EPIDEMIA:
O RISCO INVISÍVEL
Você
pode alegar o que quiser, mas não pode negar que a Revista Mundo Estranho
inventou ou foi alertada pela China pois publicou em 2012 o que ocorreu a
partir 2019
Apesar
de ter surpreendido o mundo, a Covid 19 era algo previsível para a ciência.
Prova disso é esta reportagem da Mundo Estranho, que foi publicada em 2012 e
voltou a circular posteriormente. Nela, pesquisadores montaram o cenário de uma
pandemia possível, bem similar à que estamos vivendo. Confira
Texto
Claudia de Castro Lima
O
PROXIMO SURTO
1. Montamos
com a ajuda de pesquisadores, o cenário de uma possível pandemia mortal.
Acredite: há chances de isso acontecer.
A
Ásia é o ponto de partida. Após várias mutações, um novo vírus surge hospedado
em morcegos. As fezes que eles soltar no ar infectam, guaxinins. Do mercado da
china, esses animais são levados vivos para serem abatidos em restaurantes.
Estressados, eles arranham e mordem os cozinheiros, espalhando o vírus.
2. O
vírus adquire a capacidade de ser transmitido de homem para homem por via aérea
- forma mais fácil de contagio. Além
disso o contágio se dá antes mesmo de o enfermo apresentar os sintomas. Assim,
em média, o doente infecta cinco pessoas antes de ter febre, vomito, diarreia,
desidratação e falta de ar.
3. O
governo chinês envia uma comissão para avaliar a doença misteriosa que acomete
alguns vilarejos. A equipe volta sem resultados e não considera o surto
alarmante até que três pesquisadores adoecem e um deles morre. A china não
informa a organização mundial de saúde (OMS) para não demonstrar fragilidade.
4. Os
sintomas são comuns e a doença só chama atenção quando muita gente começa a
morrer na mesma região. Ainda, assim, demora para que médicos e enfermeiros
percebam a ineficiência de antibióticos na cura - o que exclui a maioria das bactérias como
agente causador. Teste com vírus comuns também dão negativo.
5. O
governo isola comunidades em que há focos da doença. Ninguém entra nas cidades
e nenhum doente pode sair. Mas, como a misteriosa enfermidade demora quatro
dias para demonstrar seus sintomas, muitos doentes saem dos vilarejos sem saber
que estão infectados, alastrando a epidemia.
6. Doentes
viajam de avião para grandes cidades, como Hong Kong. O fervilhante centro
comercial, que atrai gente do mundo todo, é um polo de contagio e disseminação.
Sem imaginar o risco que correm, pessoas são contaminadas e, ao voltar para seu
local de origem, carregam o vírus para todos os continentes.
7. Com
a doença já fora de controle, começa uma corrida entre laboratórios e
cientistas de grandes universidades para descobrir o agente causador. Mesmo com
o vírus isolado, as vacinas demoram para ser feitas em larga escala, tornando
impossível o atendimento à demanda mundial.
8. Os
países se isolam, mantendo esquema de quarentena. Aeroportos são fechados e o
turismo mundial cai a quase zero. A china sofre as piores consequências, com o
fluxo de empresários para Hong-Kong suspenso – gerando prejuízos de bilhões de
dólares – e com o boicote a produtos alimentícios vindos da Ásia.
9. Além
dos 10% de casos letais, os milhões de doentes precisam de atendimento médico.
Enquanto hospitais e cemitérios estão lotados, escolas, indústrias e comércio
ficam paralisados por falta de profissionais. O transporte público também para
e os trabalhadores que podem passam a trabalhar em casa.
10.Nas
nações pobres, quase 20% da população morre -
e outros milhões são vitimados mesmo em países ricos. Parte dessa
mortalidade ocorre por causa da doença, mas outro fator determinante é a crise
financeira global. A produção de alimentos cai por falta de mão de obra.
FONTES:
A
História e suas Epidemias e Pandemias
A
Humanidade em Risco
Pragas
e Epidemias
História
de Doenças Infecciosas
Superinteressante
Fabiana Tonial
Fernando Alcoforado
Brasil Escola
Claudia de Castro Lima
CONSULTORIA:
Stefan
Ujvari Cunha Infectologista do hospital Alemão Oswaldo Cruz
Paolo
Zanoto professor de virologia do ICB da USP
Atila
Iamarino doutorando em HIV no ICB da USP
COMPLEMENTO:
Pandemias e epidemias na história: reflexos sociais imediatos e
duradouros
Ao
longo da história, pandemias e epidemias assolaram a humanidade e forçaram
mudanças significativas nos hábitos das sociedades, alguns dos quais persistem
até hoje. No passado, a pouca informação e uma área científica que dava os
primeiros passos para a compreensão de algumas doenças complicavam ainda mais
as coisas. Hoje, mesmo com os avanços obtidos, algo parecido pode acontecer
quando a pandemia da Covid-19 passar.
A
professora da área de microbiologia da Universidade de Passo Fundo (UPF), Dra.
Fabiana Tonial, conta um pouco desses impactos das epidemias e pandemias ao
longo da história e também indica reflexos que esse momento pode ter no futuro.
P: - Como situações como
epidemias e pandemias são capazes de mudar a sociedade e sua organização?
R: - Epidemias e pandemias são
situações que exigem adequações imediatas de contextos sociais e econômicos
para a preservação da vida, sendo que os impactos dessas medidas podem ser
duradouros.
