Quando a bomba veio vi um clarão amarelo e fiquei rodeada pela escuridão.
Um edifício de madeira com dois andares que era a minha casa com oito quartos
ficou feito em pedaços e cobriu-me.
Quando vim a mim estava tudo negro como breu à minha volta. Tentei levantar-me
mas tinha uma perna partida. Tentei falar mas vi que tinha partido seis dentes.
Quando reparei que tinha a cara e as costas queimadas, que tinha um corte que
ia do ombro até à cintura, rastejei até à margem do rio e quando lá cheguei vi
centenas de corpos a boiar. Foi aí que percebi, chocada, que tinham atingido
toda a cidade de Hiroshima.
Encontrei uma fila infindável de refugiados todo sem qualquer peça de roupa no
corpo e a pele da cara, dos braços e do peito fora arrancado e estava pendurada
e, contudo, eles não tinham qualquer expressão. Fugiam em silêncio profundo.
Achei que era uma procissão de fantasmas.
Relatos de sobreviventes
Vimos uma nuvem a subir. (...). Estávamos a 33 mil pés e a nuvem estava lá e
continuava a subir em ebulição, como se estivesse a rolar e a ferver. A
superfície não passava de um ponto negro em ebulição. A única comparação
possível é com um barril de alcatrão. Era isso o que parecia. Onde antes estava
uma cidade com casas, prédios e tudo o que se via àquela altitude, agora só se
viam destroços pretos e em ebulição lá em baixo.
Paul Tibbets
Lembro-me de uma frase das escrituras hindus, o Bhagavad Gita. Vishnu está a
tentar persuadir o príncipe a fazer o seu dever e para o impressionar assume a
sua forma com vários braços e diz: “agora sou a morte, a destruidora dos
mundos.”
Robert Oppenheimer
Em agosto o mundo relembra com muito pesar os 61 anos do maior crime de
guerra já desferido contra a humanidade. O holocausto nuclear contra as cidades
japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Crime do qual jamais seus culpados foram
sequer acusados, muito pelo contrário, foram saudados como heróis em todo o
mundo simplesmente por ter vencido a guerra e movido uma propaganda capaz de
fazer o mundo inteiro se esquecer do horror nuclear.
Mas muitos ainda não se esqueceram do verdadeiro culpado dessa verdadeira
história de horror, a maior nação terrorista de todo o planeta, os Estados
Unidos da América, e provoca o leitor a conhecer um pouco mais sobre o que a
grande mídia mundial insiste em fazer-nos esquecer. Os crimes de Hiroshima e
Nagasaki. Aqui você verá um pouco do que realmente ocorreu e que pode ser
facilmente comprovado por documentos públicos estadunidenses considerados
ultra-secretos e que foram recentemente abertos à população.
150 mil civis inocentes são condenados à morte por Harry Truman. Primeira
e única nação do mundo a jogar bombas atômicas sobre civis.
Em Agosto de 1945 os Estados Unidos da América entraram para a história
mundial por ser a primeira e única nação a despejar o terror atômico sobre
enormes populações de civis. Com a II guerra mundial praticamente acabada e sem
ter podido justificar o gasto de 2.6 bilhões de dólares no Projeto Manhattan
(projeto de construção da bomba atômica), Harry Truman busca oportunidades para
jogar uma, ou quem sabe até mais, de suas bombas envenenadas sobre cidades
inimigas e demonstrar ao mundo o tamanho do poder que os Estados Unidos
detinham na mão. O povo estadunidense já estava sendo “envenenado” há muito
tempo por sua mídia tendenciosa que os fazia crer que a bomba atômica daria fim
a uma guerra e salvaria vidas, já que seus filhos voltariam da guerra. De
acordo com Peter Scowen, autor do Livro Negro dos Estados Unidos, “para os
estadunidenses, a detonação das bombas em Hiroshima e Nagasaki foi ações
militares realizadas contra uma nação despótica que só podia culpar a si mesmo
pelo sofrimento de seu povo. (...) Havia até um fervor religioso no desempenho
estadunidense, pelo menos na cabeça de Truman: “... Agradecemos a Deus por [a
bomba] ter vindo a nós ao invés de nossos inimigos; e oramos para que Ele nos
guie para usa-la à Sua maneira e com Seus propósitos...”. Pior que isso, só
mesmo uma reveladora pesquisa que mostra o desejo dos estadunidenses em
substituir um genocídio por outro. Ainda de acordo com Scowen, “.... Uma
pesquisa do Gallup feita em dezembro de 1944 revelou que 13% dos estadunidenses
eram a favor da eliminação do povo japonês por meio do genocídio...
