LONGINUS OU SÃO
LONGUINHO
Existem
pouquíssimos relatos acerca da vida do soldado romano que perfurou Jesus com
uma lança. O seu nome era Longinus. Ele tinha um problema ocular no qual
dificultava sua visão, e para que ninguém soubesse do seu problema de visão, e
nem o colocar para fora do exército romano, ele procurava lutar sem medo e com
destreza tinha força e velocidade em sua lança. E com o passar do tempo, perto
de se aposentar, foi enviado para Jerusalém para designar seu último serviço
como comandante de guarda. Seu nome Longinus é derivado do grego que significa
“uma lança”, é referido como tendo sido o soldado romano que perfurou Jesus com
uma lança (Jo 19,34 – “chegando e vendo Jesus já morto não lhe quebraram as pernas;
mas um dos soldados transpassou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu
sangue e água”), ou como o centurião que, na crucificação, reconheceu Jesus
como “o filho de Deus” (Mt 27,54-“o centurião e com eles os que guardavam Jesus
ao verem o terremoto e tudo mais que
estava acontecendo, ficaram muito amedrontados e disseram: de fato este era
filho de Deus”);( Mc 15,39-“o centurião que se achava bem defronte dele, vendo
que havia expirado desse modo disse: verdadeiramente este homem era filho de
Deus”); (Lc 23,47-“assim está escrito que o Cristo devia sofrer e ressuscitar
dos mortos ao terceiro dia e que, em seu nome, fosse proclamado o
arrependimento para a remissão dos pecados e todas as nações a começar por Jerusalém”)
Durante o percurso do calvário
Longinus escutou alguns homens do Sinédrio comentar que os joelhos de Jesus
deveriam serem quebrados, pois, as profecias diziam que o messias não teria
nenhum osso quebrado (Salmo34:21 _”Iahweh guarda seus ossos todos e nenhum
deles será quebrado”) – (Ex 12:46 -= “há de comer-se numa só casa e não levaria
dessa casa nenhum pedaço de carne. Não quebrareis osso algum”), e também pelo
fato de que ao pôr do sol iria iniciar-se o Shabat, para que os corpos dos
condenados não profanassem o dia santo, assim os seus joelhos deveriam serem
quebrados para apressar a morte e para que a profecia não fosse cumprida.
Longinus escutando tal conversa ficou indignado com tal perversidade articulada
contra um homem humilde, já com o corpo abatido, e sem ter realizado nenhuma
reclamação ou revolta estando em tal situação.
Então, no momento de quebrarem os
joelhos dos crucificados, Longinus vai até Jesus, e assim para comprovar-lhe o
óbito sem a necessidade dos seus joelhos serem quebrados como queria o
Sinédrio, perfurou-lhe o corpo com uma lança. O líquido saído do corpo de Jesus
bateu nos olhos do Longinus, curando-o instantaneamente da sua grave doença
ocular, e também o curando na alma, pois atribui-se a ele as palavras de um
soldado presente na hora da morte de Jesus: “Verdadeiramente este homem era o
filho de Deus. ” Depois desse fato Longinus converteu-se e abandonou o exército
romano.
Após abandonar o exército romano
por causa de sua conversão, Longinus fugiu para Cesárea e, depois, capadócia,
na atual Turquia. Mas, foi descoberto pelo Governador da Capadócia e denunciado
a Pôncio Pilatos. No processo, foi acusado de desertor e condenado à pena de
morte. Se ele renunciasse à sua fé em Jesus Cristo seria perdoado. Mas, ele se
manteve firme e não renegou Jesus. Por isso, foi torturado, teve seus dentes
arrancados e sua língua cortada. Depois, foi decapitado.
Longinus foi canonizado santo pela
Igreja Católica no ano de 999, pelo Papa Silvestre II. Tendo recebido o nome de
São Longuinho.
Depois desta vida, Longinus
reencarnou várias vezes, a última sendo como o imperador Dom Pedro II.
Definitivamente proclamada a
independência do Brasil, o guia espiritual do Brasil, Ismael, leva a Jesus o
relato de todas as conquistas verificadas, solicitando o amparo do seu coração
compassivo e misericordioso para a organização política e social do Brasil.