Na
rotina da comunidade, hábitos de higiene são intensificados e informações de
métodos de higienização e desinfecção são amplamente divulgados. A teoria
aliada à prática transforma a realidade nos lares.
Em
sociedade, hoje, temos a distância física entre as pessoas como um sinal de
respeito e a lição de que cada um precisa fazer a sua parte para o benefício de
todos. A vigilância e o monitoramento extrapolam as fronteiras da gestão
em saúde e passam a ser observadas por todos indivíduos inseridos na
comunidade.
Adequação
nos serviços, no comércio, na educação impulsionam a criação de novas
estratégias que serão mantidas após a pandemia.
P: - Como isso muda a forma de
cooperação na sociedade?
R: - A necessidade da cooperação
e da confiança tem impacto em todos os níveis de gestão, pois somente a
comunicação integrada e coordenada entre todas as categorias permite a condução
de medidas de contenção acertadas. A gestão em saúde por um sistema de vigilância
e elaboração de relatórios, juntamente com dados clínicos e científicos
respaldam ações de gestões executivas e administrativas. Instituições, bairros,
municípios, estados, países se articulam e trocam informações buscando condutas
que permitam minimizar os impactos maléficos da crise. Organizações
internacionais coordenam estratégias de comunicação e alinham planos de
pesquisa.
Ao
mesmo tempo, o desenvolvimento científico e a capacitação técnica adquirem
velocidade acelerada. Produção de vacinas, ensaios diagnóstico, tratamentos
farmacológicos, capacitação de equipes, estruturação de laboratórios,
hospitais, centros de atendimento demonstram a capacidade intelectual e
organizacional que temos em tempo limitado. A duração e a magnitude de uma
pandemia em curso são aspectos incertos, nessas situações podemos apenas
esperar que as necessidades aumentem ao longo do tempo, por isso a importância
da adaptação conforme a trajetória do processo.
P: - Quais epidemias e pandemias
tiveram maiores efeitos ao longo da história?
R: - A praga, varíola, cólera e
gripe espanhola foram pandemias de impacto histórico. Em destaque, a gripe
espanhola, causada pelo vírus influenza, predispunha os pacientes a uma
subsequente pneumonia bacteriana gerando altos índices de mortalidade.
Estima-se que 50% da população mundial tenha sido infectada nessa pandemia que
ocorreu em uma dinâmica de três ondas entre 1918 e 1919. O vírus influenza
apresenta uma alta taxa de variação em suas proteínas de superfície, com isso
novos surtos ocasionados por partículas virais mutadas foram identificadas em
1957 (H2N2), 1968 (H3N2) e 2009 (H1N1).
P: - Em Passo Fundo, quais
epidemias foram mais marcantes? O que elas mudaram?
R:- A gripe espanhola chegou no
Brasil em setembro de 1918 e na cidade de Passo Fundo em fins de outubro de
1918. Os hospitais da cidade construíram pavilhões para isolar os pacientes
acometidos pela pandemia. Recursos médicos limitados e equipe técnica pouco
experiente e informada resultou em disseminação da doença em profissionais da
saúde.
Em
2009 Passo Fundo vivenciou a pandemia ocasionada pelo H1N1, a estrutura
hospitalar e os protocolos de atendimento foram adequados, o uso do antiviral
oseltamivir como opção de tratamento desabasteceu o medicamento no mercado, que
na época teve a sua venda restrita. A comunidade foi orientada quanto às
medidas de controle de contenção do microrganismo e passou a utilizar o álcool
como antisséptico e desinfetante, hábito que muitos adquiriram em sua rotina e
mantiveram após o período de disseminação da doença. O uso de máscaras também
foi recomendado em algumas situações. Muitos profissionais que hoje atuam em
Passo Fundo contra a Covid-19 trabalharam na pandemia de 2009 e trazem essa
experiência na decisão de condutas para o momento atual.
P: - Com a Covid-19 teremos
mudanças na sociedade pós pandemia? É possível imaginar o que esperar?
R: - Individualmente e coletivamente
todos tiveram que se adaptar a uma nova realidade. Muitos recursos que hoje
foram adequados não terão caráter provisório e na retomada das atividades se
somarão aos anteriores. Destaco o uso da tecnologia, que está permitindo a
manutenção de atividades de ensino, de lazer, de serviços, de comércio. Na
gripe espanhola, os relatos são de um tempo de total solidão, hoje a tecnologia
nos aproxima e nos mantêm ativos.
As
instruções de higienização e de prevenção de doenças infecciosas de transmissão
por vias respiratórias mudaram alguns hábitos da comunidade, consequentemente é
previsto um impacto na incidência de outras doenças que podem ser controladas
com as mesmas medidas. A ciência responsável e a mídia sensata terão o seu
reconhecimento.
Considerando
que os descendentes do vírus influenza A (H1N1) que causou a pandemia de
1918-1919 têm persistido nos humanos por mais de 90 anos e as características
dos coronavírus, é possível esperar novas ondas da doença. O comportamento
dessas novas fases dependerá de como o microrganismo irá evoluir, da reação do
sistema imunológico dos indivíduos à infecção, e das alternativas de tratamento
e vacina desenvolvidas.
