao cérebro da paciente, através de fios sutilíssimos, cuidadosamente dispostos na medula alongada. Era a primeira vez que observava um cerco tecnicamente organizado. Evidententemente as formas ovoides haviam sido trazidas pelos hipnotizadores que comandavam a operação. Na análise, foi possível perceber que todos os centros metabólicos da doente estavam sendo controlados, e também a pressão sanguínea, A região torácica apresentava feridas na epiderme, provocadas pela inalação de substâncias escuras que não somente lhe pesavam nos pulmões, mas eclodiam em ulcerações da pele. A vampirização era incessante. As energias usuais do corpo pareciam transportadas às formas ovoides, que se alimentavam delas, automaticamente, num movimento indefinível de sucção. Os hipnotizadores envolviam os nervos óticos e dominavam as vias de equilíbrio no cerebelo, com isso a doente mantinha os olhos espantados, dando a perceber os fenômenos nos alucinatórios que lhe acometiam a mente. Ao todo, eram sessenta obsessores da falange de Gregório, atuando no caso Margarida. Segundo informações de Saldanha, o chefe da operação, há dez dias trabalhavam mais intensa mente e, segundo cria, a solução não tardaria. A solução a que se referia era a morte da enferma. Pode-se imaginar o que tenha sido para Gúbio, pai espiritual de Margarida, a visão d e todo o quadro. O livro Libertação contém todo o desfecho extraordinário desse caso de possessão. É importante destacar a atuação de um modesto centro espírita que influiu decisivamente na resolução desse intrincado processo de vampirismo, propiciando, com a sessão de desobsessão, o desligamento dos ovoides e o encaminhamento, após doutrinação, de um dos hipnotizadores, conduzido pelos mentores, a tratamento em casa socorrista do mundo espiritual. Mas a cura de Margarida e a internação de Gregório, para futura reencarnação, foram conquistas inesquecíveis, vitória retumbante do amor, sublime amor. 106 I A Obsessão e suas Máscaras Como vemos, a possessão pode se instalar através de mecanismos diversos. No caso Pedro-Camilo, sob a atuação de um único obsessor, instalou-se, ao longo de 20 anos, alterando o quimismo espiritual ou a fisiologia do períspirito e, consequentemente, o desequilíbrio orgânico, provocando, entre outros distúrbios, ameaça de amolecimento cerebral. No caso Margarida, estabeleceu-se, mais efetivamente em dez dias, com organização técnica competente e atuação de uma falange composta de sessenta obsessores, entre os quais dois hipnotizadores e dezenas de parasitas ovoides, decretando a falência orgânica quase total, em virtude do controle do sistema endócrino, da pressão sanguínea e de f unções importantes da economia orgânica.