Corriam os primeiros meses de
1824, encontrando-se a emancipação do pais mais ou menos consolidada perante a
metrópole portuguesa. Os estadistas topavam com dificuldades para a organização
estatal da terra do Cruzeiro. A constituição, depois de calorosos debates e dos
famosos incidentes dos Andradas, incidentes que haviam terminado com a
dissolução da Assembleia Constituinte e com o exílio desses notáveis
brasileiros, só fora aclamada e jurada, justamente naquela época, a 25 de março
de 1824. Nesse dia, findava a mais difícil de todas as etapas da independência
e o coração inquieto do primeiro imperador podia gabar-se de haver refletido,
muitas vezes, naqueles dias turbulentos, os ditames dos emissários invisíveis, que
revestiram as suas energias de novas claridades, para o formal desempenho da
sua tarefa nos primeiros anos de liberdade da pátria.
Recebendo as confidencias de
Ismael, que apelava para a sua misericórdia infinita, considerou o Senhor a
necessidade de polarizar as atividades do Brasil num centro de exemplos e de
virtudes, para modelo geral de todos. Assim, Jesus chamou Longínquas à sua
presença, e falou com bondade:
– Longínquas, entre as nações do
orbe terrestre, organizei o Brasil como coração do mundo. Minha assistência
misericordiosa tem velado constantemente pelos seus destinos e, inspirado a
Ismael e seus companheiros do Infinito, consegui evitar que a pilhagem das
nações ricas e poderosas fragmentasse o seu vasto território, cuja configuração
geográfica representa o órgão do sentimento no planeta, como um coração que
deverá pulsar pela paz indestrutível e pela solidariedade coletiva e cuja
evolução terá de dispensar, logicamente, a presença continua dos meus
emissários para a solução dos seus problemas de ordem geral. Bem sabes que os
povos têm a sua maioridade, como os indivíduos, e se bem não os percam de vista
os gênios tutelares do mundo espiritual, faz-se mister se lhes outorgue toda a
liberdade de ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições que lhes
foram prodigalizadas. Sente-se o teu coração com a necessária fortaleza para
cumprir uma grande missão na Pátria do Evangelho? ”
– Senhor – respondeu Longinus, num
misto de expectativa angustiosa e de refletida esperança – bem conheceis o meu
elevado propósito de aprender as vossas lições divinas e de servir à causa das
vossas verdades sublimes, na face triste da Terra. Muitas existências de dor
tenho voluntariamente experimentado, para gravar no íntimo do meu espírito a
compreensão do vosso amor infinito, que não pude entender ao pé da cruz dos
vossos martírios no Calvário, em razão dos espinhos da vaidade e da
impenitência, que sufocam, naquele tempo, a minha alma. Assim, é com indizível
alegria, Senhor, que receberei vossa incumbência para trabalhar na terra
generosa, onde se encontra a árvore magnânima da vossa inesgotável
misericórdia. Seja qual for o gênero de serviço que me forem confiados,
acolherei as vossas determinações como um sagrado ministério.
– Pois bem – redarguiu Jesus com
grande piedade – essa missão, se for bem cumprida por ti, constituirá a tua
última romagem pelo planeta escuro da dor e do esquecimento. A tua tarefa será
daquelas que requerem o máximo de renúncias e devotamentos. Serás imperador do
Brasil, até que ele atinja a sua perfeita maioridade, como nação. Concentrarás
o poder e a autoridade para beneficiar a todos os seus filhos. Não é preciso
encarecer aos teus olhos a delicadeza e sublimidade desse mandato, porque os
reis terrestres, quando bem compenetrados das suas elevadas obrigações diante
das leis divinas, sentem nas suas efêmeras um peso maior que o das algemas dos
forçados. A autoridade, como a riqueza, é um patrimônio terrível para os
espíritos dos seus grandes deveres. Dos teus esforços se exigirá de meio século
de lutas e dedicações permanentes. Inspirarei as tuas atividades; mas,
considera sempre a responsabilidade que permanecerá nas tuas mãos. Ampara os
fracos e os desvalidos, corrige as leis despóticas e inaugura um novo período
de progresso moral para o povo das terras do Cruzeiro. Institui, por toda parte
do continente, o regime do respeito e da paz, e lembra-te da prudência e da
fraternidade que deverá manter o país nas suas relações com as nacionalidades
vizinhas. Nas lutas internacionais, guarda a tua espada na bainha e espera o
pronunciamento da minha justiça, que surgirá sempre, no momento oportuno.