AS MAIORES PANDEMIAS AO LONGO DA HISTÓRIA E SUAS
CONSEQUÊNCIAS
Este
artigo tem por objetivo apresentar as grandes pandemias ao longo da história
apontando como elas se originaram, os sintomas característicos da doença, seu
impacto sobre a sociedade com as soluções
adotadas pela medicina para sua erradicação, bem como as ameaças de novas
pandemias no mundo como a volta da peste, do sarampo , da influenza, as infecções respiratórias
que são transmitidas por aves e causadas por agentes desconhecidos,
a chamada “doença X” no radar da OMS- Organização Mundial de Saúde,
(a possibilidade de um micróbio inédito fazer estrago) e, por último,
as bactériase fungos multirresistentes.É importante observar três termos
médicos que definem a disseminação de doenças: surto, epidemia e pandemia.
A OMS- define como um surto
surgimento repentino de uma doença com uma constância mais alta do que a normal
em determinada região. Por epidemia compreende um grande surto que afeta várias regiões de um município, de um Estado ou de um país;
pandemia é o pior dos casos. Para receber essa classificação, é necessário que
uma doença infecciosa se manifeste globalmente, isto é, em todos
os continentes. As maiores pandemias ao longo da história como peste
bubônica (1333), cólera (1817),tuberculose (1850), varíola (1896), gripe
espanhola (1918), HIV (1980), gripe suínaH1N1 (2009) e Coronavirus (2019), as
ameaças de novas pandemias no mundo e a importância das vacinas a seguir:
·
PESTE BUBÔNICA
A
peste bubônica teve sua origem no continente asiático e é causada pela
bactéria - Yersinia pestis-,
que foi transmitida às pessoas por ratos e pulgas infectadas. A doença
é chamada de peste bubônica porque é caracterizada por inchaços dos
gânglios do sistema linfático, que são conhecidos como bubões que são
nódulos inflamados que se forma geralmente na virilha depois que a pulga
abandona o rato e pica o ser humano. Alguns sintomas surgem antes dessas
erupções. São eles: febre alta, dores de cabeça e corporais intensas,
falta de apetite, náusea e vômitos. Menos comum e mais perigosa é a
peste pneumônica que ocorre em pacientes que já sofreram
com a peste bubônica. Ou pode ser transmitida de pessoa para pessoa, por
secreções e gotículas no ar. Aí, desencadeia uma pneumonia
grave, que evolui rápidamente. entre os sinais, surgem
dor no tórax, dificuldade para respirar e tosse com sangue.
Na versão mais grave, a peste septicêmica, há necrose nas mãos e nos pés. O
risco de morte é muito grande. A peste bubônica chegou à Europa por meio de
navios que chegavam da Ásia pelo Mar Mediterrâneo. A condição inicial para o estabelecimento
da peste bubônica foi a invasão da Europa pelo rato preto indiano
(hoje raro). Estima-se que aproximadamente de 50 milhões a 100 milhões de
pessoas tenham morrido de 1333 a 1351, ou seja, cerca de um terço da população
mundial da época. A população mundial não retornou aos níveis anteriores à
peste até o século XVII.
A peste bubônica ou peste negra gerou vários
impactos e consequências religiosas, sociais e econômicas, afetando
drasticamente o curso da história europeia. A enorme mortalidade causou
escassez de mão de obra para os proprietários de terras, fazendo com que o
velho sistema feudal, que forçava pessoas a trabalhar nas terras de
um senhor para pagar seu aluguel, começasse a desmoronar
A peste bubônica continuou a aparecer de forma
intermitente e em pequena escala pela Europa até praticamente desaparecer do
continente no começo do século XIX. Supondo que alguém apareça no hospital
com sintomas da peste, o primeiro passo é isolá-la completamente. A enfermidade
é bastante contagiosa.
·
CÓLERA
A primeira epidemia global de cólera aconteceu em
1817. A cólera é causada por uma infecção no intestino provocada pela bactéria-
vibrio cholerae.
. A
bactéria faz com que as células que revestem o intestino produzam uma
grande quantidade de fluidos que causam diarreia e vômitos. A infecção se
espalha quando há ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes ou vômito
de uma pessoa infectada com a doença. O suprimento de água ou comida contaminadas
pode causar surtos maciços da doença em um curto espaço de tempo,
principalmente em áreas superlotadas, como favelas ou campos de refugiados. A
doença provoca uma diarreia intensa no indivíduo, que morre de desidratação. A
doença teve várias outras epidemias regionais e globais e ainda não foi
erradicada. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), de 100 a 120
mil pessoas morrem no mundo todos os anos contaminadas pelo cólera. O
tratamento é feito a partir de antibióticos, por ser uma doença bacteriana, mas
sua prevenção é eficaz como acesso a
saneamento básico.
·
TUBERCULOSE
A
tuberculose é uma antiga doença da humanidade, já que sinais da
contaminação foram encontrados em esqueletos de mais de sete mil anos. A doença
ataca o sistema respiratório e já fez milhões de vítimas em todo o mundo.
A tuberculose é causada pela bactéria- Mycobacterium
Tuberculosis -, conhecido como bacilo de Koch. O
surto de tuberculose ocorreu de 1850 a 1950 e somente começou a ser controlado
após a descoberta do
agente causador. Altamente contagiosa, a doença é transmitida de
pessoa para pessoa e, apesar de ser considerada controlada atualmente, afeta principalmente países pobres. No período de surto da tuberculose,
estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas
tenham morrido pela doença. A cura veio somente quando
Alexander Fleming descobriu a penicilina, em 1928.