EPILEPSIA E OBSESSÃO

Sob a rubrica de epilepsia, entende-se, comumente, o ataque epilético, com todo o cortejo de sintomas e sinais que lhe são característicos e que a tornam doença temida e ainda cercada de preconceitos. Do ponto de vista médico, faz parte das disritmias cerebrais, distúrbios complexos do potencial elétrico do cérebro e caracteriza-se pela ocorrência repetitiva de crises de aspecto clínico variável sempre devidas a descarga impercincrônica de um conjunto de neurônios. A epilepsia envolve assim uma gama variável de sintomas e sinais entre os quais destacam-se as convulsões e os distúrbios de consciência com efeitos diversos no campo orgânico. Há duas referências na obra de André Luiz sobre o assunto. Antes de abordá-los, porém, é útil relembrar as respostas dadas por Chico Xavier (Emmanuel) em entrevista à Folha Espírita constante do nosso livro Lições de Sabedoria (6): A chamada disritmia cerebral, na maioria dos casos, funciona como sendo um implemento de fixação de onda do espírito comunicante. Muitas vezes, também, a mesma disritmia cerebral está no processo obsessivo. São questões que o futuro nos mostrará em sua amplitude, com as chaves necessárias para a solução do problema. Quando lhe perguntei se a epilepsia seria sempre resultado de processo obsessivo, ele enfatizou: Às vezes sim, outras vezes não. Entendemos, porém, que o problema nervoso está presente e m todos os fenômenos considerados epileptoides, porquanto o próprio traumatismo da cri atura, no campo emocional pode gerar determinadas manifestações epileptoides sem a presença de espírito obsessor. Vamos aos exemplos da série André Luiz. O l2 caso está inserido no livro Nos Domínios da Mediunidade. As observações estavam sendo feitas no centro espírita, onde Clementino, Hilário, Áulus e o nosso Dante Alighien do século XX encontram melhor campo. (7) O doente desfechou um grito agudo e caiu desamparado: A velha progenitora mal teve tempo de suavizar-lhe a queda espetacular. O rapaz foi, então, transferido para um leito isolado do público. Pedro e o obsessor que o dominava, pareciam fundidos um no outro. Eram dois inimigos em luta feroz. O ataque epilético instalara-se com toda a sua sintomatologia clássica. O doente estava extremamente pálido, tinha as movimentações tônico-clônicas, a cabeça fletida para trás, m os dentes cerrados, os olhos em reviravoltas contínuas nas órbitas. A respiração tornara-se angustiada, ao mesmo tempo que os esfíncteres se relaxavam. O enfermo pareci a um torturado, vencido no campo de batalha. O perseguidor, surdo a qualquer apelo de clemência, entranhara-se no corpo da vítima. 108 A Obsessão e suas Máscaras Vingar-me-ei! vingar-me-ei! Farei justiça por minhas próprias mãos!... - bradava colérico. A anamnese e consequente exame físico, André Luiz constatou que o córtex cerebral estava envolvido de escura massa fluí dica. E Áulus diagnosticou: E a possessão completa ou epilepsia essencial. Hilário quis saber se o doente estava inconsciente. O assistente respondeu que sim e arrematou: considerado como enfermo terrestre, está no momento sem recursos de ligação com o cérebro carnal. Todas as células do córtex sofrem o bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão desorganizados. Todo o cerebelo está empastado de fluidos deletérios. As vias do equilíbrio aparecem completamente perturbadas. Pedro temporariamente não dispõe de controle para governar-se, nem de memória comum para marcara inquietante ocorrência de que é protagonista. Isso, porém, acontece no setor da forma de matéria densa, porque, em espirito, está arquivando todas as particularidades da situação em que se encontra, de modo a enriquecer o patrimônio das próprias experiências. André Luiz fez, então, ao mentor, uma indagação importante para nossos estudos: se poderíamos considerar o fato observado como sendo um transe mediúnico. Áulus respondeu: - Sim, presenciamos um ataque epiléptico, segundo a definição da medicina terrestre, entretanto, somos constrangidos a identificá-lo como sendo um transe mediúnico de baixo teor, porquanto verificamos aqui a associação de duas mentes desequilibradas, que se prendem às teias do