”··Infelizmente para os planos de Truman, a Alemanha havia assinado
rendição incondicional em Maio de 1945 logo após o suicídio de Adolf Hitler. A
Itália já havia se rendido anteriormente quando da prisão e assassinato de
Mussolini. Naquele momento só restara o Japão. Ao ver-se sem muitas
alternativas para concretizar seus planos, Truman se apega na última
oportunidade que lhe apareceu ao alegar a não rendição incondicional do Japão,
que insistia em manter seu reverenciado imperador. Grandes estrategistas de
guerra desaconselharam o presidente a utilizar as armas atômicas, propondo como
alternativa um grande bloqueio marítimo, aliado à entrada da Rússia na frente
do Pacífico e mais os bombardeios focados em alvos militares. De acordo com
esses especialistas, essas manobras seriam suficientes para acabar com a guerra
até Julho de 1945. Mesmo assim, Truman simplesmente ignorou-os e, utilizando o
mote da não rendição incondicional, decidiu o destino de duas cidades e
centenas de” milhares” de vidas humanas.
O plano original previa ataques com bombas atômicas a quatro cidades japonesas.
O comitê de alvos do projeto Manhattan decidira atacar Hiroshima, pois segundo
as minutas das reuniões desse comitê, em razão de seu tamanho e planta, “...
grande parte da cidade seria extensamente danificada...”, Nagasaki e Kyoto,
pois, ainda de acordo com essas minutas, Kyoto “...era um centro intelectual do
Japão e seu povo é mais capaz de avaliar o significado de uma arma assim...”
Assim, no fatídico dia 06 de Agosto de 1945, movidos além de tudo por um
sentimento indissimulável de vingança pelo ataque japonês à base militar de
Pearl Harbor, aviões estadunidenses se aproximaram do primeiro alvo a sofrer os
horrores das armas nucleares. Hiroshima, a então sétima maior cidade japonesa,
com 350 mil habitantes, foi atacada por Little Boy, que até o fim do ano de
1945, decretou a morte de aproximadamente 150 mil japoneses, dos quais apenas
20 mil eram militares. Não satisfeitos com tamanha atrocidade e apenas três
dias depois do primeiro ataque, como se fosse possível preparar uma declaração total
de rendição incondicional em três dias, os estadunidenses atacaram a segunda
cidade-alvo no dia 09 de agosto. Nagasaki e seus 175 mil habitantes foram a
vítima de Fat Man, segunda e mais poderosa bomba, que vitimou aproximadamente
70 mil seres humanos na contabilidade macabra feita em dezembro de 1945.
Os efeitos nefastos de Little Boy e Fat Man
Se analisarmos brevemente o número de vítimas de little boy e fat man, 40% da
população original das cidades de Hiroshima e Nagasaki morreram na contagem feita
em dezembro de 1945. Estes números ainda não refletem a realidade do verdadeiro
montante de vítimas das bombas, uma vez que milhares de outras pessoas morreram
posteriormente em decorrência dos nocivos efeitos da radiação. Em uma
comparação meramente ilustrativa, é como se nos ataques de 11 de Setembro, ao
invés de terem morrido três mil pessoas, aproximadamente quatro milhões de
nova-iorquinos tivessem perdido sua vida no World Trade Center. E isso não é
tudo, pois os efeitos da bomba não são apenas a morte e a destruição imediatas.
Até hoje continuam morrendo pessoas vítimas de câncer herdado geneticamente de
seus pais e avós, além de ser possível encontrarmos ainda hoje, milhares de
pessoas com deformações físicas, câncer congênito, problemas de esterilidade e
outras doenças decorrentes da liberação radioativa sobre essas cidades em 1945.
De acordo com estudos realizados nos escombros das cidades, praticamente todas
as pessoas que estavam até 1 km do centro da explosão foram mortas
instantaneamente (86%). As bombas explodiram nos centros das cidades e
pulverizaram escolas, escritórios, prisões, lares, igrejas e hospitais. No
centro do ataque, tudo virou pó, não havia cadáveres. Mais longe do ponto zero
havia corpos espalhados por toda parte, inclusive de bebês e crianças. De
acordo com Peter Scowen, “Yosuke Yamahata foi enviado pelo exército japonês
para fotografar Nagasaki no dia seguinte ao bombardeio. Suas fotos mostram uma
cidade completamente aplainada, homogeneamente alisada. (...) Ele tirou fotos
de uma mãe morrendo de envenenamento radioativo e amamentando seu bebê, também
à morte; fotos de fileiras de cadáveres, pais tentando, inutilmente, cuidar das
queimaduras no corpinho de seus filhos. Yamahata morreu de câncer em 1966, com
48 anos”. As vítimas da radiação apresentam febre e hemorragias arroxeadas na
pele, depois surge a gangrena e o cabelo cai. Esta morte dolorosa, tão parecida
com o envenenamento por gás mostarda na tortura lenta que provoca, não era
coisa na qual os estadunidenses desejariam que o público se concentrasse após o
lançamento das bombas, afinal, os Estados Unidos da América haviam assinado
tratados em 1889 e 1907 que baniam o uso de “armas envenenadas” na guerra. Pior
que isso, os Estados Unidos haviam concordado com uma resolução de 1938 da Liga
das Nações que tornava ilegal o bombardeio intencional a civis. Ou seja, com os
ataques de Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos simplesmente ignorou todos
os tratados que haviam assinado até então.