·
VARÍOLA
A varíola é uma doença que esteve presente desde a
Antiguidade na história da humanidade. Causada pelo vírus - Orthopoxvírus variolae- , os
principais sintomas são :febre, erupções na garganta, na boca e no rosto. O
risco de morte da doença é de 30%, sendo superior em bebês. Estima-se que, de
1896 a 1980, mais de 300 milhões de pessoas tenham morrido por
varíola no mundo. A colonização das Américas no final do século XV matou
populações indígenas tendo como maior assassino a varíola
transmitida pelos colonizadores. Um estudo feito por cientistas da
University College London, no Reino Unido, demonstrou que a expansão europeia
viu a população das Américas cair de 60 milhões de pessoas (cerca de 10%
da população mundial na época) para apenas 5 ou 6
milhões em cem anos. O último caso da doença foi registrado em
outubro de 1977, o que levou a OMS a certificar a varíola como erradicada
na década de 1980. A erradicação da doença ocorreu em virtude de uma campanha
de vacinação em massa que ocorreu em todo o mundo.
·
GRIPE ESPANHOLA
Causada pelo vírus Influenza, a gripe espanhola se
propaga pelo ar. Esta epidemia do começo do século XX foi batizada de "Gripe
Espanhola" em virtude da Espanha ter sido o único pais cuja midia informou
a respeito. o vírus não tem origem em terra espanhola. A teoria mais aceita pelos
estudiosos do assunto é de que a gripe espanhola teria surgido em campos de
treinamento militar nos Estados Unidos. Isso porque os primeiros casos da
doença também foram registrados lá. Outro elemento que reforça que a gripe
espanhola surgiu nos Estados Unidos é que ela se difundiu pela Europa logo
depois que soldados norte-americanos foram enviados para a frente de guerra na
1ª Guerra Mundial nesse continente. o contato de soldados contaminados com
pessoas nos mais variados locais permitiu o alastramento da doença pelo
continente europeu. Estima-se que mais de 50 milhões de pessoas morreram em todo
o mundo vítimas dessa pandemia. Algumas estimativas mais alarmistas apontam que esse número possa terchegado
até o total de 100 milhões de mortos. Acredita-se que 1/3 da população mundial
tenha sido afetada pela pandemia.
A
gripe espanhola se espalhou em três ondas de contágio, entre março de 1918
e maio de1919. Entre essas ondas, a segunda, iniciada em agosto de 1918,
foi a pior delas, pois foi a mais
contagiosa, causando a morte de milhões de pessoas. Na segunda onda da doença, que
aconteceu entre agosto e dezembro de 1918, Ásia, África, América Central
e do Sul foram afetados. A segunda
onda de difusão da gripe espanhola tornou a situação alarmante em
diversas partes do planeta porque a quantidade de infectados disparou e os
sintomas registrados tornaram-se muito graves, o que contribuiu para que a taxa
de mortalidade aumentasse bastante. Os microscópios não tinham capacidade de
enxergar o vírus causador da gripe espanhola. A
gripe espanhola chegou ao Brasil por volta de setembro de 1918 e espalhou-se
por grandes centros, sobretudo por Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. A
cidade de São Paulo, pode ter contado
com até 350 mil pessoas infectadas, o que representava mais da metade da
população da capital paulista, e um total de 5.331 mortos. Já o Rio
de Janeiro – na época capital do Brasil – registrou cerca de 12.700
mortes, o que representou 1/3 do total de mortes no país. Personalidades
importantes da época foram atingidas, como Rodrigues Alves, eleito presidente
da República em 1918, mas que não assumiu porque faleceu. Estima-se que 35 mil
brasileiros morreram nessa pandemia -dentre eles, o presidente Rodrigues Alves,
em 1919
·
PANDEMIA DO
COVID-19.
um dos sete
corona vírus humanos, foi de início considerado um surto.
Os
primeiros casos, desta doença, foram divulgados no último dia do mês de
dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, capital e maior cidade da província de
Hubei, na República Popular da China.
Passado um
mês, em 30 de janeiro deste ano a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou
que, este surto, constitui uma
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
Embora o
COVID-19 já se tivesse difundido em cinco continentes, a OMS só o considerou
como Pandemia no dia 11 de março de 2020, quando a doenç já estava sem contole.
As medidas decretadas impõem várias condições e de como serão
fiscalizadas pelas forças de segurança:
O termo
epidemia provém da fusão dos termos gregos epi, que significa “sobre” e demos
que significa “povo”, ou seja, algo que se derrama pela população causando
alarme e medo.
Caracteriza-se
por um contágio rápido e generalizado, sem limites de tempo nem de espaço,
provocando um número elevado de vítimas.
A Pandemia
é considerada como o pior dos cenários para a saúde humana. Etimologicamente de
origem grega, a palavra Pandemia é a união das palavras pan que significa “tudo ou
todos” e demos que
significa “povo".
Em anos
mais recentes, temos como exemplo, em 2009 quando a Gripe A passou de Epidemia
para Pandemia, após a OMS ter verificado existirem casos desta doença em todos
os seis continentes, bem como a AIDS, apesar de, neste caso, o número de
ocorrências estar a diminuir em todo o mundo,
Em face do
coquetel de remédios que conseguem estabilizar.