ódio recíproco. Em seguida, o benfeitor relatou que, por muitos anos, Pedro e o adversário rolaram nas zonas purgatoriais, em franco duelo. No momento, a situação melhorou, embora o doente continuasse com as lesões no corpo períspirito, os reencontros de ambos estavam mais espaçados, justificando, assim, a periodicidade dos ataques epiléticos. E passou a narrar os acontecimentos da outra vida que determinaram esse sofrimento: A luta vem de longe. Na derradeira metade do século findo, Pedro era um médico que abusava da missão de curar. Uma análise mental particularizada identificá-lo-ia em numerosas aventuras menos dignas. O perseguidor que presentemente lhe domina as energias era seu irmão consanguíneo, cuja esposa nosso amigo doente de agora procurou seduzir. Para isso, insinuou-se de formas diversas, além de prejudicar o irmão em todos os seus interesses econômicos e sociais, até incliná-lo a internação num hospício, onde estacionou, por muitos anos, aparvalhado e inútil, à espera da morte. Desencarnando e encontrando-o na posse da mulher, desvairou-se de ódio de que passou a nutrir-se. Martelou-lhes, então, a existência e aguardou-o, além-túmulo, onde os três se reuniram em angustioso processo de regeneração. A companheira, menos culpada, foi a primeira a retornar ao mundo, onde, mais tarde, recebeu o médico delinquente nos braços maternais, como seu próprio filho, purificando o amor de sua alma. O irmão atraiçoado de outro tempo, todavia, ainda não encontrou forças para modificar-se e continua vampirizando-o, obstinado no ódio a que se rendeu impensadamente. E, olhando significativamente para os pupilos, Áulus arrematou: - Penetramos forçosamente no inferno que criamos para os outros, afim de experimentarmos, por nossa vez, o fogo com que afligimos o próximo. Ninguém ilude a justiça. As reparações podem ser transferidas no tempo, mas são sempre fatais. Auxiliado pela prece de Celina e dos amigos espirituais, o perseguidor como que conheceu branda anestesia, com isso, 10 > A Obsessão e suas Máscaras Pedro repousou em sono profundo e reparador. E o obsessor, semi-adormecido, foi encaminhado a um local de emergência. Seria Pedro médium? Colocada a questão, Áulus enfatizou: - Pela passividade com que reflete o inimigo desencarnado, será justo tê-lo nessa conta, contudo, precisamos considerar que, antes de ser um médium na acepção comum do termo, é um Espírito endividado a redimir-se. Para o esclarecido benfeitor, Pedro trazia consigo a mediunidade de provação. Como o desenvolvimento da mediunidade, deve ser entendido como fazer progredir ou produzir, seria preciso, antes de tudo, que um candidato doente, como ele, desenvolvesse recursos pessoais no próprio reajuste. E a frequência ao centro espírita iria fornecer-lhe os recursos necessários para esse reajustamento. - Aparelhos mediúnicos valiosos naturalmente não se improvisam. Como todas as edificações preciosas, reclamam esforço, sacrifício, coragem, tempo... E sem amor e devotamento, não será possível a criação de grupos e instrumentos louváveis, nas tarefas de intercâmbio ponderou. Será que o doente vai curar-se em pouco tempo? Indagou André Luiz. Áulus lembrou que i ria depender dele e da vítima. Tendo em vista que todos os dramas obscuros da obsessão decorrem da mente enferma, é preciso que o obsediado renda-se ao bem, com isso, conseguirá a modificação do tônus mental do adversário, que se verá arrastado à própria renolos seus exemplos de compreensão e renúncia, humildade e fé. Quanto à doença, o benfeitor esclareceu que, depois desse esforço de melhoria, os acessos de possessão poderiam extinguir-se, contudo os fenômenos mais leves da epilepsia secundária continuariam emergindo por algum tempo, em virtude das recordações mais fortes da luta, que vem atravessando, até que o seu períspirito se reajustasse integralmente. Vemos, assim, que os ataques epiléticos, integralmente. Vemos, assim, que os ataques epiléticos, próprios do chamado grande m al, seriam substituídos, pelos distúrbios do pequeno mal, como as ausências, por exemplo. - O problema é de aprender sem desanimar e de servir ao bem sem esmorecer, concluiu Áulus. A VITÓRIA DE MARCELO