Os verdadeiros motivos por trás do bombardeio
Os verdadeiros objetivos por trás dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki
ficaram obscuros durante muito tempo. Na época foi alegada a resistência dos
japoneses em aceitar rendição incondicional, já que os Estados Unidos exigiam a
deposição do imperador japonês e eles não aceitavam essa condição. Dwight
Eisenhower, general americano que futuramente se tornaria presidente, disse que
“O Japão estava buscando alguma forma de render-se com uma perda mínima de
aparência (...) não era necessário golpeá-lo com aquela coisa”. Com a recente
liberação de documentos e diários antes considerados ultra-secretos, hoje já se
pode concluir documentalmente que o principal objetivo por trás dos ataques a
Hiroshima e Nagasaki foi a necessidade de enviar uma mensagem clara à União
Soviética, que vinha se expandindo pelo leste europeu (Polônia, Romênia,
Hungria), de que os Estados Unidos tinham em mãos uma arma poderosa e que não
hesitariam em utilizá-la caso fosse necessário. Ainda de acordo com Peter
Scowen, “... já em 1944 os americanos haviam considerado a arma um trunfo em
suas relações com Stalin e Truman acreditava que uma exibição pública da
capacidade da bomba iria tornar a URSS mais manejável na Europa...”. Quanto a
motivação do ataque, o próprio governo estadunidense acaba por se contradizer
na hipótese de que teria sido a não rendição incondicional do Japão. No dia 10
de agosto, apenas um dia após a explosão de Nagasaki, o Japão entrega sua
rendição assinada e os Estados Unidos abandonam a ideia da rendição
incondicional alegando que se o imperador continuasse no poder isso permitiria
uma ocupação mais ordeira pelas tropas estadunidenses.
Ironicamente, ao contrário do que desejavam os estadunidenses liderados por
Harry Truman, a demonstração pública do poder da bomba atômica fez os líderes
de todas as nações tremerem, mas, ao invés de ficarem sentados esperando que os
Estados Unidos deixasse seu poder nuclear nas mãos da ONU, todos queriam ter
tal poder nas mãos, especialmente a União Soviética que, liderada por Josef
Stálin, deu início a Guerra Fria e a corrida armamentista nuclear, que só iria
arrefecer praticamente 45 anos após os bombardeios, com o fim da União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas sob a liderança de Mikail Gorbatchev.
Visão espírita dos fatos
Do ponto de vista espírita, episódios dessa natureza não acontecem por acaso, e
se Deus os permite é porque devem ter uma causa, e desde que Deus é bom e
justo, essa causa também tem de ser boa e justa.
Desse modo, alguns analistas já perceberam alguma semelhança entre as cenas do
atentado em Nova York e Washington, com imagens das duas bombas atômicas que os
Estados Unidos lançaram sobre Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, fato que
até hoje é questionado, porque naquelas alturas dos acontecimentos a Segunda
Guerra Mundial já estava agonizando. O episódio nuclear não teria sido um
calculado ato de vingança, em represália ao ataque japonês a Pearl
Harbor?
Desse modo, sem mencionar as guerras da Coréia e do Vietnam, que também produziram
destruição e mortes incalculáveis, já temos motivo de sobra para justificar o
ataque de que foi vítima a nação norte-americana. Entretanto, se recuarmos um
pouco mais no tempo e no espaço, certamente encontraremos as causas anteriores
para as aflições dos que morreram ou foram mutilados, enquanto que outros, que
não tinham encontro marcado com a morte ou com o sofrimento, saíram ilesos ou
foram providencialmente desviados dali, pelas mais variadas e impressionantes
razões.
Conclusão
Muitas pessoas costumam indagar se a transformação pela qual está passando a
Terra, deixando de ser um orbe de expiação e provas para tornar-se um mundo de
regeneração, incluirá necessariamente uma nova Guerra Mundial. De nossa parte,
cremos que a resposta é negativa, se pensarmos em um conflito nuclear capaz de
destruir o planeta, porque desse modo não teria sentido aquela transformação,
uma vez que a população encarnada seria praticamente destruída.
Porém, parafraseando Emmanuel, se americanos e
fundamentalistas não souberem exercer largamente o perdão recíproco, acabarão
estabelecendo na face da Terra verdadeiro círculo vicioso de ódio e vingança,
assegurando, desse modo, um clima favorável a dores e sofrimentos, quando seria
muito mais fácil caminhar dentro da ordem e da harmonia, evitando destruição e
mortes absolutamente desnecessárias.
Quanto à nossa parcela de colaboração, devemos
todos, individualmente e em grupos, lançar vibrações positivas em favor das
vítimas dos atentados e de seus parentes, dos dirigentes americanos e das
demais potências mundiais, dos líderes islâmicos e seus aliados, a fim de que
possa reinar a paz no mundo todo, favorecendo o progresso moral e espiritual da
humanidade inteira!
FONTE:
Renato Mayrink
- espiritismoerazao.blogspot.com
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