Exibimos em
ordem cronológica alguns casos já citados desde a a Antiguidade.
·
PESTE DE ATENAS,
Praga de Atenas ou a Peste do Egito, 430 a 427 a.C. durante a Guerra do Peloponeso.
que vitimou naquela altura dois terços da população daquela cidade
grega. Apesar de ainda hoje desconhecer-se efetivamente qual o tipo de doença
pensa-se que terá sido uma epidemia de febre tifoide (causada Pela bactéria 'Salmonella tiphy'). Na época, os
médicos ficaram imponentes perante o desconhecimento da natureza da doença.
·
PESTE ANTONINA
também conhecida como a Peste de Galeno Em 165 a.C. surgiu
a . Prolongou-se até ao ano 180 a.C. Pensa-se que foi um surto de varíola
ou sarampo que afetou de início os Hunos e que terminou por alastrar a todo o
Império Romano. Apesar de se ter atribuído a morte do imperador romano Marco
Aurélio a causas naturais, presume-se, no entanto, que tenha sido afetado por
esta doença.
·
PESTE DE CIPRIANO Em 250
a.C.
nome atribuído em reconhecimento ao bispo de
Cartago. De origem desconhecida calcula-se que tenha começado na Etiópia tendo-se
espalhando pelo norte de África, passou pelo Egito acabando por chegar a Roma.
Na Alexandria vitimou 60% dos seus habitantes.
No ano de 444 atingiu a Grã-Bretanha obrigando os
Bretões enfraquecidos a procurar a ajuda dos Saxões para combater os Escotos e
os Pictos.
Apesar de
ser apelidada de “peste”, os sintomas descritos não são idênticos aos da peste
bubónica. Temos de considerar que na Antiguidade o termo “peste” era sinónimo
de enfermidade contagiosa e de elevada mortalidade.
Ainda hoje,
o vírus responsável pela “Peste de Cipriano” é um enigma. Para alguns
historiadores pode ter sido uma febre hemorrágica viral, para outros pode ter
sido uma gripe causada por um vírus idêntico ao que causou a Gripe Espanhola em
1918.
·
PRAGA DE JUSTINIANO deflagrou
entre 541 e 750 da nossa era.
Foi considerada a primeira pandemia historicamente
documentada e o primeiro caso de peste bubónica que vitimou aproximadamente 50
milhões de pessoas, isto é, cerca de 26 % da população mundial, ou seja, mais
de metade da população europeia. Originária do Egito generalizou-se pelo
Império Bizantino (quando governava o imperador Justiniano I “o Grande”)
chegando até ao Mediterrâneo.
·
PESTE DE ATENAS (430-427
a.C.)
A partir do verão de 430 a.C., a
cidade de Atenas, uma das grandes cidades da civilização grega, foi atingida por um surto epidêmico.
A epidemia foi registrada pelo grego Tucídides, historiador que também relatou a Guerra do Peloponeso. A doença teve um grande surto
entre 430-429 a.C., enfraqueceu-se durante 428 a.C. e ganhou força novamente a
partir de 427 a.C a doença iniciou-se na zona portuária de Atenas e
espalhou-se pelo resto da cidade. Os casos começaram a aparecer bem no início
da Guerra do Peloponeso e tiveram um efeito fulminante nas tropas atenienses.
·
“PESTE DE ATENAS”
e o nome sugerir que se tratou de um surto de peste bubônica, os estudiosos
sugerem que a doença que atingiu a cidade grega não foi essa. Um estudo
conduzido no começo do século XXI com base em ossadas de uma vala comum
encontrada chegou à conclusão da ocorrência de febre tifoide, mas existem outros estudos que apontam tifo.
·
PESTE NEGRA
(1347-1353)a Idade Média. Esse período da história presenciou uma das maiores pandemias da
humanidade, a de peste bubônica, que recebeu o
nome de peste negra e é
tradicionalmente conhecida por ter dizimado, pelo menos, cerca de 1/3 da
população europeia.
A peste negra
designa uma doença transmitida para os seres humanos por meio de pulgas de ratos contaminados
com a bactéria - Yersinia pestis - .
Acredita-se que a origem dessa doença tenha sido a China ou alguma região da
Ásia Central e que a peste negra não foi o primeiro surto de peste bubônica de
que se tem conhecimento.
A peste bubônica chegou à Europa em 1347 e foi
levada para lá por comerciantes
genoveses que fugiam de Caffa, uma colônia genovesa
na Crimeia que estava sendo atacada por tropas tártaras do Canato da Horda
Dourada. A cidade de Caffa estava sitiada quando os tártaros começaram a lançar
cadáveres contaminados com a doença para dentro dos muros.
À medida que a peste se espalhou
por Caffa, os genoveses fugiram, levando a doença em seus navios. Assim, a
peste alcançou Constantinopla, depois, a Sicília, chegou a Marselha, Península
Itálica e, daí, espalhou-se por toda a Europa. Esse surto de peste bubônica
estendeu-se até 1353 e causou a morte de milhões de
pessoas.
Uma vez que um ser humano contrai
a peste bubônica, ela pode ser transmitida por via respiratória (chamada
de peste pneumônica), o que facilitou a disseminação da doença por todo o continente
europeu. Tanto as cidades como os campos foram atingidos, embora as cidades,
pela maior aglomeração de pessoas, tenham sofrido mais. A peste bubônica
recebeu esse nome por causa dos bubões que
apareciam em algumas partes do corpo dos que adoeciam.