 Caso, recolhido do livro Missionário da Luz.  O jovem Marcelo, portador de sentimentos elevados e generosos, acabara de concluir, na companhia dos pais, o Culto do Evangelho no Lar, onde suas almas ficaram imersas em profundas vibrações de paz. Calderaro e André Luiz cooperaram, espiritualmente, com os trabalhos da noite.  O rapaz já havia passado a fase pior da moléstia que trazia, mas perseveravam as recordações, os remanescentes vividos no passado, aflorando sob a forma de fenômenos epileptoides. Marcelo, em vidas pregressas, desmandou-se nos excessos de autoridade. Senhor de vigorosa inteligência, nem sempre utilizou os dons intelectuais para confortar ou socorrer, antes, precipitando-se em caprichos criminosos. Inúmeras vítimas o aguardavam além-túmulo e o retiveram por longo tempo nas regiões inferiores, causando desequilíbrios ao seu organismo perispiritual. Seus muitos amigos, pois ele soubera fazê-los, com sua parcela de generosidade, pediam por ele. - Por mais que suplicasse e por muito que insistissem os elementos intercessórios, a ansiada libertação demorou muitíssimo, porque o remorso é sempre o ponto de sintonia entre o devedor e o credor, e o nosso amigo trazia a consciência fustigada de remorsos cruéis, explicou Calderaro. Com o passar do tempo, porém, esgotou a parte mais pesada de suas provas. Depois d e longos anos de desequilíbrio, sofrendo tremendas convulsões, choques e padecimento s provocados pelos adversários, foi socorrido por sábio 12 A Obsessão e suas Máscaras orientador espiritual, amigo de passado remoto. Passou a seguir um plano de renovação espiritual. Suplicou, depois, pela reencarnação e, hoje, na atual existência, tem se caracterizado, desde menino, pela bondade e obediência, docilidade e ternura naturais. Passou a infância tranquilo, embora seus antigos perseguidores continuassem a espreitá-lo. Em virtude do serviço regenerador a que se propôs, não se encontrava mais atraído a eles, embora sofresse com as amargas recordações, que reapareciam, durante o sono físico, quando seu espírito estava parcialmente desprendido do corpo. Aos catorze anos, porém, quando passou a rememorar os fenômenos vividos, surgiram as crises epiléticas. Marcelo não se deixou abater. Encontrou os antídotos necessários ao problema, pelo hábito da oração, pelo entendimento fraterno, pela prática do bem e pela espiritualidade superior. Não tinha tido necessidade de fazer uso de hipnóticos, nem dos remédios comuns emprega dos para esse mal, porque tem recebido auxílio constante do plano espiritual. Terminado o culto, e após fazer as orações no leito, Marcelo-espírito desprendeu-se do corpo físico, reencontrando-se, então, com Calderaro. Demonstrou grande alegria, ao revê-lo, e também pela oportunidade de conhecer André Luiz. Ia à conversação a meio, quando dois vultos sombrios cautelosamente se aproximaram dos três. Repentinamente, o jovem abandonou os amigos espirituais e voltou correndo para o corpo, que se debatia em convulsões. Era o ataque epilético noturno. -A simples aproximação dos inimigos de outra época altera-lhe as condições mentais. Receoso, aflito, teme o regresso à situação dolorosa em que se viu, há muitos anos, nas esferas inferiores, e busca, apressado, o corpo físico, a maneira de alguém que se socorre do único refúgio de que dispõe, em face da tempestade iminente, esclareceu Calderaro. Observando o doente, André Luiz percebeu a epífise a emitir raios anormais. No encéfalo, o desequilíbrio era completo. Das zonas mais altas do cérebro partiam raios de luz mental, que, por assim dizer, bombardeavam a colmeia de células do córtex. Os vários centros motores, inclusive os da memória e da fala, jaziam desorganizados, inânimes. Esses raios anormais penetravam as camadas mais profundas do cerebelo, perturbando as vias do equilíbrio e destrambelhando a tensão muscular; determinavam estranhas transformações nos neurônios e imergiam no sistema nervoso cinzento, anulando a atividade das fibras. Marcelo-espírito