Fisicamente consideradas, todas as nações constituem o patrimônio comum da
humanidade e, se algum dia for o Brasil menosprezado, saberei providenciar para
que sejam devidamente restabelecidos os princípios da justiça e da fraternidade
universal. Procura aliviar os padecimentos daqueles que sofrem nos martírios do
cativeiro, cuja abolição se verificará nos últimos tempos do teu reinado. Tuas
lides terminarão ao fim deste século, e não deves esperar a gratidão dos teus
contemporâneos; ao fim delas, serás alijado da tua posição por aqueles mesmos a
quem proporcionares os elementos de cultura e liberdade. As mãos aduladoras,
que buscarem a proteção das tuas, voltarão aos teus palácios transitórios, para
assinar o decreto da tua expulsão do solo abençoado, onde semearás o respeito e
a honra, o amor e o dever, com lágrimas redentoras dos teus sacrifícios.
Contudo, amparar-te-ei o coração nos angustiosos transes do teu último resgate,
no planeta das sombras. Nos dias da amargura final, minha luz descerá sobre os
teus cabelos brancos, santificando a tua morte. Conserva as tuas esperanças na
minha misericórdia, porque se observares as minhas recomendações, não cairá uma
gota de sangue no instante amargo em que experimentares o teu coração
igualmente trespassado pelo gládio da ingratidão. A posteridade, porém, saberá
descobrir as marcas dos teus passos na Terra, para se firmar no roteiro da paz
e da missão evangélica do Brasil.
Longinus recebeu com humildade a
designação de Jesus, implorando o socorro de suas inspirações divinas para a
grande tarefa do trono.
Ele nasceria no ramo enfermo da
família dos Braganças; mas, todas as enfermidades têm na alma as suas raízes
profundas.
Foi assim que Longinus preparou a
sua volta à Terra, depois de outras existências tecidas de abnegações
edificantes em favor da humanidade, e, no dia 2 de dezembro de 1825, no Rio de
janeiro, nascia de Dona Leopoldina, esposa de D. Pedro, aquele que seria no
Brasil o grande imperador e que, na expressão dos seus próprios adversários,
seria “o maior de todos os republicanos de sua pátria. ”
No fim da sua vida, D. Pedro II,
que já houvera perdido a esposa, estava abandonado, esquecido, num modesto quarto
de hotel, longe da pátria e dos amigos protegidos pelo boníssimo monarca, m seu
exílio na França, conseguindo então a amizade e admiração de Vitor Hugo. Mas
tudo isso não conseguia “turva-lhe a majestática serenidade de ânimo” e apenas
levou-o a mandar buscar do Brasil um caixotinho de terra, talvez da mesma terra
da sua vivenda em Petrópolis; só a uns dois ou três amigos íntimos revelou o
motivo daquela encomenda, que era: repousar a cabeça depois de morto! Sendo
este o conteúdo do seu belíssimo e perfeito soneto: Terra do Brasil.
Depois, alquebrado pela moléstia e
pela velhice, expulso da pátria como um réprobo, privado de tudo quanto amava,
no modestíssimo Hotel Bedford, à rua de l’Arcade, 17, em Paris, faleceu o ex
imperador do Brasil a 5 de dezembro de 1891. Suas derradeiras palavras foram
estas: “Nunca me esqueci do Brasil. Morro pensando nele. Deus o proteja. ”
FONTE:
Brasil, Coração do Mundo – Pátria
do Evangelho - Humberto de Campos.
D. Pedro II e o Brasil.
AlternativaespiritaWordpress
Bíblia de Jerusalém
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