·
A
PESTE BUBÔNICA
foi uma doença recorrente na
Europa por todo o século XIV e existiu até 1720, quando houve um surto da
doença em Marselha. Acredita-se que, somente no século XIV, a peste bubônica
tenha causado a morte de, pelo menos, 1/3 da população europeia,
embora historiadores, como Le Goff, apontem que tenha causado a morte de, pelo
menos, metade da população da Europa, chegando até a 2/3 em alguns locais|
existem estudos que indicam que a peste bubônica
possa ter causado a morte de
até 50 milhões de pessoas no continente europeu somente no
período entre 1347 a 1353.
No
começo do século XX atingiu todos os continentes do planeta e causou a morte de, pelo
menos, 50 milhões de pessoas.
Essa doença ficou conhecida como , sendo causada por uma mutação do vírus influenza, e
afetou, inclusive, o Brasil.
Apesar
do nome, a gripe espanhola não surgiu na Espanha. Acredita-se que ela tenha
surgido na China ou
nos Estados Unidos. De toda forma, os
primeiros casos foram registrados em um acampamento militar chamado Fort Riley, que estava instalado
no estado do Kansas (EUA). O primeiro paciente de que se tem conhecimento foi
o soldado Albert Gitchell.
A
doença surgiu no contexto da Primeira Guerra Mundial e
aproveitou-se do grande deslocamento de soldados e das aglomerações causadas pela
guerra para se disseminar pelo mundo. Houve três ondas de contágio, que se
estenderam de 1918 a 1919. A segunda onda ficou conhecida
como a de maior capacidade de contaminação e foi a mais mortal.
A gripe espanhola espalhou-se por
todos os continentes do planeta.
A
medicina do começo do século XX não sabia o que a causava, porque a tecnologia
da época não permitia que os microscópios enxergassem o vírus responsável pela
enfermidade. Usava-se aspirina para
combater alguns dos sintomas, mas o exagero no uso dessa medicação mostrou-se
nocivo. A doença causava infecções que atingiam órgãos como o pulmão, mas não
existiam antibióticos na época para combatê-las.
Os sintomas da gripe
espanhola eram os de uma gripe
comum, como febre, tosse, coriza, dores de cabeça e dores
no corpo. Os casos mais complicados, como mencionado, causavam infecções nos
pulmões, levando os pacientes a desenvolverem pneumonia.
Como
era causada por um vírus, a doença era transmitida pela via respiratória
facilmente. Locais que implantaram medidas de prevenção baseadas no isolamento social conseguiram
passar pela gripe espanhola com efeitos reduzidos. Já os que não seguiram as
medidas de isolamento acabaram sofrendo duramente com a doença e acumulando
mortos todos os dias.
Aqui no Brasil a gripe espanhola
chegou em setembro de 1918, por meio
dos passageiros de uma embarcação inglesa que atracou em três cidades: Recife,
Salvador e Rio de Janeiro. Grandes cidades, como São Paulo, sofreram bastante
com a doença. Acredita-se que ela tenha contaminado, pelo menos, metade da
população paulistana.
No
Brasil, como em outras partes do mundo, medidas de isolamento foram tomadas com
o decreto do fechamento de escolas, repartições públicas e alguns tipos de
comércio. Ao todo, 35 mil pessoas
morreram de gripe espanhola no Brasil.
EBOLA (2013-2016)
doença
pelo vírus ebola, doença causada pelo vírus de
mesmo nome (ebola). Esse vírus foi identificado em regiões do Sudão e da República Democrática do Congo,
ambos países do continente africano. Acredita-se que uma espécie de
morcego seja a transmissora do vírus.
A
ebola é uma doença grave e capaz de matar tanto seres humanos quanto primatas.
Recentemente, entre 2013 e 2016, causou um surto epidêmico em
regiões da África Ocidental. Esse surtou chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde e de muitos países – alguns
deles, inclusive, chegaram na época a decidir pelo fechamento de suas fronteiras para
pessoas vindas daquela região.
A
doença manifesta-se com os seguintes sintomas: febre, dor de cabeça, vômitos e diarreia. Os pacientes mais
graves podem apresentar graves hemorragias, as
quais afetam partes do corpo como intestino e útero. O contágio acontece quando
uma pessoa tem contato com restos de animais contaminados pelo vírus.
A
partir do momento em que um ser humano contrai ebola, o vírus pode ser
transmitido para outras pessoas por meio de secreções, como saliva, sangue,
fezes, urina e sêmen. A ebola atuou majoritariamente no continente africano e aproveitou-se da pobreza
de muitas das regiões desse continente.
A
falta de condições sanitárias ideais acaba tornando muito mais fácil a rápida
disseminação do vírus. O último surto epidêmico de ebola atingiu países
como Libéria, Serra Leoa e Guiné, infectando 28.454 pessoas, das quais
11.297 faleceram|4|.
Em
2018, um novo surto foi registrado na África, atingindo a República Democrática
do Congo. Até o presente momento, esse surto registrou quase 4 mil casos e mais
de 2.200 mortes. Em 2014, houve uma suspeita de caso de ebola no Brasil, mas
esse caso foi descartado por exames.