contorcia-se de angústia, justaposto ao Marcelo-forma, encarcerado na inconsciência orgânica, presa de convulsões, descreve o médico desencarnado, confrangido. Como explicar a ocorrência? Não havia nenhum espírito diretamente implicado nesse fenômeno, por outro lado, o quarto do doente permanecia protegido por uma barreira magnética, devido ao seu comportamento espiritual digno e os três, há pouco, estavam em conversação edificante. Onde o problema? Calderaro lembrou os reflexos condicionados de Pavlov, relacionando-os ao acontecimento. Com ele aprendemos que, no caso de Marcelo, as lesões do períspirito, provocadas pelo remorso e pela atuação de suas vítimas, no mundo espiritual, ainda não cicatrizaram de todo. O corpo espiritual arquivou a lembrança fiel dos atritos vivenciados no além, em razão disso, na existência atual, as zonas motoras, símbolo da moradia da s forças conscientes , constituem uma região perispiritual em convalescença .Ao se reaproximar de velhos desafetos, o rapaz, que ainda não consolidou o equilíbrio integral, sujeita-se aos violentos choques psíquicos, com isso as emoções se descontrolam, desarmonizando-se. A mente desorientada abandona o leme da organização perispirítica e dos elementos fisiológicos. Com isso, assume uma posição anômala, dispersando as energias, que lhe são peculiares, em movimentos desordenados; passam, então, essas energias a atritarem-se e a emitir radiações de baixa frequência, aproximadamente iguala da que lhe incidia do pensamento alucinado de suas vítimas. Essas emissões destruidoras invadem a matéria delicada do córtex encefálico, assenhoreiam-se dos centros corticais, perturbam as sedes da memória, da fala, da audição, da sensibilidade, da visão e inúmeras outras sedes do governo de vários estímulos. Instala-se, assim, o grande mal. Com as explicações de Calderaro, André compreendeu a impossibilidade de uma psiquiatria sem as noções do espírito. Segundo Calderaro, o desequilíbrio perispirítico, que está relacionado com o chamado fenômeno epileptoide, caracteriza-se por gradação demasiado complexa. Temos milhões de pessoas irascíveis que, pelo hábito de se encolerizarem facilmente, viciam os centros nervosos fundamentais pelos excessos da mente sem disciplina, convertendo-se em portadores do pequeno mal , em dementes precoces, em neurastênicos d e tipos diversos ou em doentes de franjas epilépticas que andam por aí, submetidos a hipoglicemia insulínica ou ao metrazol; enquanto isso, ao serem educados mentalmente, para a correção das próprias atitudes internas no ramerrão da vida, lhes seria tratamento mais eficiente e adequado, pois regenerativo e substancial, explicou o mentor. O que se depreende dos ensinamentos, é que a psiquiatria iluminada, que coloca o Espírito imortal como centro das doenças, aconselha, no caso de lesões perispiríticas, que se remonte à origem das perturbações, não a golpes S1mplesmente verbalísticos, mas socorrendo os doentes com a força da fraternidade e do amor, a fim de que tenham forças de modificarem-se, reajustando as próprias forças... Finalmente, Marcelo-espírito voltou a tomar conhecimento do ambiente. Lamentou ter fraquejado. Calderaro, afagando-o, afirmou que ele ainda estava em tratamento; seria preciso o concurso do tempo, para a cura integral. Marcelo indagou se devia tomar hipnóticos, e o benfeitor desaconselhou. No seu caso, o tratamento mais eficaz seria a fé positiva e o trabalho digno. Segundo o instrutor, os medicamentos podem exercer tutela despótica sobre o organismo, sempre que a mente não se disponha a controlá-lo, embora ele reconheça que há casos em que se necessita utilizá-los. Depois da borrasca a bonança: os três saíram em agradável excursão de estudos, enquanto o corpo físico de Marcelo repousava tranquilamente.

FONTE:

A Obsessão e suas Mascaras

Marlene Nobre

No Mundo Maior

Possessão Espiritual

Lições de Sabedoria

Nos Domínios da Mediunidade

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