PANDEMIA
DE AIDS (1980
ATÉ A ATUALIDADE);
é uma doença sexualmente transmissível que ataca o sistema imunológico do paciente e causa uma diminuição nas defesas naturais do corpo. É um estágio avançado da infecção
pelo vírus HIV, o vírus da imunodeficiência
humana. Sendo assim, ser HIV positivo não significa que uma pessoa tem Aids.
até
o momento, uma doença sem cura, portanto, o tratamento visa a retardar o avanço
da doença, controlando a quantidade de vírus no corpo do paciente. É importante
destacar que a infecção por HIV na fase assintomática não apresenta tratamento,
entretanto, quando os sinais de agravamento do quadro surgem, inicia-se o uso
de antirretrovirais.
Os
medicamentos conhecidos como antirretrovirais não matam o vírus, mas garantem
que o sistema imunológico não seja tão afetado. Existem 22 medicamentos antirretrovirais no
Brasil e eles estão divididos em cinco classes, cada uma com sua função. Como
funções desses medicamentos, podemos citar que eles impedem o vírus de se
reproduzir, de entrar na célula e que o DNA do
HIV seja inserido no DNA humano.
O paciente com Aids deve tomar pelo menos três antirretrovirais
diferentes, os quais são combinados. Desses três medicamentos,
recomenda-se que dois sejam de classes diferentes
para aumentar a eficácia do tratamento. Esses medicamentos devem ser tomados
com recomendação médica e com acompanhamento desse profissional para avaliar os
efeitos no organismo. Em algumas pessoas, os efeitos colaterais podem ser
desagradáveis e devem ser relatados ao médico para que um novo antirretroviral
seja recomendado.
Vale
frisar que, por muito tempo, ser HIV positivo era uma sentença de morte.
Entretanto, é importante saber que os medicamentos
disponíveis atualmente fazem com que uma pessoa possa ter uma vida
relativamente normal e longa.
PANDEMIA DE SARS (2002-2004) Síndrome respiratória aguda grave ou Sars é
uma doença causada por um vírus da família dos coronavírus,
que inclui vírus causadores de resfriados, da síndrome respiratória do
Oriente Médio (Mers) e
da Covid-19. A Sars é considerada a primeira doença transmissível grave do
século XXI. Foi considerada uma ameaça global em março de 2003, porém surgiu
inicialmente na China, em 2002. A doença foi controlada rapidamente graças a
medidas eficientes de identificação e isolamento dos casos.
A síndrome
respiratória aguda grave (Sars) é uma síndrome respiratória grave provocada por um
coronavírus. O alerta global da Organização Mundial da Saúde (OMS) ocorreu no dia 12
de março de 2003 e descrevia-a como uma pneumonia atípica grave, transmitida de uma
pessoa para outra, sem causa conhecida. Os primeiros casos
ocorreram em novembro de 2002 na China, e a OMS foi notificada em fevereiro de
2003. A doença se espalhou por vários países, provocando a morte de cerca de 800 pessoas.
Como a doença não tem vacina ou tratamento eficiente,
a forma encontrada para frear sua transmissão foi identificar os casos,
realizar isolamento ou quarentena e identificar
os contatos próximos estabelecidos entre os doentes. A epidemia foi controlada ainda em 2003, com a OMS declarando
que todos os surtos de Sars foram contidos no mundo no dia 5 de julho desse
ano. O vírus responsável
pela doença não causou novos casos desde 2004 e, durante a epidemia, atingiu 26
países em cerca de seis meses.
A
Sars é causada pelo vírus
Sars-CoV (coronavírus associado à Sars), um vírus da família
dos coronavírus, que inclui vírus que circulam entre pessoas e outros animais e
se destacam por, ao serem visualizados em microscopia eletrônica, lembrarem uma coroa (a
palavra corona, em latim, significa “coroa”). O Sars-CoV teve seu genoma sequenciado em 2003 e mostrou não ter relação com outros
coronavírus previamente conhecidos.
Antes
da epidemia provocada pelo Sars-CoV, os vírus da família dos coronavírus eram
considerados causadores apenas de infecções leves. Após o Sars-CoV, outras cepas de coronavírus surgiram
e estão associadas a quadros graves de insuficiência respiratória: o Mers-CoV e
o Sars-CoV-2.
PANDEMIAS DE CÓLERA (AO LONGO DO SÉCULO XIX)
De acordo
com relatos bem antigos, a cólera estava presente desde os primeiros séculos da
humanidade, causando diarreias agudas de
aspecto semelhante à água de arroz, vômitos e, em casos mais acentuados,
câimbras, perda de peso intensa e olhos turvos. Causada
pela bactéria Vibrio cholerae, é uma doença com grande facilidade de
dissipação.
O período de incubação é
de aproximadamente cinco dias. Vencendo a acidez estomacal, multiplica-se no
intestino delgado de forma bastante rápida e, em razão de seus sintomas, pode causar desidratação,
perda de sais minerais e diminuição acentuada da pressão sanguínea em curto
espaço de tempo, com possibilidades de causar a morte das pessoas afetadas.
É transmitida pela
ingestão da água, alimentos, peixes, frutos do mar e animais de água-doce
contaminados por fezes ou vômito de indivíduo portador da doença, sem o devido
tratamento. Mãos que tiveram contato com a bactéria ou mesmo moscas e baratas
podem provocar a infecção por este patógeno. Esses últimos podem funcionar como
vetores mecânicos, transportando o vibrião para a água e para os alimentos.
Na maioria dos casos, manifesta-se de forma
assintomática e este é um dos principais motivos que facilitam sua propagação,
já que este portador é capaz de transmitir a doença sem ao menos ter
conhecimento deste fato. Apenas 10% das pessoas afetadas desenvolvem o quadro
sintomático. Os pacientes liberam os vibriões em suas fezes por cerca de vinte
dias.
Essa doença ocasionou sete pandemias (epidemia
simultânea em muitos países ou continentes), sendo dois de seus sorotipos,
o V.
cholerae O1 e o V. cholerae O139, os responsáveis. Estes são os
únicos tipos desta bactéria que liberam toxinas: as enterotoxinas.
A cólera afeta, principalmente, locais onde o
saneamento básico é precário. A bactéria sobrevive por até cinco dias em
temperatura ambiente e é resistente ao congelamento. No ambiente marinho, vive
bem em temperaturas entre 10 e 30°C. Entretanto, não resiste a temperaturas
acima de 80°C e tampouco à exposição ao cloro.
Assim, a fervura ou cloração de água e alimentos antes de sua ingestão e
evitar o uso de gelo em bebidas, salvo quando este tiver sido feito com água
tratada, são algumas das principais medidas para impedir a manifestação da
doença.
A Organização Mundial de Saúde recomenda a
proporção de seis mL de cloro para cada litro de água, adicionado no mínimo
meia hora antes da sua utilização como bebida ou para o preparo de alimentos.
Recomenda ainda, para desinfecção de
frutas e verduras, a imersão destas, por meia hora, em dois mL para cada litro
de água, sendo depois lavadas com água tratada.
Vacinas possuem restrições de uso, sendo
requeridas apenas como medida complementar, em casos de risco de infecção
elevado, em pessoas cujas secreções ácidas estomacais são reduzidas.
Coleta de lixo rigorosa, a fim de evitar a
proliferação de vetores; enterrar as fezes longe de fontes de água, quando não
houver saneamento básico adequado na região; reaquecimento dos alimentos já
cozidos; lavar as mãos constantemente; e evitar alimentos de ambiente aquático
de região onde houve surto da cólera, são medidas necessárias.
·
O diagnóstico consiste
no isolamento e identificação do vibrião nas fezes do paciente. Para
tratamento, a reidratação é essencial e é, na maioria dos casos, o único método
necessário. Entretanto, a visita ao médico é indispensável, já que só ele será
capaz de analisar o caso e, caso seja necessário,
prescrever antibióticos.
Medicamentos antidiarreicos não são indicados, já que facilitam a multiplicação
da bactéria por diminuírem o peristaltismo intestinal.
·
Epidemia de
cólera no Haiti (2010 até a atualidade);
·
Epidemia de febre amarela em Nova
Orleans (1853) A febre amarela é uma doença viral transmitida por mosquitos, assim como outras
doenças bastante conhecidas, como a dengue e a zika. Essa doença pode ser classificada
em febre amarela silvestre e
febre amarela urbana, sendo a principal diferença entre as duas
o vetor.
→ COMO A FEBRE AMARELA É
TRANSMITIDA?
A febre amarela é causada por um
vírus do gênero Flavivirus transmitido
pela picada de mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Nas áreas silvestres, a
transmissão é feita pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes; na
área urbana, a transmissão é feita pelo mosquito Aedes aegypti. Ao picar, o mosquito contaminado
expõe a pessoa ao vírus, e a doença desenvolve-se apenas naqueles que nunca
tiveram a doença ou que não estão com a vacina em dias.
Vale
destacar que outros animais também podem desenvolver a doença, como é o caso de macacos, que são
os principais hospedeiros e amplificadores do vírus em ambientes silvestres. A
transmissão de uma pessoa para a outra não é possível.
A febre amarela urbana não
apresenta casos registrados desde 1942. Entretanto, pessoas que circulam
em áreas florestais podem ser contaminadas pela febre amarela silvestre,
tornando-se uma fonte de infecção para o Aedes aegypti, que
circula por todo o país. Assim sendo, a preocupação com a febre amarela urbana
tem que ser constante.
→ SINAIS E SINTOMAS DA FEBRE
AMARELA
A febre amarela, assim como o
nome sugere, causa febre e, em casos graves, o surgimento de icterícia, ou
seja, olhos e pele ficam amarelados. As manifestações iniciais são calafrios, prostração, dores musculares e de
cabeça, enjoo e vômitos. Depois de alguns dias, podem
surgir problemas renais e hepáticos,
assim como manifestações hemorrágicas, que
podem afetar a gengiva, nariz, estômago e intestino.
O período de incubação do vírus
varia de 3 a 6 dias e geralmente os sintomas duram, no máximo, 10 dias. A gravidade dessa doença
varia muito de indivíduo para outro, podendo levar à morte em uma semana caso o
tratamento não se realize a tempo.
A febre amarela não possui tratamento específico,
sendo recomendado apenas o cuidado com os sintomas. Geralmente o
principal ponto é a reposição de líquidos e, nos casos hemorrágicos, a
reposição das perdas sanguíneas. Além disso, podem ser usados analgésicos e
antitérmicos para diminuir as dores de cabeça e febre. Em casos mais graves,
pode ser necessária a internação em UTI.
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